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Grupos de direita devem chamar Marina Silva para próximo protesto

A líder do partido que lutou bravamente para manter Dilma no poder acusa as outras legendas de conluio em favor da impossível anistia ao caixa 2

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 29 mar 2017, 08h03 - Publicado em 28 mar 2017, 21h42

Os ditos “movimentos de rua” já podem contar com uma nova aliada: Marina Silva, a xamã, pajé e papisa da Rede Sustentabilidade. No programa político levado ao ar nesta terça-feira, o partido acusa os adversários de, ora vejam!, tentar barrar a Operação Lava Jato.

Marina fala o seguinte mimo: “Chegou o tempo do combate à corrupção. A Lava Jato está fazendo uma reforma política na prática. O PT, o PSDB, o PMDB, os grandes partidos da polarização, que nunca se uniram em nome da nação, agora estão unidos e convergentes nessa jogada de barrar a Lava Jato. E uma das formas de barrar a Lava Jato é aprovando a anistia ao caixa dois”.

É a mesma acusação — falsa porque impossível de ser realizada — que o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre, entre outros, fizeram no domingo, naquela manifestação a que o povo não compareceu.

E todos estão repetindo uma bobagem inventada pelo Ministério Público Federal.

É Marina quem vem falar em combate à corrupção? Fosse por ela e por sua turma, Dilma Rousseff e o PT ainda estariam no poder. Lembro seus passos:

1 – A rede se manifestou oficialmente contra o pedido de impeachment de Dilma;

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2 – Marina só aderiu ao impeachment — “a nível de pessoa”, se é que me entendem — em abril do ano passado, quando percebeu que Dilma não iria se sustentar;

3 – mesmo assim, o representante da Rede na Comissão Especial do Impeachment da Câmara votou contra o impedimento;

4 – na votação em plenário, os quatro deputados da Rede se dividiram: dois a favor do impeachment e dois contra;

5 – no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), agora um redista, foi o parlamentar que mais resistiu à saída de Dilma. Demonstrava um entusiasmo pela causa ainda maior do que o dos petistas.

E Marina vem, agora, com a cara mais limpa do mundo, acusar as demais legendas de só pensar nos interesses próprios? Justamente ela, a quem interessava que Dilma permanecesse sangrando no poder para que pudesse, então, herdar os votos de uma esquerda que estaria destruída? Não se enganem: se Dilma não tivesse caído, a esquerda com coragem de assumir a sua cara estaria inviabilizado para 2018. E Marina então poderia ser a alternativa, né?, já que é uma esquerdista que não ousa dizer seu nome…

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A Rede pode ter cometido um erro de cálculo. Seu programa vai ao ar dois dias depois da manifestação do dia 26, que pretendia arrastar multidões às ruas em defesa da Lava Jato, que não está sendo ameaçada por ninguém, e contra os políticos.

Só que se assistiu a um mico gigantesco. Os que se queriam “donos do povo” quebraram a cara de, literalmente, verde e amarelo. Além de tudo, os organizadores contribuíram para dar a impressão de que a extrema direita tem influência decisiva no antipetismo, o que não é verdade.

Que coisa, não é mesmo? Eis que, de repente, estão do mesmo lado, unidos numa causa ao menos (“contra os políticos”), alguns movimentos de rua com sotaque de direita; Marina Silva, que fala em línguas (glossolalia), mas sempre línguas de esquerda, e o Ministério Público Federal. Trata-se uma verdadeira Conjuração dos Honestos. E, vocês verão, vem chegando mais gente.

Ainda vou escrever mais a respeito, mas já adianto. Trato cotidianamente de política há 40 anos. Comecei com 15. Nunca se viram, nesse tempo e, creio, em tempo nenhum, elites (refiro-me às intelectuais) tão imbecilizadas, tão malformadas, tão deformadas.

Marina, com sua conversa salvacionista, é só mais uma expressão do obscurantismo!

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