O MDB da ditadura, partido da oposição consentida, era mais firme que o PSDB
Há motivos para haver uma oposição no Brasil? Há. Até agora, ela mal se pronunciou sobre: – o brutal contingenciamento do Orçamento; – o anunciado corte de verbas em obras do PAC; – a escandalosa briga pelo controle da Funasa; – a espantosa disputa pelo controle de Furnas; – a pressão inflacionária, que tem todo […]
Há motivos para haver uma oposição no Brasil? Há. Até agora, ela mal se pronunciou sobre:
– o brutal contingenciamento do Orçamento;
– o anunciado corte de verbas em obras do PAC;
– a escandalosa briga pelo controle da Funasa;
– a espantosa disputa pelo controle de Furnas;
– a pressão inflacionária, que tem todo o jeito de que vai durar um bom tempo;
– a desídia e a inépcia do governo federal na monstruosa tragédia do Rio;
– a correção da tabela do IR;
– o reajuste do salário mínimo…
Lembro algumas coisas, assim, que vão me ocorrendo. Como se nota, estão ao alcance da mão. Nem é preciso pesquisa ou método para listar os motivos. E, no entanto, o que se tem é um silêncio sepulcral. Setores da oposição estão empenhados em fazer juras de amor ao governo; em ser “propositivos” para o bem do país — o país vai bem quando a oposição existe; sinal de que a democracia vai bem —; em promover “pogroms” internos.
O MDB da ditadura, que era o “partido do contra” criado pelo regime, era muito mais firme — e olhem que os riscos não eram pequenos! Começou como oposição consentida e foi ganhando legitimidade. O PSDB preferiu migrar da legitimidade para a oposição consentida.