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O petista Gabrielli, o Rei Sol da Petrobras, omitiu do conselho que belgas queriam recomprar a metade de Pasadena que haviam vendido à estatal brasileira

Ora, vejam!!! A Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena para a Petrobras, queria recomprar os 50% da estrovenga em 2007, mas a empresa brasileira se negou a vender! É o que informa reportagem de Samantha Lima e Fábio Brisolla na Folha nesta terça. Isso significa o seguinte: a direção da Petrobras perseguiu aquele prejuízo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h01 - Publicado em 22 abr 2014, 07h54
José Sérgio Gabrielli, o Luís 14 da Petrobras

José Sérgio Gabrielli, o Luís 14 da Petrobras, consultava o conselho só quando achava conveniente…

Ora, vejam!!! A Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena para a Petrobras, queria recomprar os 50% da estrovenga em 2007, mas a empresa brasileira se negou a vender!

É o que informa reportagem de Samantha Lima e Fábio Brisolla na Folha nesta terça. Isso significa o seguinte: a direção da Petrobras perseguiu aquele prejuízo bilionário com determinação, com energia, com afinco.

Só para lembrar: em 2006, a estatal  comprou 50% da refinaria por US$ 360 milhões, incluindo estoques de petróleo. Em 2007, em razão da divergência entre os sócios — a Astra Oil acusava, por exemplo, a Petrobras de ser gastona, de ser perdulária —, a empresa belga falou com o então presidente da empresa brasileira, José Sérgio Gabrielli, e propôs recomprar de volta aquela metade, desfazendo o negócio. Os dois grupos divergiam também sobre o futuro da refinaria. Para dobrar a capacidade de refino, a Petrobras achava necessário investir US$ 2,5 bilhões, valor que os belgas consideraram excessivo.

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Gabrielli não quis nem saber: recusou a proposta. Como é que se sabe disso agora? A Folha teve acesso a depoimentos de diretores da empresa belga à Comissão Americana de Arbitragem, que acabou impondo à Petrobras a compra da outra metade da refinaria.

Atenção! Segundo os diretores da Astra, a proposta foi feita a Gabrielli duas vezes: em agosto e em setembro de 2007. Ele respondeu que se faria o contrário: a Petrobras é que ofereceria uma proposta de compra. E o resto vocês já sabem.

Atenção para o que me parece mais escandaloso nesse troço todo: se a compra de Pasadena foi submetida, sim, ao conselho — sem as duas cláusulas que geraram polêmica —, a proposta de venda, no entanto, foi omitida. Vale dizer: quando os conselheiros foram convidados a avaliar a compra também da segunda metade — o que recusaram —, eles não sabiam que o grupo belga tinha se oferecido para desfazer o negócio.

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Parece que Gabrielli e o grupo de diretores comandavam a empresa num regime de monarquia absolutista. Não só foram omitidas as duas cláusulas — a “put option”, que impunha a compra dos outros 50% da reinaria em caso de desentendimento entre os sócios, e a “Marlim”, que garantia aos belgas uma rentabilidade de 6,9% ao ano — como também a proposta feita de recompra.

Sabem o que isso significa na prática? Que a direção da Petrobras manipulava o conselho para coonestar as suas escolhas, sem lhe dar condições adequadas de decidir. “Ah, então Dilma sai bonita dessa história, né, Reinaldo? Foi enganada mesmo?” Uma ova! Não sai bonita, não! A questão, insisto nisto desde o primeiro dia, é saber o que ela fez quando ficou evidente o mau negócio. Que se saiba, nada! E ainda presentou Nestor Serveró, que ela acusou de ser responsável pelas omissões, com um cargo na direção da BR Distribuidora.

De resto, jogar a culpa toda nas costas do ex-diretor é fácil. Por que Dilma se cala sobre o petista graúdo José Sérgio Gabrielli? De verdade, quem escondeu os fatos do conselho foi ele — o mesmo Gabrielli que acusou Dilma, em entrevista ao Estadão, de ter tentado tirar o corpo fora.

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Agora está claro: a Petrobras poderia ter se livrado de um espeto de quase US$ 1,3 bilhão. Mas Gabrielli não quis nem saber. Atuou para conquistar essa marca. E ainda sai por aí expelindo regras.

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