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O inverno da razão. Ou: Não sei como será, mas sei que não será assim

Posts abaixo, vocês lêem um texto que informa que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, não aceita as condições em que o tal quarteto — EUA, Rússia, União Européia e ONU — propõe mediar as negociações entre israelenses e palestinos. Abbas — e ele é o “moderado”, como vive lembrando a imprensa anti-Israel — […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h39 - Publicado em 26 set 2011, 15h38

Posts abaixo, vocês lêem um texto que informa que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, não aceita as condições em que o tal quarteto — EUA, Rússia, União Européia e ONU — propõe mediar as negociações entre israelenses e palestinos. Abbas — e ele é o “moderado”, como vive lembrando a imprensa anti-Israel — primeiro quer que lhe dêem o que pede para depois negociar. Vale dizer: para sentar e conversar, ele quer o congelamento imediato dos assentamentos e que a conversa comece pelas fronteiras anteriores a 1967, o que significa que isso também define, em parte ao menos, o status de Jerusalém. A cidade voltaria ao “controle internacional” até se tornar, suponho, a capital do estado palestino. Atenção! “Fronteiras anteriores a 1967″ implica não apenas o congelamento imediato dos assentamentos, mas a saída total da Cisjordânia.

Isso significa que os elementos que compõem a pauta de negociação são, para ele, precondições para a própria negociação. Como “o mundo” está a seu favor, então ele considera esse um bom caminho. Ah, sim: Abbas, “o moderado”, deixou claro no discurso feito na ONU que também não reconhece Israel como um estado judeu porque isso significaria ignorar o direito de muita gente etc. e tal.

Tudo compreendido. A proposta é a seguinte: Israel dá aos palestinos tudo o que eles pedem, aí, então, eles começam a negociar. Mas “negociar” exatamente o quê? Eis que se revela a má fé do jogo: ora, o direito de Israel existir, entenderam? Por algum tempo ao menos. Afinal, a pauta dos “moderados” inclui a volta do que chamam “refugiados” e seus descendentes, o que, num tempo muito curto, faria dos judeus minoria em Israel. Quando isso acontecesse, sabemos que todos seriam tratados com justiça e lhaneza, como é padrão nos governos árabes.

Se o tal “mundo” endoidou, eu não endoidei. Não sei como será. Só sei que não será assim, ou Israel teria desaparecido faz tempo. A outra sandice nessa história toda é que os propagandistas da causa palestina fazem de conta que Abbas fala por todos os palestinos. Não! Ele não fala! O Hamas não é favorável nem mesmo a esse pleito enviado à ONU porque, afinal, isso aposta numa negociação com aquele que tem de ser destruído, já que essa seria uma tarefa do Islã. Está lá no estatuto dos humanistas: aceitar Israel corresponde a trair a fé islâmica. Em Gaza, o Hamas partiu para o pau contra o Fatah e ganhou. Deu um golpe em seus iguais. Não é preciso imaginar como tratariam os diferentes porque eles próprios deixam claro. “Ah, o Hamas fala isso, mas não é a sério”. Quem sou eu para duvidar da convicção que eles próprios dizem ter?

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O engraçado, reitero, é que a maioria dos “analistas” insiste: “Aproveite, Israel, que Abbas é moderado…” A lógica da chantagem foi incorporada, nota-se, como norte ético da “negociação”.

Não sei como será, mas sei que não será assim.

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