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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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O tratamento que certa imprensa dispensa ao caso dos “parentes” de Alckmin é, além de partidário, ridículo

Há um texto no Estadão Online que deveria ser discutido nas faculdades de jornalismo —  se é que elas discutem alguma coisa enquanto demonizam a “mídia burguesa”… O título é este: Alckmin se recusa a comentar denúncia sobre parente Os leitores, mesmo os mais ou menos avisados, tendem a fazer um juízo negativo do governador, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h07 - Publicado em 18 jan 2011, 18h21

Há um texto no Estadão Online que deveria ser discutido nas faculdades de jornalismo —  se é que elas discutem alguma coisa enquanto demonizam a “mídia burguesa”…

O título é este:
Alckmin se recusa a comentar denúncia sobre parente

Os leitores, mesmo os mais ou menos avisados, tendem a fazer um juízo negativo do governador, certo? Afinal, onde já se viu ele se negar a comentar uma denúncia contra um parente? Fica parecendo arrogância, leniência, sei lá. Mas esperem. O texto tem um subtítulo, que, no meu tempo de jornal impresso, chamávamos “linha fina”. E a linha fina informa:

“Sua última declaração a respeito do incidente foi na última quinta-feira, 12, quando defendeu ‘investigação absoluta’ do caso em evento no Palácio dos Bandeirantes”

Sei. “Última quinta-feira”??? Vale dizer: há cinco dias, Alckmin disse o que tinha a dizer a respeito: “Que se investigue tudo! Ele não tem nada a ver com as lambanças de UM de seus ONZE cunhados. Será que o governador terá agora de falar a respeito todo dia? O que esperam que diga de novo? Agora leiam o texto. Volto em seguida.

Por Daiene Cardoso, da Agência Estado:
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se recusou nesta terça-feira, 18, a comentar sobre o suposto envolvimento da empresa de seu sobrinho Lucas César Ribeiro em organização que, em troca de contratos para fornecimento de merenda escolar, doava somas elevadas para campanhas eleitorais de prefeitos da região do Vale do Paraíba.

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De acordo com reportagem publicada na segunda-feira pelo Jornal da Tarde, que reproduziu depoimento de um ex-funcionário da empresa, a Velório e Funerária Pindamonhangaba fazia transporte de merenda escolar em carros funerários para a Verdurama, investigada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) por suposto envolvimento no esquema.

Durante visita a Campus Party, na capital paulista, o governador disse ainda que não pretende mais falar sobre investigação envolvendo o empresário Paulo César Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, apontado como o lobista da organização. “Eu já falei sobre isso”, respondeu a pergunta dos jornalistas. Na última quinta-feira, 12, em evento no Palácio dos Bandeirantes, o governador havia defendido “investigação absoluta” no episódio, “independente de que seja”. “Se é uma denúncia, ela envolve coisa pública. Uma investigação absoluta”, reafirmou.

O governador confirmou a nomeação da ex-secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo, Dilma Pena, para a presidência da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A informação foi divulgada na noite da segunda pelo atual presidente da empresa, Gesner de Oliveira, em mensagem na rede de microblogs Twitter. “Ela é uma pessoa da área que conhece muito a empresa e foi secretária de Saneamento e Energia do governo (José) Serra até dezembro”, ressaltou. “É uma das melhores gestoras que conheço”, elogiou.

Voltei
A notícia, de fato, é a confirmação de Dilma Pena para a presidência da Sabesp. Da forma como está redigido o texto, ofereceu-se ao leitor a casca e se jogou fora o miolo da banana.

Não se trata de preservar este ou aquele de coisa nenhuma! Alckmin merece o mesmo tratamento rigoroso de qualquer outro político. Mas é preciso que haja motivo para tanto. Há? O Ministério Público, que investiga os tais “parentes”, já afirmou não haver o menor indício de comprometimento do governador com o caso. As testemunhas e denunciantes fazem o mesmo.

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A imprensa, que também escarafuncha a denúncia, e age certo ao fazê-lo, não encontra o menor traço de que Alckmin tenha qualquer vínculo com as atividades do cunhado. Aí o leitor cético, e é bom ser cético, pensa: “Ih, mas vocês sabem como são os políticos, não é mesmo?” Pois é… Mas também os há honestos. Pode-se concordar com Alckmin ou discordar dele radicalmente, mas não há em sua biografia o menor sinal, nem o mais remoto, de desonestidade.

Derrotado para a Presidência da República, sem mandato e sem cargo público, o agora governador passou algum tempo dando palestras. E o fazia para pagar as contas mesmo! Até alguns desafetos reconhecem que se pode criticá-lo por muitas coisas, mas nada que o atinja no terreno ético. A insistência em tratar do caso como o do “cunhado e do sobrinho” do governador caracteriza uma óbvia tentativa de igualar desiguais. Isso não é isenção, não! Trata-se de uma forma particular de partidarismo.

Aí o petralha se assanha: “Ah, mas no caso do Lulinha, bem que você ficou pegando no pé do Lula”. Fiquei, sim! Faço-a ainda! O filho do presidente — um da enorme família Soprano e Andando com passaporte diplomático ilegal — conseguiu um “financiamento” de uma empresa concessionária de serviço público, cuja atividade estava subordinada às vontades do pai do beneficiário.

Eu não trato igualmente os desiguais só para provar ao tribunal do petismo a minha isenção. Não reconheço a legitimidade desse tribunal. O tratamento que parte da imprensa dispensa a esse caso dos “parentes” de Alckmin é ridículo e, para eventual surpresa ATÉ dos que se dedicam a tal tarefa, é também PARTIDÁRIO! Se é que se surpreenderiam, não é mesmo? Afinal, José Mentor (PT), réu do mensalão e deputado estadual eleito, é quem assumidamente “acompanha o caso” a serviço do “partido” em São Paulo. E o faz numa notável parceria com certa reportagem. Assim se fazem as salsichas.

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