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O Brasil, os direitos humanos no Irã, a “sensibilidade feminina” e a carta indecorosa de Celso Amorim

O Brasil votou na manhã de hoje a favor de uma resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, para investigar violações no Irã. O texto prevê o envio de um relator especial ao país. Trata-se, agora sim, de uma mudança de postura em relação à política externa da dupla Lula-Celso Amorim. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h29 - Publicado em 24 mar 2011, 16h08

O Brasil votou na manhã de hoje a favor de uma resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, para investigar violações no Irã. O texto prevê o envio de um relator especial ao país. Trata-se, agora sim, de uma mudança de postura em relação à política externa da dupla Lula-Celso Amorim. Há quatro meses, o país se absteve na votação de uma outra resolução que condenava o governo iraniano por agressões sistemáticas nessa área. Em dezembro, já eleita, Dilma Rousseff concedeu uma entrevista ao jornal americano Washington Post e afirmou que discordava do voto do Brasil.

Comentando a sua entrevista, escrevi então:
O discurso é, sem dúvida, de alguém neófito na área, mas melhor do que aquilo que se tem hoje. A presidente eleita disse não concordar com “as práticas medievais características que são aplicadas quando se trata de mulheres” e que não fará “nenhuma concessão em relação a isso”. Afirmou ainda: “Não sou a presidente do Brasil, mas ficaria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não me manifestar contra o apedrejamento. Minha posição não vai mudar quando assumir.”

A questão, obviamente, não era “de gênero”. Isso é bobagem. Um homem não teria por que se sentir “mais confortável”. Fez-se, agora, o certo e o óbvio.

A crítica à postura brasileira tinha dois fundamentos:
a) há, claro, a questão de princípio — o Irã é um óbvio violador dos direitos humanos, e cumpre ao Brasil deixar claro com quais valores se alinha;
b) se a intenção do país era — e é — obter, um dia, uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, seus votos atuavam contra a sua pretensão.

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Na era Lula-Celso Amorim, a loucura foi grande. No fim de julho do ano passado, o Itamaraty enviou uma carta a todos os países-membros da ONU defendendo que o organismo evitasse condenar os países por violação dos direitos humanos. Segundo Amorim, a condenação é contraproducente. Deve-se buscar sempre o diálogo. No documento, sustenta o Itamaraty:
“Hoje, o Conselho de Direitos Humanos da ONU vai diretamente para um contencioso (…). Elas [as condenações] servem aos interesses daqueles que estão fechados ao diálogo, já que lhes dá uma espécie de argumento de que há seletividade e politização”.

O Itamaraty precisa agora revogar aquela carta. Se Antônio Patriota, o substituto de Amorim, não o fizer,  o Brasil ficará por conta da “sensibilidade feminina” de Dilma…Não se esqueçam de que o Brasil se negou a condenar até o governo patologicamente homicida do Sudão pela morte de 400 mil pessoas em Darfur.

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