Ministério Público Estadual desmente ao menos uma das mentiras contadas pelo senador Eduardo Suplicy; agora falta desmoralizar as outras
Já relatei aqui a indignidade em que se meteu o senador Eduardo Suplicy, notório defensor de humanistas como Cesare Battisti e seqüestradores de empresários, ao acusar uma guarnição da PM de ter cometido estupro na operação de desocupação do Pinheirinho. Como deixei claro, a ação a que se refere: a) não aconteceu no Pinheirinho; b) […]
Já relatei aqui a indignidade em que se meteu o senador Eduardo Suplicy, notório defensor de humanistas como Cesare Battisti e seqüestradores de empresários, ao acusar uma guarnição da PM de ter cometido estupro na operação de desocupação do Pinheirinho. Como deixei claro, a ação a que se refere:
a) não aconteceu no Pinheirinho;
b) não aconteceu no dia da desocupação;
c) a denúncia é feita por pessoas detidas com considerável quantidade de droga e uma espingarda calibre 12;
d) a advogada dos presos acompanhou o Boletim de Ocorrência e não denunciou violência sexual nenhuma;
e) a operação ocorreu às 3h30 da manhã, e o BO foi lavrado às 4h, meia hora depois; não obstante, segundo o petista, a sessão de estupro teria durado quatro longas horas;
f) a denúncia surge só 10 dias depois da suposta ocorrência.
Como Suplicy é Suplicy — inimputável porque tem a imunidade parlamentar, atrás da qual se esconde, e porque amplos setores da política confundem sua aparência de idiota clínico com sua essência (e idiota não é!) —, ele sai denunciando o suposto estupro aos quatro ventos, maculando a honra de uma instituição e atacando a reputação de policiais que são pais de família. É asqueroso!
Leiam agora trecho do que informa o Portal G1. Volto em seguida:
O Ministério Público de São Paulo divulgou uma nota negando que suposto abuso cometido por policiais militares relatado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no plenário do Senado, na sexta-feira (3), tenha ocorrido no terreno conhecido como Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior paulista. A investigação sobre os abusos corre em segredo de Justiça.
A Polícia Militar também descartou que o caso tenha acontecido durante a reintegração de posse, iniciada em 22 de janeiro. A desocupação terminou no dia 25 do mês passado. Na ação 32 pessoas foram detidas.
Procurado, o senador afirmou ao G1 nesta segunda que a PM estendeu a operação do Pinheirinho para áreas próximas em busca de traficantes e que a declaração foi dada neste contexto. “Não houve engano algum. A operação de desocupação do Pinheirinho se estendeu a bairros vizinhos, como o Campo dos Alemães”, disse.
O comandante da Policia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, declarou ainda na sexta que a corporação investiga uma ação de 12 PMs das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), porém eles não serão afastados por conta das discrepâncias entre as versões apresentadas pelo senador e pelos policiais. Os policiais foram chamados para apurar uma denúncia de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, na madrugada do dia 23 de janeiro, no Campo dos Alemães, área vizinha ao Pinheirinho. Camilo repudiou a maneira como o assunto foi trazido à tona.
No sábado (4), o governador Geraldo Ackmin também negou que o suposto abuso sexual tenha ocorrido no Pinheirinho durante a reintegração de posse. “Isso vai ser investigado e esclarecido. Não foi no Pinheirinho, foi fora. Não foi no dia da reintegração, foi depois. A queixa só foi feita dez dias depois, mas nós vamos apurar rigorosamente. Com absoluto rigor”, declarou Alckmin.
O MP confirmou que o senador acompanhou duas vítimas durante depoimento e que ele obteve cópia das declarações. “Os fatos narrados no depoimento não ocorreram na localidade do Pinheirinho, recentemente desocupada em cumprimento à reintegração de posse”, diz a nota divulgada na sexta. A promotoria investiga o teor das declarações.
(…)
Encerro
Os doutores do Ministério Público vão me perdoar a franqueza, mas sei muito bem como são feitas certas notícias e as salsichas, para lembrar frase famosa atribuída a Bismarck. Se o MPE está apurando uma denúncia, não tem de fazê-lo em parceria com um parlamentar petista, notório detrator da política de segurança do estado de São Paulo. Se uma cópia do depoimento lhe foi fornecida, isso contraria a boa prática de um promotor.
De todo modo, tudo vai ser apurado. Observo que o conjunto de mentiras de Suplicy foi vazado na sexta. A primeira das inverdades só é negada na segunda, depois de a acusação render abertura de páginas nos jornais e de a PM ser convocada a provar a sua inocência.
Esses setores da imprensa deveriam se envergonhar de servir como meros porta-vozes do petismo. Em alguns casos, trata-se de subserviência voluntária e ideológica; em outros, cuida-se de relações comerciais mesmo: noticia-se o que quer o cliente.
Notem: flagrado na patuscada, Suplicy não se dá por achado. Sabe que pode continuar a contar a mentira sem que nada de ruim lhe aconteça.