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Há sinais de que republicanos e democratas possam chegar a um acordo no EUA. E, de novo, a questão da democracia

Segundo o New York Times, o Senado dos EUA está mais próximo de chegar a uma solução de consenso sobre a elevação do teto da dívida. Republicanos e democratas estão empenhados em costurar uma alternativa que afaste o país do que parecia, e parece ainda, impensável: o calote das dívidas interna e externa. Ninguém consegue […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h11 - Publicado em 14 out 2013, 23h13

Segundo o New York Times, o Senado dos EUA está mais próximo de chegar a uma solução de consenso sobre a elevação do teto da dívida. Republicanos e democratas estão empenhados em costurar uma alternativa que afaste o país do que parecia, e parece ainda, impensável: o calote das dívidas interna e externa. Ninguém consegue prever o efeito que isso provocaria na economia mundial. Coisa boa não seria. Na hipótese do acordo, um dos impostos que compõem o tal programa de assistência médica de Obama seria retardado por algum tempo, e se criariam critérios mais rígidos para os candidatos à assistência pública de saúde. Mas tudo ainda é muito fluido.

Os republicanos, especialmente a turma do Tea Party, passa por um processo de demonização na imprensa americana — e mundial, inclusive a nossa — como nunca se viu. O chefe da campanha, como não poderia deixar der ser, é Obama. Reitero um ponto: se me fosse dado escolher e se isto fosse relevante, não endossaria a ação dos opositores do presidente; não parece ser esse o melhor instrumento nem o mais didático para que os americanos se convençam de que ele não é bom líder. Daí a considerar que os republicanos, especialmente a sua ala mais à direita, fabricaram essa crise sozinhos vai uma diferença brutal.

Mas fazer o quê? Vivemos a era em que as palavras já não fazem, assim, tanto sentido. Vejo Obama a dizer — e também seus entusiastas — que ele não pode ceder à chantagem dos republicanos, que estariam tentando impedi-lo de governar. Digamos, para efeitos de pensamento, que assim fosse: este presidente que está aí, a exemplo de seus antecessores, é herdeiro de uma legislação que confere prerrogativas ao Congresso. E uma delas é elevar o tal teto da dívida. Cada parte pode, por seu turno, recusar o que a outra propõe: se tudo der errado, qual delas será a responsável pela tragédia?

A resposta razoável é uma só: as duas! Mas quem foi eleito para governar o país e jurou, diante da Constituição, proteger os americanos? Barack Obama! Com uma imprensa esmagadoramente a seu favor nesse caso, ele sataniza os adversários a valer e transforma o que é uma prerrogativa democrática — alguém tente me provar que não — numa usurpação. Se não coubesse ao Congresso dar pitaco no caso, tudo já estaria devidamente resolvido, certo?

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O acordo que está sendo costurado, e assim tem sido há muito tempo, daria folga ao país para tocar suas obrigações até fevereiro do ano que vem, quando teria de haver nova negociação. Uma questão que me parece obviamente ditada pela razão: se os republicanos realmente não cederem; se o Tea Party não piscar e decidir pagar pra ver, a quem caberá, então, impedir o pior? Ora, se esse grupo a que chamam de minoria irresponsável e radical dá mostras de que pode ir às ultimas consequências, a Obama ainda resta o espaço de escolher o mal menor — a menos que sobreponha a sua vaidade ao próprio risco da catástrofe. Lembram-se quando Salomão propôs dividir a criancinha em duas partes para saber qual mãe dizia “não” primeiro? A verdadeira aceitou perder o bebê para a impostora. E se Obama decidisse, para variar um pouco, ser mais sagaz do que “justo”?

 

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