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No Egito, Gramsci é relido à luz de Alá…

Já são 23 os mortos e mais de 1.500 os feridos, segundo o próprio Ministério da Saúde do Egito, desde que a Praça Tahir voltou a ser ocupada na sexta-feira. Os protestos são liderados por defensores de um Egito governado segundo as leis islâmicas. Eles pedem a renúncia imediata da junta militar. Oficialmente, a Irmandade […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h07 - Publicado em 21 nov 2011, 20h55

Já são 23 os mortos e mais de 1.500 os feridos, segundo o próprio Ministério da Saúde do Egito, desde que a Praça Tahir voltou a ser ocupada na sexta-feira. Os protestos são liderados por defensores de um Egito governado segundo as leis islâmicas. Eles pedem a renúncia imediata da junta militar. Oficialmente, a Irmandade Muçulmana — a mão que balança o berço da chamada “Primavera Árabe” — não tem nada com isso. Chega a ser divertido. No New York Times, por exemplo, aponta-se até o “erro estratégico” do grupo, que não teria percebido o que ia pela praça. Ai, ai…

Escrevi a respeito na madrugada. Eu diria que a Irmandade é, hoje, uma espécie de Gramsci relido pelos fiéis de Alá. O que quero dizer com isso? O comunista italiano é o grande teórico da construção da hegemonia política por intermédio da guerra de valores e da ocupação das fissuras do poder por aqueles que querem destruí-lo. É rigorosamente o que está fazendo a Irmandade nos países árabes. Só que o grupo não pretende a ditadura de um “laicismo moderno”; a turma quer mesmo é a ditadura da “teocracia reacionária”. Mas isso não será conquistado de repente.

A Irmandade conseguiu convencer o Ocidente de que os sucessivos levantes no mundo árabe querem uma democracia à moda ocidental, o que é uma piada. Há quem, de fato, o queira? Sim! Mas esses grupos laicos estão longe de comandar a “Primavera Árabe”.

Renúncia
O gabinete civil do Egito entregou a renúncia à junta militar que governa o país, num sinal de que a crise se agravou. As eleições legislativas estão marcadas para segunda-feira. NÃO HÁ UM SÓ MOTIVO NOVO, PRESTEM MUITA ATENÇÃO A ESTE ASPECTO, QUE JUSTIFIQUE O AGRAVAMENTO DAS TENSÕES A NÃO SER A CRIAÇÃO DE UM “CASUS BELLI” que tenha impacto nas urnas. Obviamente, dados os conflitos dos últimos dias, cresce a hostilidade ao poder civil e laico e a adesão às correntes que querem no Egito um governo islâmico.

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