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O SANGUE DO HOMEM E O SANGUE DO BOI

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deve proferir hoje o seu voto no caso Battisti. Se votar contra a extradição, leva o placar para 5 a 4 em favor da permanência do assassino no Brasil como refugiado. Nessa condição, o governo brasileiro pode até dar ajuda material a este humanista reformador de mundos. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h24 - Publicado em 18 nov 2009, 06h17

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deve proferir hoje o seu voto no caso Battisti. Se votar contra a extradição, leva o placar para 5 a 4 em favor da permanência do assassino no Brasil como refugiado. Nessa condição, o governo brasileiro pode até dar ajuda material a este humanista reformador de mundos. Se votar a favor, o 5 a 4 será pela extradição. No voto de Cezar Peluso, até agora endossado por três ministros, é explícita a avaliação de que Lula tem de enviar o criminoso para seu país de origem porque está obrigado a seguir o Tratado de Extradição que existe entre Brasil e Itália. Battisti também responde por uso de documento falso no Brasil. O máximo de protelação pela qual Lula poderia optar seria decidir que, primeiro, ele tem de ser julgado pelo crime cometido aqui.

Battisti está em greve de fome. Este senhor é mesmo quem é. Estaria escolhendo, assim, voluntariamente, a morte que, para suas vítimas, foi compulsória. Este senhor é uma dessas pessoas que me fazem ter piedade, sim. Mas sinto piedade é da condição humana, não dele.

Vejam de novo a foto asquerosa publicada aqui ontem.

No centro, de camisa branca, Battisti. A partir da esq: deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), com fitinha no braço; o senador José Nery (PSOL-PA), de gravata listrada de vermelho; o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), gravata listrada de cinza; o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), aquele com cara de Suplicy, e o deputado Luiz Couto (PT-PB). Foto de  José Cruz/Agência Brasil

No centro, de camisa branca, Battisti. A partir da esq: deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), com fitinha no braço; o senador José Nery (PSOL-PA), de gravata listrada de vermelho; o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), gravata listrada de cinza; o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), aquele com cara de Suplicy, e o deputado Luiz Couto (PT-PB). Foto de José Cruz/Agência Brasil

Sentem um cheio estranho? Sentem um cheiro de pólvora e sangue humano — que, segundo um primo médico, não é muito distinto do cheio que tem a carne crua de boi, quando a manipulamos?

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Porque, leitor, com efeito, não há grande diferença entre a carne e o sangue de um homem e a carne e o sangue de um boi. E há quem mate homens como se matam bois. Há até quem mate homens, embora considere uma barbaridade que se matem bois. Se você não reconhece que o outro é dotado de direitos e não pode, pois, ser eliminado como parte de suas fantasias de justiça, então você mata. Está aí a essência do chamado “crime político” numa democracia: o outro é bicho, é coisa!

O carne e o sangue do homem, nesse caso, passam a ser como a carne e o sangue do boi ou do cordeiro servido em holocausto. Para um agnóstico, os direitos os distinguem. Para um religioso, além dos direitos, também a alma. Já o assassino vê no boi e no homem apenas um propósito: o seu propósito.

O cheiro que a foto exala vem do sangue das personagens ocultas sob a sola dos sapatos daqueles patriotas. É o sangue derramado de Antonio Santoro, Pierluigi Torregiani, Lino Sabadin e Andrea Campagna, os homens que Battisti matou.

Battisti e seus amigos da foto, certamente, jamais matariam bois.

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