O Brasil está de volta ao topo do ranking mundial dos juros reais — e com crescimento pífio
Não, não sou economista — sim, eu sei. Mesmo os não economistas podem juntar lé com lé, cré com cré e concluir que algo não vai bem no arranjo geral. Com a elevação da taxa Selic para 9,5% ao ano, o Brasil volta para o topo do ranking mundial dos juros reais, segundo cálculos do […]
Não, não sou economista — sim, eu sei. Mesmo os não economistas podem juntar lé com lé, cré com cré e concluir que algo não vai bem no arranjo geral. Com a elevação da taxa Selic para 9,5% ao ano, o Brasil volta para o topo do ranking mundial dos juros reais, segundo cálculos do economista Jason Vieira, conforme publica o Estadão.
Digamos que fosse assim porque, sei lá, a economia estivesse superaquecida, porque fosse necessário dar uma freada no crescimento, porque a demanda excessiva estivesse pressionando a inflação, um desses problemas convencionais que as economias enfrentam volta e meia.
Mas não. O Brasil tem o menor crescimento dos Brics. O próprio BC prevê apenas 2,5% para este ano. O FMI antevê os mesmos 2,5% no ano que vem. A ser assim, Dilma produzirá a mais baixa média de crescimento na comparação com os quatro mandatos anteriores — dois de FHC, dois de Lula: 2,15%.
Notem: nem estou aqui entrando no mérito da elevação, se boa ou ruim, se necessária ou não. Apenas evidencio que o conjunto da obra, e olhem que faltam muitos elementos negativos ao quadro, é constrangedor. O mercado prevê que o ano termine com a Selic a 10%.