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O que explica o silêncio de Marcelo Odebrecht?

As hipóteses mais em voga não parecem sustentáveis; a coisa é de tal sorte incompreensível que me parece impossível que ele não vá fazer um acordo de delação

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h20 - Publicado em 9 mar 2016, 08h25

A sentença de Sergio Moro, se confirmada em instância superior, é devastadora para Marcelo Odebrecht e para os demais diretores do grupo. E certamente está longe de ser uma boa notícia para o conglomerado, um gigante que deve sobreviver aos percalços, mas com abalos óbvios.

É evidente que a Odebrecht não é o que é e não tem o tamanho que tem só porque pagou propina. Ou as outras estariam no mesmo nível, certo? Há ali um histórico de competência e tino empresarial que têm atravessado gerações. Mesmo os que não gostam do estilo de Marcelo Odebrecht lhe reconhecem o talento. Por que diabos alguém faz as escolhas que ele fez? Por que ele não conta tudo?

Uma primeira resposta, óbvia demais pra ser só isso, é esta: porque, no caso dele, falar poderia ser muito pior. Será? Olhem aqui: dadas as salvaguardas existentes nos acordos de leniência — e o próprio Sergio Moro recomendou que a Odebrecht faça a sua e falou da diferença entre o grupo como ente e seus dirigentes — e as garantias que um acordo de delação propicia, a mim me parece que, para Marcelo Odebrecht, não falar é que está saindo caro demais.

A menos que sua defesa consiga demonstrar algum erro material no processo, que realmente tenha contaminado tudo, inclusive a sentença, a chance de que tudo seja confirmado na segunda instância é grande. Por decisão do Supremo, começa aí o cumprimento da pena.

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Outra hipótese, esta uma delinquência veiculada pelos blogs e subjornalistas petralhas, sustenta que, se Marcelo falar, também o PSDB vai para o brejo… É mesmo? Será que o empresário aceitaria uma pena de mais de 19 anos, sendo proibido de voltar ao comando do grupo, só para… preservar tucanos?

Ainda que fosse verdade e que os tucanos também se dessem muito mal se ele falasse tudo, é evidente que não é por isso que mantém silêncio e se nega, até agora, a fazer delação premiada. Até onde sei, não procedem os boatos de que Emílio, o pai, teria autorizado o filho a dar com a língua nos dentes. A decisão sempre foi de Marcelo.

A defesa de Odebrecht dá a entender que vai continuar a batalhar ainda no terreno propriamente judicial, tentando desqualificar as provas, insistindo na tese, até agora fartamente derrotada, de que os elementos apontados contra a Odebrecht não atingem Marcelo pessoalmente. A delação dos demais diretores já estaria sendo articulada, o que a empresa não confirma.

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Reitere-se: caso tivesse feito, logo no começo, um acordo de delação premiada, é evidente que Marcelo e a Odebrecht estariam hoje em melhor situação, a exemplo de alguns pares seus que escolheram esse caminho.

Dada a realidade objetiva, dado tudo o que se sabe, parece de tal sorte absurdo que alguém escolha o caminho de Marcelo que a gente tende a achar o óbvio: em algum momento, ele fala.

Pois, então, fale Marcelo!

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Hora de ajudar a tirar o Brasil do buraco! E que vá para a cadeia quem tiver de ir.

Texto publicado originalmente às 23h05 desta terça
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