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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Liberdade! “Bicicletai, seios nus!” E continuarei a dizer o que me incomoda

Todas as distopias que acenam com o horror do totalitarismo perfeito têm na “informação” a chave do sucesso — que é a desgraça da homem. E, não por acaso, em todas elas, o sigilo desaparece. O leitor que gosta de inquirir o blogueiro poderia contra-argumentar (entre muitas contestações possíveis) que, em 1984, por exemplo, de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h27 - Publicado em 2 dez 2010, 18h41

Todas as distopias que acenam com o horror do totalitarismo perfeito têm na “informação” a chave do sucesso — que é a desgraça da homem. E, não por acaso, em todas elas, o sigilo desaparece. O leitor que gosta de inquirir o blogueiro poderia contra-argumentar (entre muitas contestações possíveis) que, em 1984, por exemplo, de George Orwell, é o “sistema” que sabe tudo que atua contra o indivíduo, que não tem privacidade nenhuma. No caso do WikiLeaks, seria o contrário: a luta seria do indivíduo contra a máquina.

Trata-se de uma ilusão. Os indivíduos estão representados pelo governo democrático, que lida com mais variáveis do que cada um de nós isoladamente. Um sistema absolutamente transparente de tomada de decisão, em que conversas privadas fossem impossíveis, já teria levado o mundo à breca há muito tempo. Imagino os diálogos entre diplomatas americanos e soviéticos durante a chamada “crise dos mísseis” em Cuba, em 1962. Tudo às claras, os que houvessem sobrado estariam hoje lutando com paus e pedras…

Eu defendo o direito que os governos têm ao sigilo — e, obviamente, acho que eles precisam tomar o devido cuidado para mantê-lo. E censuro expedientes criminosos para quebrá-los. E isso nada tem a ver com liberdade de imprensa. Aliás, esta só existe porque assentada do direito ao sigilo da fonte. Ou alguma imprensa sobreviveria à chamada “transparência absoluta”? Imaginem um site que se dedicasse a revelar as comunicações sigilosas de jornalistas com suas respectivas fontes… O que aconteceria?

Aquilo que é busca de informação, procedimento legal e legítimo — e jornalistas são obrigados a falar freqüentemente com pessoas impróprias para consumo humano, com prazo de validade ética vencido há muito… —, poderia assumir a feição de conluio e até de crime. E sem ser. Como diria Vinicius, “bicicletai, seios nus!” Que a imprensa publique o que tiver e achar relevante. Estou cumprindo aquele que considero ser o meu papel: dado o incômodo, digo o que me incomoda. Nisso como no resto. Não será a primeira vez que expresso divergência no coro dos contentes.

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