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O dia em que Gilberto Carvalho chorou

“O presidente poderia ter se livrado de mim em momentos críticos pelos quais passei. Jamais vou esquecer quando voltei do segundo depoimento na CPI, e ele tinha atrasado uma viagem me esperando, sentado na minha sala para dizer ‘Gilbertinho, vamos tomar uma cachacinha para você esquecer essas coisas’. Isso eu jamais vou esquecer e por […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h15 - Publicado em 3 jan 2011, 04h37

“O presidente poderia ter se livrado de mim em momentos críticos pelos quais passei. Jamais vou esquecer quando voltei do segundo depoimento na CPI, e ele tinha atrasado uma viagem me esperando, sentado na minha sala para dizer ‘Gilbertinho, vamos tomar uma cachacinha para você esquecer essas coisas’. Isso eu jamais vou esquecer e por esse homem eu poderia morrer”.

É Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula até o dia 31 e secretário-geral da Presidência de Dilma desde ontem. O que vai acima é trecho de seu discurso ao tomar posse do ministério.

Escrevi aqui certa feita – e afirmei o mesmo no programa “Entre Aspas”, da GloboNews  – que Carvalho era o principal espião de Lula no governo Dilma. A fala acima indica que é mais do que isso. Como a racionalidade deixou de ser um valor na análise política, uma fala como essa já não choca quase ninguém.

Uma república democrática dispensa arroubos dessa natureza. No máximo, os homens de estado podem morrer em defesa das instituições, mas não de outros homens. Se Carvalho até “morre” por Lula, a pergunta óbvia é esta: por que não cometeria ou defenderia uma ilegalidade para proteger o objeto de sua devoção?

Chorando, foi mais longe:
“Eu não queria me esquecer nesse momento de todos aqueles que nos ajudaram ao longo dessa luta, da construção dos movimentos sociais, da construção da resistência democrática, do movimento sindical, do PT, dos partidos de esquerda, lembrar de companheiros que ficaram pelo caminho, dos companheiros que foram humilhados pela sua ideologia, dos companheiros que perderam seus empregos e suas famílias para nos permitir chegar onde estamos (…). Lembro de companheiros metalúrgicos cujo olhar não podia compreender a demissão que sofreram depois da greve de 1979, em Curitiba”.

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É a mesma fantasia do discurso de Dilma Rousseff, que analiso no post lá do alto. Todos aqueles que foram “ficando pelo caminho” eram parte do tal “processo histórico”… Carvalho faz a “resistência democrática” parecer um projeto de natureza partidária, o que é piada. Mais ainda: é como se o combate ao regime militar tivesse sido monopólio da esquerda.

De útil na sua fala, há o reconhecimento de que “os movimentos sociais” foram “construídos” como franjas de um projeto partidário. Isso, sem dúvida, está correto. E depõe contra a democracia.

Não consegui saber se ele derramou alguma lágrima por Celso Daniel.

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