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MOVIMENTO VOLTA DILMA – Janot, pedidos de prisão, Marina, demagogos e imbecis

Os que ambicionam usar a ousadia irresponsável de Janot em favor de novas eleições ou ainda não entenderam o que está em curso ou estão a serviço de um dos dois extremismos: de direita ou de esquerda. Em qualquer dos casos, fazem o jogo objetivo de Dilma e dos que lutam por sua volta

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h33 - Publicado em 8 jun 2016, 08h15

Ai, ai…

É como costumo começar um post quando os imbecis não me surpreendem. Num dos textos que escrevi ontem sobre os absurdos pedidos de prisão feitos por Rodrigo Janot, mandei ver: “Esse destrambelhamento geral de querer meter todo mundo na cadeia, de baciada, por razões erradas, só serve a quem está apostando no clima do ‘quanto pior, melhor’ para justificar novas eleições”. Batata! Bastaram algumas horas para que viesse das trevas da inconsistência a voz de Marina Silva. E ela está cobrando… novas eleições!

O mesmo, claro!, passaram a fazer alguns coleguinhas na imprensa, como se a realização de uma disputa eleitoral agora pudesse livrar a política dos vícios. Mas nem me atenho a esse particular neste texto. O que me incomoda muito especialmente são a demagogia e o oportunismo.

Releiam o que escrevi os que estiverem honestamente interessados no debate. É uma estupidez e um despropósito debater se Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney são culpados ou inocentes. As acusações contra eles vão se acumulando. As instituições estão em pleno funcionamento. Temos um Supremo Tribunal Federal que já deixou claro que manda, se preciso, para a cadeia os poderosos. O Ministério Público e a Polícia Federal podem reclamar de tudo, menos de interferência indevida em seu trabalho.

Se e quando se produzirem as provas, comprovadas as culpas — ou antes, no caso de haver ameaça objetiva à apuração —, haverá as prisões. O ponto, definitivamente, não é esse. Eis a demagogia nefasta, que corrói a inteligência.

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Em sua coluna na Folha, Elio Gaspari, por exemplo, se limita a exaltar o fato de que a Lava-Jato chegou ao PMDB. Mas esperem aí! Não chegou agora! Já havia chegado. Todos os figurões do partido estão sob investigação. Isso não está em debate. FINGIR QUE ESSE É O TEMA CORRESPONDE A ENGANAR OS LEITORES, OS INTERNAUTAS, OS OUVINTES, OS TELESPECTADORES. As perguntas são outras:
1: os motivos alegados por Janot para pedir a prisão dos três fazem sentido? Há nas conversas conhecidas evidências de crimes?;
2: é aceitável que dez ministros do Supremo sejam informados pela imprensa de que a Procuradoria-Geral da República quer prender o presidente do Congresso, um senador e um ex-presidente da República?

As respostas são óbvias a qualquer operador medianamente informado do direito. Se há motivos para prender a trinca, certamente não são aqueles alegados por Janot. E, obviamente, é um despropósito que o Supremo seja posto contra a parede por vazamentos que procuram tirar dos ministros a capacidade de julgar com isenção.

Ora, esses procedimentos não lustram o estado de direito; não estão adequados ao padrão da democracia. E, salvo engano, uma das razões por que devemos apoiar a Lava-Jato é o fato de que seus protagonistas pretendem fazer com que a lei se sobreponha ao arbítrio.

Os idiotas logo saem em marcha, achando que a cadeia responde a todos os desafios do Brasil e que a Lava-Jato pode fazer pelo país o que a política não faz. Aliás, foi o que disse Marina Silva na sua habitual e detestável glossolalia. Segundo a preclara, uma das virtudes da operação é promover a reforma política. É um pensamento asnal.

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O mais curioso, noto, é que tanto a extrema esquerda como a extrema direita — além da turma do miolo mole — resolveram embarcar na tese das novas eleições. Cada uma dessas correntes, abraçada à sua vocação messiânica, está convicta de que a população estaria disposta a abraçar o seu sectarismo.

O Brasil precisa, mais do que nunca, de um ajuste fiscal e de uma moralização das contas públicas. Em meio à recessão, à inflação e a uma crise política como nunca se viu, imaginem a disposição que teriam candidatos de defender medidas que demandam algum sacrifício. Penso no espetáculo de generosidades irresponsáveis que uma disputa não ensejaria agora…

Cadeia, sim, para quem precisa de cadeia. Mas segundo as regras.

Os que ambicionam usar a ousadia irresponsável de Janot em favor de novas eleições ou ainda não entenderam o que está em curso ou estão a serviço de um dos dois extremismos: de direita ou de esquerda. Em qualquer dos casos, fazem o jogo objetivo de Dilma e dos que lutam por sua volta.

Texto publicado originalmente às 5h27
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