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O MST, pelego que é, não apoia “ocupação” do golpista Instituto Lula por assentados. Ou: Finalmente, uma área realmente improdutiva é ocupada

Moradores do assentamento Milton Santos, que fica entre Americana e Cosmópolis, no interior de São Paulo, resolveram invadir… Ooops! Eles resolveram “ocupar” — é o verbo politicamente correto — a sede do Instituto Lula, no centro de São Paulo. Tão logo fiquei sabendo da notícia, pensei o óbvio: “Finalmente o MST invade uma área realmente […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h01 - Publicado em 23 jan 2013, 14h37

Moradores do assentamento Milton Santos, que fica entre Americana e Cosmópolis, no interior de São Paulo, resolveram invadir… Ooops! Eles resolveram “ocupar” — é o verbo politicamente correto — a sede do Instituto Lula, no centro de São Paulo. Tão logo fiquei sabendo da notícia, pensei o óbvio: “Finalmente o MST invade uma área realmente improdutiva”. Como, que se saiba, não existem pés de jabuticaba no Instituto Lula, a única coisa realmente nativa que se produz por ali é besteira. Mas eu estava enganado, e não se está noticiando por aí um fato realmente encantador: O MST NÃO ESTÁ APOIANDO ESSA OCUPAÇÃO. Ao contrário! Os pelegos emitiram uma nota em seu site oficial deixando claro que estão fora dessa. Lê-se lá: “Os protestos organizado pelo MST têm como orientação geral denunciar os verdadeiros inimigos da reforma agrária, como o agronegócio, o latifúndio, o Poder Judiciário e a imprensa burguesa e pressionar os órgãos de Estado para que façam a Reforma Agrária.”

Entenderam?  Sigamos.

Decisão judicial determinou que os assentados — sim, eles já foram assentados pelo Incra — deixem a área. A terra pertencia ao grupo Abdalla e foi tomada pela União em razão de dívidas com o INSS. A decisão foi revertida na Justiça, e daí se criou a confusão. Muito bem! Ações judiciais têm de ser cumpridas. Se um juiz determina que a Polícia Militar realize a desocupação e se esta se nega a fazê-lo — ou o governador de Estado —, os responsáveis pela negativa podem ir em cana. Qual é a saída?

Os moradores do assentamento Milton Santos reivindicam que o governo federal faça o óbvio: que desaproprie a área, o que está a seu alcance. A rigor, é o que ele poderia ter feito no caso do Pinheirinho, por exemplo — lembram-se dele? Em vez de aquele amigo esquisitão de Gilberto Carvalho ir lá fazer proselitismo e incitar à violência, Lula poderia, então, como presidente, ter desapropriado o terreno. Mas não se fez isso.

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Por que os assentados invadem o Instituto Lula? Ora, fomos informados há três dias que é ali que se decidem realmente os destinos da nação — segundo os petistas ao menos. Foi no instituto que amigos do Apedeuta anunciaram um golpe de estado: Lula vai surrupiar de Dilma a condução da política e as negociações com o Congresso. Se o Babalorixá de Banânia pode ser o intermediário nas negociações com o Parlamento, também pode sê-lo em casos assim. Depois do golpe dado, o instituto deve ser uma espécie de centro de peregrinação — e, claro!, ocupação — de todos os descontentes do país. Se a APUE (Associação dos Portadores de Unha Encravada) tem algo a reivindicar do Poder Público, já sabe o endereço.

Os moradores do Milton Santos prometem sair do local só quando houver o decreto de desapropriação. Sem o apoio de ninguém e discretamente hostilizados pelo MST, duvido que resistam tanto. Mas puseram o dedo na ferida: o governo federal tem como resolver essa história com um simples decreto. Mas é bem possível que alguns espertalhões prefiram que a PM seja obrigada a agir — não pode resistir a uma decisão judicial — para que se possa jogar a culpa nas costas do tucano. Aí os inefáveis Gilberto Carvalho, Maria do Rosário e José Eduardo Cardozo podem vir a público para verter suas lágrimas caridosas.

Quanto ao MST, dizer o quê? O peleguismo inflamado consegue ser ainda mais asqueroso do que o outro, que se permite ser cavalgado sem disfarces.

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