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O golpe de Dilma está em denunciar o falso golpe

Eu realmente não sei se alguém faz a cabeça da presidente Dilma Rousseff. Acho que não. Ela age como pessoa que é, à sua maneira, absolutamente original. Ninguém de fora, a menos que fosse inimigo, lhe daria tantos conselhos ruins. De saída, há uma questão obvia: se há alguém que deveria fazer de conta, publicamente […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h28 - Publicado em 16 set 2015, 23h29

Eu realmente não sei se alguém faz a cabeça da presidente Dilma Rousseff. Acho que não. Ela age como pessoa que é, à sua maneira, absolutamente original. Ninguém de fora, a menos que fosse inimigo, lhe daria tantos conselhos ruins.

De saída, há uma questão obvia: se há alguém que deveria fazer de conta, publicamente (e só publicamente), que o debate sobre o impeachment não existe, essa pessoa é Dilma, certo? Mas quê! Ela foi a primeira do Planalto a tratar do assunto. É incompreensível. E não para mais.

Sigamos. Tendo resolvido levar o debate para dentro do Palácio — o que é, reitero, uma burrice —, que faça, então, o debate político, que especule sobre as conveniências, que trate das dificuldades que adviriam do impedimento, que diga que não há motivos para tanto, que negue que tenha cometido crime de responsabilidade… Tudo isso, meus caros, seria do jogo.

O que não é aceitável é que Dilma classifique de “golpe” o que está amparado na lei e na Constituição, especialmente quando as circunstâncias lhe são tão adversas. Nada menos de 66% a querem fora da Presidência, segundo pesquisas. É claro que impopularidade não é motivo para depor ninguém. Quando, no entanto, o público anda tão insensível aos argumentos de Dilma, o que lhe cabe é tomar certos cuidados políticos. E ela se mostra um desastre ambulante.

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Nesta quarta, numa entrevista a um rádio de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, voltou a chamar a possibilidade do impeachment de “versão moderna de golpe”.

Disse: “Esse método, que é querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma versão moderna do golpe”. E avançou: “Acredito que há no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo voto popular”.

Dilma tem de dizer quem são essas pessoas. Ela não pode afirmar, num dia, que o governo vai “fazer de tudo” para impedir o impeachment e, no seguinte, que há uma conspirata para tirá-la do poder.

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A presidente sabe que Fernando Collor caiu, no que diz respeito ao grupo que representava e às falcatruas que a esse grupo eram atribuídas, por muito menos, não é mesmo? O esquema então descoberto e denunciado era fichinha perto do que está aí.

A presidente sabe que não há golpe nenhum. A presidente sabe que golpes se sustentam em armas. A presidente sabe que a afronta à legalidade institucional se impõe na força bruta. E sabe também que nada disso está em curso.

Golpe, Dilma, era o que estava em curso na Petrobras.
Golpe, Dilma, é maquiar as contas do país para se eleger.
Golpe, Dilma, é se eleger com um programa e governar com o outro.
Golpe, Dilma, é atribuir ao adversário as próprias e malévolas intenções.
Golpe, Dilma, é agredir as leis e advogar a impunidade porque, afinal, chegou ao poder pelas urnas.

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Sei que parece estranho dizer, mas urna, minha senhora, não é tribunal de absolvição.

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