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Mino, o gigante moral do jornalismo brasileiro

Se a intelligentsia universitária brasileira não estivesse contaminada pela burritsia esquerdopata-petista, a cobertura jornalística do acidente do Metrô haveria de merecer uma penca de teses. Eu não havia lido o que vai abaixo, mas um leitor chamou a minha atenção. É um post de Mino Carta (toc, toc, toc – onomatopéia de quem bate na […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h46 - Publicado em 20 jan 2007, 17h32
Se a intelligentsia universitária brasileira não estivesse contaminada pela burritsia esquerdopata-petista, a cobertura jornalística do acidente do Metrô haveria de merecer uma penca de teses. Eu não havia lido o que vai abaixo, mas um leitor chamou a minha atenção. É um post de Mino Carta (toc, toc, toc – onomatopéia de quem bate na madeira para afastar maus espíritos) do dia 15 de janeiro, às 13h21. O desmoronamento da obra se dera na tarde do dia 12. Nada menos de 72 horas depois do acidente, escrevia este gigante moral do jornalismo euro-brasileiro num post intitulado “Autofagia metropolitana”:

Notável a cobertura da Globo sobre o espantoso evento que abalou São Paulo, com a inauguração da cratera da Marginal do Pinheiros. A tevê global ignora com infinita solenidade as responsabilidades do governo do Estado, promotor da PPP que está na origem do desastre. Arrisco-me a dizer: a irresponsabilidade da tucanagem, sempre movida pela sanha privatizante. Os parceiros privados, livres de qualquer controle, empregaram técnicas e métodos inadequados. Que aconteceria em outro país que não o Brasil? A questão seria encarada do ponto de vista criminal. E que dizer do secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, certo Portella, o qual, com candura angelical, soletra seu conhecimento do problema desde a quinta-feira 11? Sabia, e nada fez? Estamos diante de um exemplo ululante de irresponsabilidade, incompetência e desfaçatez. Mistura infernal, mas já experimentada com êxito pelas autoridades nativas em outras ocasiões. E tem mais: a cratera paulistana é o símbolo inexorável da autofagia de uma cidade que há largas décadas come a si mesma.

Em outro país que não o Brasil, Mino Carta não serviria nem para foca amestrada de redação — por falta de adestramento. Setenta e duas horas depois do acidente, ele ainda ignorava, ou fingia (tanto faz!), que a PPP — Parceria Público-Privada — nada tem a ver com a construção da linha do Metrô. A PPP, que, em post seguinte, ele atribui aos tucanos, é, para começo de conversa, uma criação petista e foi firmada para a compra e operação dos trens da Linha 4, não para a construção da obra.
Quanto ao secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella — o “certo Potella” —, a informação é simplesmente mentirosa, o que a foca malvada viria a reconhecer num post das 18h26 do mesmo dia: “O secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo desmentiu a Folha de S.Paulo: soube do acidente da Marginal do Pinheiros vinte horas depois do ocorrido, e não um dia antes, como o jornal publicou. Tudo bem. Sobra a constatação de que as comunicações entre os parceiros da PPP funcionam mal, tanto mais diante da imponência da tragédia.” Vejam vocês: no primeiro texto, Mino não atribui a informação errada à Folha. Ele a compra como verdadeira sem citar o jornal. Na hora do desmentido, corajoso e destemido como sempre, este titã da imprensa responsabiliza o jornal. Mas mantém a mentira sobre a PPP, esta de sua própria e inequívoca lavra. E não se corrigiu até agora.
Aliás, o mais encantador na trajetória deste senhor é a precisão com que ele costuma contar a história, inclusive a própria história. Foi assim que se tornou um gigante do jornalismo.

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