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Nesta semana, Dilma brinda o país com o seu penúltimo ato patético

Afastada vai divulgar a carta aos senadores; se voltar, promete não interferir na Lava Jato nem nomear condenados... Ufa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h06 - Publicado em 15 ago 2016, 07h34

Há coisas que seriam certamente engraçadas se não fossem, vamos ver, nem digo trágicas — porque isso não chegam a ser… Se não fossem patéticas. Assim é com a tal carta que Dilma pretende enviar nesta semana aos senadores, naquele que é seu último esforço para tentar evitar o impeachment, tão certo quanto 59 votos são mais do que dois terços do Senado.

No tal texto, informa a Folha, a Afastada vai assegurar a independência da Lava Jato. Mas esperem! A operação, por acaso, depende hoje de alguma “garantia” do Poder Executivo? Ainda que Dilma não a assegurasse e caso ela voltasse ao poder, então a operação estaria em risco? O que o Executivo, esteja Michel Temer ou ela no poder, teria condições de fazer contra a investigação?

Ah, sim: ela  vai assegurar também que, caso seja posta de volta na cadeira presidencial, não pretende nomear nenhum condenado para o ministério. Santo Deus! Era só o que faltava! E há, por acaso, condenados no governo Temer?

Ah, ora vejam! Num rasgo de humildade, ela deve reconhecer que cometeu erros no governo — duvido que diga quais… —, mas voltará a afirmar que não cometeu crime nenhum, o que, como já resta comprovado, não é verdade. Também estaria disposta a admitir que a situação do país é muito grave, mas que a resposta só pode ser dada por um governo eleito.

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Bem, eu concordo com ela: só com um governo eleito! Por isso, então, pode ser Temer, não é? Afinal, ele foi eleito. Ou a ex-soberana pretende lhe cassar a diplomação?

Como maluquice pouca é bobagem, ela vai mesmo fazer uma defesa enfática do plebiscito para saber se a população quer a realização de novas eleições. Bem, trata-se de uma vigarice óbvia. Todos sabem que a resposta, dada a crise política, é “sim”.

O que Dilma certamente não vai explicar é que tal procedimento, se constitucional fosse — e não é —, teria de contar com a anuência do Congresso, e hoje isso não aconteceria. Mais: para a realização do dito-cujo, ela teria de voltar e de renunciar. Como não volta… Mas ainda que as duas coisas ocorressem, Temer também teria de abrir mão do seu cargo. Ora, nesse caso, a Constituição já oferece respostas: eleição direta em 90 dias se a dupla saída se der até 31 de dezembro deste ano e eleição indireta em 30 dias se a partir de 1º de janeiro do ano que vem.

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Logo, pergunta-se: plebiscito pra quê? E daí? Dilma não quer dar atestado de sanidade. Ela só quer ter razão. No hospício, isso é muito comum.

A Afastada poderia se poupar e nos poupar do ridículo. Mas não vai. Afinal, ela se orgulha de ser uma pessoa determinada.

Foi com muita determinação que ela conduziu o país à maior crise econômica de sua história.

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