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LEIAM COM MODERAÇÃO: OS ASQUEROSOS

Leio uma notícia de estarrecer no caderno VIVER do jornal Tribuna do Norte, de Natal. Reproduzo trechos. E é preciso ter sangue frio. A performance arte ou happenning vem causando polêmica desde suas primeiras aparições em meados do século passado. (…) A questão da ética na arte volta à tona esta semana, com a abertura […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h40 - Publicado em 24 mar 2010, 06h15

Leio uma notícia de estarrecer no caderno VIVER do jornal Tribuna do Norte, de Natal. Reproduzo trechos. E é preciso ter sangue frio.

A performance arte ou happenning vem causando polêmica desde suas primeiras aparições em meados do século passado.
(…)
A questão da ética na arte volta à tona esta semana, com a abertura do XIII Salão de Artes Visuais da Cidade – que abriu sexta-feira e fica em cartaz até 30 de abril, na Galeria Newton Navarro da Fundação Capitania das Artes.

A polêmica não foi pela qualidade das obras, o formato mais democrático ou rateio do prêmio em dinheiro – mudanças significativas na edição deste ano.  Nenhum desses rendeu tanta discussão quanto a enigmática performance do cientista social e artista visual Pedro Costa, durante a abertura do tradicional XIII Salão de Artes da Cidade do Natal que aconteceu no Nalva Melo Café Salão na sexta-feira passada (12).

Na ocasião, Pedro Costa, um dos classificados da mostra na categoria performance artística, ficou nu diante da platéia e, na posição de quatro, retirou um rosário do ânus. O resultado da performance virou um vídeo que está ainda em exposição na galeria Newton Navarro da Funcarte, para apreciação do público. O objeto da performance, o rosário, também está em exposição. O vídeo foi parar na internet e vem gerando discussões nas redes sociais como twitter e nos blogs culturais.

O VIVER conversou com o artista Pedro Costa, que disse não estar surpreso com a repercussão. “Quando você faz um trabalho de arte contemporânea e lança para o público, a gente deixa que as pessoas façam as suas leituras. Prezo por esta liberdade”, declarou Pedro Costa.

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A performance de Pedro passou pela curadoria do Salão de Artes Visuais – formada pelo paulista Márcio Harum; regional, o cearense Solon Ribeiro e o local, Leandro Garcia, eleito pelos artistas – sob o seguinte argumento, escrito pelo artista:
“representa a salvação. Uma salvação mítica que muitos gays acreditam haver para sublimar o fato de contrair uma doença sem cura. Como crítica, o ânus, lugar da morte gay, necessita da salvação, concedida pelo terço, em nossa sociedade ocidental dominada pela instituição católica e imposta como única forma de compreender o mundo e as relações humanas” .

Pedro Costa disse que a performance vem promover o que ele chama de “descolonização do corpo” através da expurgação do terço, que segundo ele é “um dos símbolos do domínio colonialista”.

Um dos curadores da mostra, Solon Ribeiro, artista plástico e professor de artes, saiu em defesa do artista:
“Acho o trabalho dele forte e faz parte da história da arte. Não é único, tem toda historia do body arte, que começou em 60 em Viena. Mas vai dialogar com a religião. Não pode ser visto como afronta à religião;  é mais uma falação. O crucifixo poderia entrar pela boca, pelo ouvido o fato de ter gerado polêmica porque entrou pelo ânus é mais um preconceito. A madona também fez isso com o crucifixo”, disse ele.

Comento
Quem é mais intelectualmente delinqüente? O tal “artista”, cujo discurso deixa entrever a suspeita de maluquice clínica, ou a explicação indigente do tal Solon, provando, uma vez mais, que nome não é destino? Uma obra que tratasse qualquer outra religião com essa boçalidade seria liminarmente recusada no salão. Quando se trata de vilipendiar os símbolos cristãos, aí se evoca, então, a liberdade de expressão.

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Costa, o que se expressa pelo traseiro, certamente se considera um mártir da diversidade — e os que selecionaram o seu trabalho queriam provocar a polêmica, julgando-se, certamente, já vitoriosos por isso. E o rapaz respeita essa diversidade de tal modo que resolveu ofender os que professam uma religião que não é a sua. Segundo diz, “nossa sociedade ocidental dominada pela instituição católica [é] imposta como única forma de compreender o mundo e as relações humanas”.

Pois é… A “nossa sociedade ocidental” tolera gente como ele, não é? Por que  não decide parir pelo traseiro objetos religiosos no Irã, por exemplo, que não é nem cristão nem ocidental? Ou na China, idem, idem? Aliás, eu gostaria de vê-lo em Cuba expelindo um discurso de Fidel Castro ou aquela foto de Che Guevara — por lá não tem esse papo de cristianismo, que tanto oprime o rapaz.

Cadeia para Costa e para os que selecionaram o seu trabalho? Não, né? A sociedade que eles tanto detestam lhes permite a tolice e a delinqüência intelectual. É uma pena que não possam ser punidos segundo a sociedade que amam. Sem contar que me vejo forçado a lembrar que o crucifixo não é o maior risco que ele corre, dado o orifício por meio do qual se expressa.

Não é o fim dos tempos, não, gente! É só um flagrante de um tempo.

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