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Marina acha golpismo pedir o impeachment de Dilma, mas defende a saída de Cunha

Marina Silva concedeu uma entrevista à Folha deste domingo. Como de hábito, seu pensamento parece ter atingido o lugar da santidade, só permitido aos mártires. Ela é contra o impeachment de Dilma Rousseff, mas quer o afastamento de Eduardo Cunha. E lamenta, coitadinha!, que tenha de enfrentar tanta incompreensão. Diz a pensadora, depois de constatar que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h48 - Publicado em 2 ago 2015, 10h05

Marina Silva concedeu uma entrevista à Folha deste domingo. Como de hábito, seu pensamento parece ter atingido o lugar da santidade, só permitido aos mártires. Ela é contra o impeachment de Dilma Rousseff, mas quer o afastamento de Eduardo Cunha. E lamenta, coitadinha!, que tenha de enfrentar tanta incompreensão.

Diz a pensadora, depois de constatar que o país, sob Dilma, sofre perdas econômicas e sociais:
“Não podemos, em hipótese alguma, colocar em xeque o investimento que fizemos na democracia. Você não troca de presidente por discordar dele ou por não estar satisfeito. Se há materialidade dos fatos, não há por que tergiversar. Se não há, o caminho doloroso de respeito à democracia tem que prevalecer.”

Pela ordem:
1: quem está tentando trocar de presidente “só por discordar dela”?:
2: quem está disposto a pôr em xeque o investimento na democracia?;
3: os que pedem a saída de Dilma o fazem apontando “a materialidade dos fatos”.

Marina Silva já leu a Lei 1.079?

E que papo é esse de “caminho doloroso da democracia”? Doloroso, minha senhora, é abrir mão das faculdades que a democracia oferece — entre elas, o impeachment.

E ela prossegue:
“Alguns políticos estão tentando instrumentalizar a crise, em vez de resolvê-la. Na democracia, não se resolve a crise passando por cima do processo constitucional.”

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É?

Marina é minha candidata, a partir de agora, a “resolver a crise, em vez de instrumentalizá-la”. E está obrigada a dizer quem está tentando “passar por cima do processo constitucional”. Ela não empregou a palavra “golpistas” para classificar os que defendem o impeachment, mas é o que acha que são: golpistas. Ou merece outra designação quem “passa por cima do processo constitucional”?

Com Eduardo Cunha, no entanto, ela é mais severa. Diz: “Uma vez denunciado, é óbvio que ele deve ser afastado, sem que isso seja um pré-julgamento”. Entendi. Não é pré-julgamento, mas ele tem de sair. Noto que Marina nem mesmo esperaria o Supremo aceitar ou recusar a denúncia: bastaria Rodrigo Janot estalar os dedos.

O mesmo Janot que não demonstrou, até agora, nem coragem nem autonomia para pedir ao menos a abertura de um inquérito contra Dilma, conforme autorizam a Constituição e a jurisprudência do Supremo. E Marina deve pensar o mesmo sobre Renan Calheiros, presidente do Senado. Nota à margem: ainda que o tribunal aceite denúncia contra ambos, não são obrigados a deixar os respectivos cargos.

Dilma deveria demitir Aloizio Mercadante e levar Marina para a Casa Civil. Ela saiu do PT, mas o PT obviamente não saiu dela.

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E falta que a líder do ainda inexistente “Rede” aponte uma saída, certo? Sim, ela tem a resposta. Há, segundo disse, dois trilhos:
1: o da investigação, que tem de continuar autônoma…;
2: “o outro trilho é dos rumos da nação”.

Ah, bom! Agora ficou fácil!

Marina acha que, caso se encontrem os “rumos da nação”, o resto está resolvido.

Que bom!

Deve ser a isso que ela chama não ser sem nem situação nem oposição, mas “ter posição”.

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Como diz a minha mulher, “dê um problema difícil para Marina, que ela lhe devolve um trocadilho”.

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