Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

O embate entre Cunha e Janot, o procurador-geral de Dilma, fica para fevereiro

Só para lembrar: aquele que o procurador-geral de Dilma quer derrubar é investigado em três inquéritos; Renan, o esbirro da presidente, em seis

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h49 - Publicado em 17 dez 2015, 23h51

O governo só não soltou nesta quinta todos os rojões de que dispunha porque o ministro Teori Zavascki, relator do petrolão, decidiu deixar para fevereiro, depois do recesso, a análise e votação da ação cautelar proposta por Rodrigo Janot, o procurador-geral de Dilma, que pede o afastamento imediato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Talvez não seja necessário destacar, mas vá lá. Com o que se sabe, já formei minha opinião sobre Cunha: acho que ele tem de ter o mandato cassado — por causa da existência das contas no exterior. Se levou a propina que o MPF diz que ele levou, tem de ser preso. Posto isso, sigamos.

A Ação Cautelar proposta por Janot é coisa de quem está fazendo política, não operando leis. Aqueles 11 motivos que ele elenca para fazer o pedido estavam dados havia muito tempo. Se são fortes o bastante para provocar o afastamento agora, já eram antes.

Aliás, se há mesmo as 11 razões, por que Janot não tomou a iniciativa quando havia apenas três? Ou quatro? Ou cinco? Alguém leva a sério que a suposta perseguição de Cunha a Chico Alencar e Jean Wyllys deva ser um dos motivos para afastar o presidente da Câmara?

Ou, então, o fato de um aliado do presidente da Casa ter apresentado um projeto para impedir que delatores mudem suas respectivas versões? Segundo Janot, isso seria uma forma de obstruir a investigação. Segundo qualquer pessoa razoável, isso é apenas uma tolice e uma chicana.

Continua após a publicidade

Já a suposta perseguição a Fausto Pinato, ex-relator do Conselho de Ética, essa é coisa séria. Mas pergunto: isso está sendo investigado, como tem de ser, pela Polícia Federal ao menos?

Janot diga o que disser, e nada muda o fato de que ele decidiu pedir o afastamento do presidente da Câmara no mesmo dia em que as esquerdas cobravam a cabeça deste nas ruas e em que o Supremo dava início ao julgamento de ações que, inclusive, arguiam a suspeição de Cunha como simples recebedor da denúncia.

O deputado disse nesta quinta que Janot atua como advogado de Dilma. Bem, não é porque penso que o peemedebista tem de ser cassado e, eventualmente preso, que vou deixar de dizer o óbvio: também acho.

Procurem em arquivo o que tenho escrito aqui desde o início dessa operação. Para mim, sempre foi de uma clareza solar que o rigor do Ministério Público com uns significa, na prática, leniência com outros. Lula, até agora, não é investigado nem em inquérito. E Janot fez de Cunha o alvo principal da Lava Jato, o que é uma piada grotesca.

Continua após a publicidade

O fato de eu achar que Cunha tem de ser punido, de acordo com o devido processo legal, não vai me levar a fazer o jogo de pessoas cuja atuação é ainda mais deletéria para a República.

Ninguém é obrigado a fazer essa escolha.

Só para arrematar: o Cunha que Janot tentou tirar da Câmara antes ainda de Dilma arrotar o peru de Natal é investigado em três inquéritos. O Renan que almoçou com Dilma nesta quinta e a quem ela pediu ajuda é investigado em seis.

Os de Cunha avançaram com a velocidade conhecida. Os de Renan também.

Continua após a publicidade

Por isso, não há nada de errado em chamar Janot de procurador-geral de Dilma Rousseff.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.