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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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O que Lula, o Homo naledi, disse da S&P em 2008 e o que diz agora. Ou: Petista revela o hominídeo debaixo da casaca

Bem, não se trata de procurar coerência nas bobagens que Lula disse ao longo da vida e diz ainda. Este senhor bordou o emblema de seu pensamento já nos primeiros dias de 2003, no primeiro ano de seu primeiro mandato, quando afirmou: “A gente, quando está na oposição, faz muita bravata”. E, claro, ele olhava […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h31 - Publicado em 10 set 2015, 22h39
Reflexões sobre as avaliações da Standard & Poor's...

Reflexões sobre as avaliações da Standard & Poor’s…

Bem, não se trata de procurar coerência nas bobagens que Lula disse ao longo da vida e diz ainda. Este senhor bordou o emblema de seu pensamento já nos primeiros dias de 2003, no primeiro ano de seu primeiro mandato, quando afirmou: “A gente, quando está na oposição, faz muita bravata”. E, claro, ele olhava para si mesmo e concluía: “Ser bravateiro compensa”.

Nesta quinta, na Argentina, Lula fez questão de desqualificar a Standard & Poor’s por ter rebaixado o Brasil, relegando-o ao grau especulativo. Segundo esse gênio da raça, o rebaixamento “não significa nada”. Disse ainda “achar muito engraçado” que a Standard & Poor’s tenha tomado essa decisão e criticou as agências de classificação de risco em geral, que, segundo ele, não usam os mesmos critérios para “países quebrados da Europa”. No discurso, o ex-presidente aproveitou para criticar também a estratégia de ajustes econômicos, que, a seu juízo, provocam recessão e desemprego. Já volto a esse ponto.

Isso é hoje. Vamos ver como ele reagiu em 2008, quando a mesma S&P elevou o país à categoria de “grau de investimento”. Seguem o vídeo e a transcrição da fala:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Q4GUR8XKqb8%5D

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“Eu acho que o Brasil vive… Eu dizia ao ex-presidente Collor: o Brasil vive um momento mágico. Nós acabamos de receber a notícia de que o Brasil passou a ser ‘investment grade’. Eu não sei nem falar direito a palavra, mas, se a gente for traduzir isso para uma linguagem que os brasileiros entenda (sic), ou seja: o Brasil foi declarado um país sério”.

Viram só? Como disse um ouvinte do programa “Os Pingos nos Is”, quando Lula tira nota alta, ele se considera o melhor, o mais capaz, o mais competente. Se a nota é ruim, então a professora é que não sabe avaliar.

Já escrevi aqui e repito: em 2008, estavam dados alguns elementos estruturais que conduziriam o país à pindaíba. A política econômica já empurrava a indústria brasileira, por exemplo, para o vinagre. Que chance havia de isso ser debatido com seriedade? Quem se atrevia a tanto era chamado de “pessimista” para baixo. Alguns tontos ditos liberais (o país está cheio de liberais só de carteirinha), que se grudaram às partes pudendas do petismo, diziam que as críticas partiam dos “desenvolvimentistas”. Não! Partiam da matemática. E, ora vejam, até a S&P caiu no truque.

Agora a fala de 2008
Voltem lá à fala de 2008. Por que mesmo o Brasil havia sido declarado “sério”, nas palavras de Lula? A S&P explicou então: devia-se ao tripé “metas de inflação, rigor fiscal e câmbio flutuante”. Como já demonstrei aqui, para manter o modelo de pés de barro de Lula, foi preciso mandar inflação e rigor fiscal para a cucuia, o que iria agravar a situação da dívida.

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Não havia modelo mágico nenhum. Havia apenas circunstâncias que robusteceram o erro — por exemplo, supervalorização das commodities — e que deram corda ao potencial enforcado. E ele se enforcou.

Mágica, como se sabe, é truque. A mágica só existe porque há um lapso, uma interrupção, uma ausência na relação de causa e efeito; porque não conseguimos descobrir como se passou da Situação A para a Situação B. Como não há intervenção miraculosa, já que Deus não se ocupa dessas vulgaridades, aquilo a que Lula chamava “momento mágico” era só um efeito tóxico. Passou. Eis a rebordosa.

Quanto às bravatas, dizer o quê? Quanto mais a situação se torna dramática, mais Lula revela o Homo naledi que dormitava por baixo da casaca. Em recente discurso no Paraguai, ele afirmou que, entre combater a fome e fazer uma ponte, ele preferiu combater a fome.

Se a humanidade, ao longo de sua trajetória, tivesse considerado essas duas coisas elementos excludentes ou alternativos, teria desaparecido, enterrada numa caverna.

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