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Nunca houve um Sete de Setembro como o deste ano. Ou: O espírito de Newton Cruz ria com sarcasmo dos petistas

Nunca se viu um Sete de Setembro como o deste ano. Pra começo de conversa, nada de pronunciamento oficial na TV. Dilma preferiu discursar num vídeo, tornado público nas redes sociais e nas páginas oficiais. A governanta ficou bem longe do povo. Era patético vê-la acenando naquele Rolls-Royce para placas de aço, que mantinham o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h32 - Publicado em 8 set 2015, 06h05

Nunca se viu um Sete de Setembro como o deste ano. Pra começo de conversa, nada de pronunciamento oficial na TV. Dilma preferiu discursar num vídeo, tornado público nas redes sociais e nas páginas oficiais. A governanta ficou bem longe do povo. Era patético vê-la acenando naquele Rolls-Royce para placas de aço, que mantinham o povo de verdade à distância. Na área permitida, só petistas e puxa-sacos.

Com alguma memória, a gente via o espírito do general Newton Cruz, comandante militar do Planalto em 1984, em seu cavalo branco, como Napoleão — a comparação foi do então presidente, o general João Figueiredo —, dando piparotes com o cabo do chicote em automóveis que faziam buzinaço em favor da aprovação da emenda das diretas. O governo decretou “medidas de emergência” em Brasília nos estertores da ditadura. Era uma questão, sem dúvida, política. As ações emergenciais de agora têm origem na cleptocracia que tomou o estado brasileiro.

Dilma não se constrangeu nem em pegar carona na crise migratória que assola a Europa, que teve na terrível imagem do gorotinho Aylan Kurdi, encontrado morto numa praia, o seu símbolo. Na cabeça perturbada dessa senhora, nós somos uma espécie de contraponto àquela barbaridade. Governantes precisam saber a hora de se inibir. Obviamente, ela não sabe.

Houve atos de repúdio ao governo e ao PT absolutamente espontâneos em pelo menos oito capitais, além do Distrito Federal. E que se note: os principais movimentos que têm organizado as manifestações contra a roubalheira e em favor do impeachment não convocaram ato desta vez, embora tenham se manifestado a favor dos protestos.

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O Pixuleco, que já se tornou o símbolo desta era, ganhou uma companheira à altura: a Dilma inflada, com nariz de Pinóquio. Depois do desfile, manifestantes derrubaram placas de aço do cerco metálico que foi chamado de “Muro da Vergonha”. Do outro lado, na banda oficial, estavam petistas. Os dois grupos se hostilizaram, e a Polícia Militar teve de usar gás de pimenta para evitar o confronto.

Michel Temer, o vice que vem sendo bombardeado pelo PT, estava no palanque oficial, onde compareceu apenas um dos seis ministros do PMDB: justamente o de uma pasta condenada a desaparecer — Helder Barbalho, da Pesca. Henrique Alves (Turismo) está em viagem oficial à Itália. Os outros todos tinham compromissos pessoais ou políticos em seus estados. Uma coisa é certa: não estavam no palanque com Dilma. Não é um lugar que se deva disputar hoje em dia.

As pessoas disfarçadas de povo que estavam em Brasília para apoiar Dilma “contra o golpe” — qual? — participaram do tal “Ato dos Excluídos”, uma patuscada esquerdista que nasceu nos setores vermelhos da Igreja Católica e acabou sendo abraçada pela instituição.

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A turma marchou em favor da presidente, mas, claro!, contra as medidas do governo e contra Joaquim Levy, o ministro da Fazenda daquela que, no vídeo divulgado na Internet, anunciou que vai nos administrar alguns “remédios amargos”.

Nunca houve um Sete de Setembro como o deste ano. Mas é possível que eu não tenha me feito entender. Nunca houve porque, tudo indica, os brasileiros realmente começam a se libertar. E, agora, eles se libertam de um tipo muito particular de ditadura: a do PT.

Dilma dialoga com as placas de aço que mantêm o povo prudentemente à distância. A mistificação está com os dias contados.

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