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O FACINOROSO ESTÁ CHEGANDO

Falta ainda pouco mais de um ano para o fim do governo Lula, mas Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, por alcunha “O Megalonanico”, chega amanhã ao ápice dos desastres morais a que conduziu a diplomacia brasileira. Assim que Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, botar os pés em solo pátrio, o Brasil celebra o seu […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h22 - Publicado em 22 nov 2009, 05h55

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Falta ainda pouco mais de um ano para o fim do governo Lula, mas Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, por alcunha “O Megalonanico”, chega amanhã ao ápice dos desastres morais a que conduziu a diplomacia brasileira. Assim que Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, botar os pés em solo pátrio, o Brasil celebra o seu encontro com a impostura megalômana do governo Lula, que nada mais faz do que trair a pequenez de propósitos de seus líderes, em desacordo com a crescente importância do Brasil no mundo — importância adquirida a despeito dessas lideranças, não por causa delas.

O Brasil não estará recebendo nesta segunda apenas o negador do Holocausto, como se isso já não fosse delinqüência suficiente. Recebe também o financiador do terrorismo no Líbano, nos territórios palestinos e no Iraque. Não bastasse, Ahmadinejad é o chefe de um governo que conduz um programa nuclear secreto e que promete varrer Israel do mapa. Se credenciais que fazem deste senhor um pária moral ainda faltassem, lembremo-nos de que reprimiu com impressionante brutalidade manifestações contra as fraudes no pleito que o reelegeu — fraudes reconhecidas pelos aiatolás do Conselho da Revolução Islâmica.

Só o “Aiatolula”, o “filho do Brasil”, o “cristo pagão saído do ventre de mãe nascida analfabeta”, não viu problema nenhum nas eleições e se apressou em reconhecer o resultado, afirmando que os justos protestos da oposição se equiparavam à chiadeira de uma torcida quando seu time perde o jogo. Lula não vê problema em gol de mão quando isso beneficia seu time. Na entrevista que concedeu a William Waack (aqui), Ahmadinejad se mostrou muito grato: “Eu realmente gostei da postura dele. Nos encontramos alguns anos atrás. Somos muito bons amigos”. Não duvido…

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Na entrevista, o presidente do Irã tenta matizar a negação do Holocausto e, entendo, só consegue tornar seu juízo ainda mais detestável — e vocês já entenderão por quê: “A questão que apresentamos é muito clara. Eu fiz dois questionamentos, fiz duas perguntas claras. A primeira questão era: ‘se o holocausto aconteceu, onde aconteceu?’ Claramente, aconteceu na Europa. Todo mundo sabe disso. A segunda pergunta: ‘o que isso tem a ver com o povo palestino?’ ‘Por que o povo deveria pagar por isso?’ Por que deveriam dar a terra dos palestinos por causa de crimes cometidos na Europa?”

Notem que a existência do Holocausto, em seu discurso, é apenas uma hipótese improvável. Não será neste texto que vou tratar sobre o que foi acordado em 1948 na região que compreende Israel e os  territórios palestinos, qual era o status do povo palestino e por quais países ele se espalhava etc. Teremos tempo de tratar desses assuntos em outros posts. Importa destacar que o desdobramento óbvio de suas indagações implica o fim do estado de Israel — o que, hoje em dia, não é reivindicado nem pela Autoridade Nacional Palestina. Não por acaso, o Irã financia o Hamas e o Hezbollah, que têm, entre os seus princípios, justamente a destruição do estado de Israel. Não por acaso, o próprio Ahmadinejad promete “varrer Israel do mapa”.

Então vejam que curioso: o presidente do Irã ora nega que o Holocausto tenha existido, ora apenas o coloca em dúvida. Uma coisa ou outra, não importa, ambas ilustram um raciocínio que conduz à destruição de Israel. Assim, por desdobramento lógico, se o Holocausto do século passado, na cabeça delirante deste delinqüente, não existiu, ele promete promover um neste século. ESTE VIGARISTA NEGA A MORTE DE SEIS MILHÕES DE PESSOAS NO PASSADO PORQUE REIVINDICA MATAR ELE PRÓPRIO MAIS SEIS MILHÕES NO PRESENTE.

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Na sexta-feira, ao receber Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, Lula, o “amigo de Ahmadinejad”, afirmou que a ONU deveria conduzir as negociações entre Israel e os palestinos e sugeriu que os EUA não deveriam participar das negociações porque seriam os “culpados” pelo problema.  A isto está reduzida a política externa brasileira: estende o tapete vermelho para um financiador do terrorismo internacional, que prega a destruição de Israel, e ataca uma nação democrática, historicamente comprometida com uma solução pacífica no Oriente Médio. E isso no momento em que o Brasil volta a ocupar uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança. Mas Lula, sabemos, quer a permanente.

Recebendo Ahmadinejad? Defendendo o direito do Irã de “manter um programa nuclear pacífico” quando o próprio líder iraniano não esconde as pretensões de destruir um país que considera inimigo? Ora, há uma questão de lógica elementar: quem é amigo de todo mundo é necessariamente condescendente com os maus e injusto com os bons.

A presença de Ahmadinejad no Brasil ofende a consciência democrática e pisoteia as noções mais comezinhas, mais básicas, mais elementares do humanismo. Sua única virtude é contribuir para revelar uma nesga ao menos da face real do lulo-petismo, maquiada pela máquina de propaganda.

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