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Lewandowski chama impeachment de golpe e evidencia a miséria jurídica e ética que chegou também ao STF

Adicionalmente, ministro fala bobagem sobre a duração do regime militar. Mas foi a menor delas, insista-se

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h06 - Publicado em 13 nov 2015, 16h49

Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, costuma produzir seu melhor pensamento quando está calado. O diabo é que, de vez em quando, ele fala. E, por óbvio, também toma decisões.

Nesta sexta, ele conferiu uma palestra numa faculdade aqui em São Paulo. Se há quem queira ouvir, né?, fazer o quê? E disse o seguinte sobre a possibilidade de Dilma perder o mandato em razão de um eventual processo de impeachment.

“Estes três anos após o golpe institucional poderiam cobrar o preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos. Devemos ir devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo bem e não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo lançada nos olhos de muitos brasileiros”.

Trata-se de uma fala energúmena, terrorista e militante. Quem fala aí é o petista, pouco importa se de carteirinha ou não. O homem faz jus à forma como foi indicado por Lula: a mãe dele era amiga de Marisa Letícia, mulher do então presidente. E isso deu em notório saber jurídico. Adiante.

Golpe uma ova. Quando um presidente da Suprema Corte chama de “golpe” o que está previsto na Constituição e na Lei 1.079, das duas uma: ou não sabe nada, ou o que sabe é má-fé. Idiota, Lewandowski não é. Ou não teria chegado aonde chegou com seu currículo magro nas lentes jurídicas.

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Volta ao passado tenebroso de 30 anos? Do que esse cara está falando? Do regime militar? Em primeiro lugar, a ditadura durou 21 anos, não 30. No dia 21 de abril de 1985, assumiu a Presidência o senhor José Sarney, e o velho regime estava definitivamente morto.

Se a ditadura tivesse durado 30 anos, teria se estendido até 1994, e a Constituinte de 1988 teria sido redigida sob a força dos tanques. Por que Lewandowski não se cala?

Em segundo lugar, de que diabo de cortina de fumaça ele está a falar? A expressão designa o uso de determinado evento para distrair as pessoas, para tirá-las do foco, para levá-las a se fixar no que não tem importância, deixando de lado o que tem.

Cortina de fumaça, pois, é o discurso de Lewandowski, segundo o qual o impeachment seria golpe. Este senhor está querendo que os brasileiros deixem de considerar a responsabilidade de Dilma Rousseff na crise política que vivemos — já nem se diga da econômica.

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Este senhor pretende que os brasileiros não divisem os crimes cometidos pelo PT, que, pela segunda vez, é flagrado numa grande esquema para assaltar a institucionalidade.

Gente como Lewandowski provoca em mim uma profunda vergonha, aquela, a tal, a vergonha alheia. Ele tem formação em direito, ainda que vá lá, se fosse jogador de futebol, estivesse mais para um atacante do Íbis, o pior time do mundo, do que para um Pelé… Refiro-me apenas à habilidade específica, não ao caráter. Afinal, o Íbis quer ser o pior time do mundo. E Lewandowski certamente se acha uma sumidade.

Ele sabe que está contando uma grossa mentira jurídica e política ao classificar um eventual processo de impeachment de golpe institucional. Mas por que se obriga a fazê-lo: na melhor das hipóteses, que já é terrível, para ser grato àquele que o alçou da mediocridade ao posto de um dos 11 indivíduos mais importantes da República.

Lewandowski é a evidência da miséria intelectual, teórica e jurídica que também chegou ao Supremo.

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