Grupo JBS define novo presidente da Delta
Leiam o que informa Julio Wiziack, na Folha Online. Comento no próximo post: A J&F definiu, nesta sexta-feira, o novo presidente da empreiteira Delta. O cargo será ocupado por Humberto Farias, ex-presidente da usina de álcool e açúcar Renuka. A holding J&F, controladora de empresas como o frigorífico JBS e a Vigor, confirmou na quarta-feira […]
Leiam o que informa Julio Wiziack, na Folha Online. Comento no próximo post:
A J&F definiu, nesta sexta-feira, o novo presidente da empreiteira Delta. O cargo será ocupado por Humberto Farias, ex-presidente da usina de álcool e açúcar Renuka. A holding J&F, controladora de empresas como o frigorífico JBS e a Vigor, confirmou na quarta-feira (9) o acordo para assumir a gestão da Delta Construções -empreiteira de Fernando Cavendish que teve seu nome ligado ao escândalo envolvendo o empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro por uma operação da Polícia Federal. No comunicado, grupo informou que o acordo, que passa a vigorar a partir da semana que vem, foi assinado na segunda-feira (7) e que a empreiteira passará por um rígido processo “de auditoria” nos próximos meses. Somente após os resultados desta diligência será ou não exercida uma opção de compra.
O contrato preliminar dá direito à J&F de substituir a estrutura administrativa da Delta, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração. Este contrato preliminar, que vincula as partes e que será confirmado pela J&F a partir dos resultados da diligência, resguarda os novos gestores de qualquer responsabilidade em relação aos contratos vigentes até que a auditoria seja concluída. Segundo o comunicado, a Delta terá a “gestão profissionalizada a partir dos mais altos padrões de governança corporativa [transparência]”. “Nosso objetivo é honrar os contratos que serão auditados e preservar os mais de 30 mil empregos da Delta”, diz Joesley Batista, acionista da J&F, no comunicado.
Investigação
O acordo entre a Delta e a holding J&F, no entanto, será alvo de investigação da Procuradoria da República do Rio de Janeiro. O pedido de abertura de inquérito civil foi requerido na quarta-feira (9) pelo procurador-chefe substituto da República da 2ª Região, Nívio de Freitas Silva Filho. O objetivo é apurar possíveis irregularidades no negócio, considerando a Delta alvo de denúncias de fraude, corrupção e superfaturamento, e a JBS uma empresa com 31,4% de participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
“Caso se concretize esse negócio, por força de sua participação acionária no grupo JBS, o BNDES, em evidente afronta aos princípios da legalidade e moralidade, irá inexoravelmente participar de empresa sobre a qual recaem notícias da prática de graves ilicitudes e que se sujeita a ser declarada inidônea para contratar com o poder público”, disse Silva Filho. “É necessário eliminar, por completo, qualquer artifício que tenda a burlar a responsabilidade patrimonial da empresa e seus agentes pelos danos eventualmente causados, transferindo-a, de forma no mínimo irregular, para o próprio credor, a administração pública”, completou no pedido.
O procurador regional considerou urgente a tomada de medidas para evitar a alienação do patrimônio da Delta, dada a gravidade e a extensão das fraudes noticiadas recentemente. Em seu ofício, Silva Filho registra ser atípica a saída da Delta de obras importantes como da reforma do Maracanã e da Transcarioca (corredor expresso de ônibus) -todas no Rio–, abrindo mão de altas receitas, enquanto construtoras de seu porte buscam acumular grandes contratos públicos. Para ele, deve ser verificada a possibilidade de mover ação na Justiça com pedido liminar para suspender a transação recém-confirmada pela J&F.
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