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Gim, o sedutor do Orçamento

A cidade mineira de Varginha se tornou célebre porque, por alguma razão, quando querem visitar a Terra, é ali que os ETs costumam aterrissar. Brasília também dá à luz seres estranhos, únicos à sua maneira. Um deles é o relator da mais importante comissão do Congresso Nacional: a do Orçamento. Trata-se do senador Gim Argello, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h34 - Publicado em 21 nov 2010, 06h57

Argello "coisando" com Joaquim Roriz, seu padrinho na política

Argello “coisando” com Joaquim Roriz, seu padrinho na política

A cidade mineira de Varginha se tornou célebre porque, por alguma razão, quando querem visitar a Terra, é ali que os ETs costumam aterrissar. Brasília também dá à luz seres estranhos, únicos à sua maneira. Um deles é o relator da mais importante comissão do Congresso Nacional: a do Orçamento. Trata-se do senador Gim Argello, do PTB do Distrito Federal. Ele está naquela peculiaríssima categoria dos senadores sem voto. Amigo de Joaquim Roriz (PSC), era seu suplente. Quando aquele foi cassado, assumiu a vaga — e dali para o estrelato. Roriz, aliás, naquele vídeo célebre em que tenta contratar como advogado o genro de Ayres Britto, ministro do Supremo, cria o verbo “coisar”, cujo significado ninguém até hoje conseguiu definir. Seja lá o que for, o fato é que Gim Argello é do tipo que “coisa”.

A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre a importância da Comissão de Orçamento e os métodos um tanto heterodoxos que caracterizam a atuação de Argello. A revista resolveu, por exemplo, refazer a trilha de uma de suas emendas ao Orçamento do ano passado. Vocês acreditam que o destino final de uma bolada de R$ 550 mil acabou sendo a rádio de um de seus filhos? Abaixo, reproduzo apenas um trecho da reportagem de Rodrigo Rangel. O homem é mesmo um charmant, o que, não fosse visível a olho nu, certamente se revelaria na conversa…

Segue trecho da reportagem de Rodrigo Rangel:
(…)
O senador se diz amigão da presidente, com quem chegaria, inclusive, a compartilhar alguma intimidade. Que grau de intimidade? “Não insiste nisso que você me compromete”, responde, em meio a gargalhadas. Há quem diga que não existe intimidade alguma.

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A aproximação do senador e da presidente eleita aconteceu em 2007, logo depois de Gim Argello assumir o cargo. Ele já conhecia Dilma, mas amizade mesmo ele tinha apenas com Erenice Guerra, a principal assessora da então ministra. Gim morava perto da casa de Dilma, no Lago Sul, em Brasília. Um dia, seu jardineiro contou-lhe uma novidade: Dilma passeava com o cachorro em horários diversos. Como os bons corretores, Gim viu ali a oportunidade de um excelente negócio e ordenou ao funcionário que lhe avisasse quando a ministra saísse de novo. Por dias, o funcionário não fez outra coisa a não ser ficar vigiando a movimentação na casa vizinha-até que Dilma apareceu. Avisado, Gim calçou o tênis e foi caminhar. Parecia uma incrível coincidência: todas as vezes que Dilma saía, Gim cruzava o seu caminho. Os dois sempre completavam o percurso juntos, conversando animadamente. Foi assim que começou a grande amizade, segundo o senador descreveu várias vezes a seus colegas mais próximos. Mas essa é apenas uma das habilidades do senador. A outra é o toque de Midas, adquirido depois que ele ingressou na política.

Observando-se o patrimônio declarado do senador, enxerga-se um sujeito de classe média, mas é apenas impressão. Gim tem muitos negócios, alguns em nome de parentes. Ele é dono de uma agência franqueada dos Correios. Anos atrás, comprou em nome do filho uma rede de lojas de pneus. O senador, que mora em casa de 873 metros avaliada em 6 milhões de reais, também é dono de emissoras de rádio e continua amando com força no ramo imobiliário, sua principal especialidade. O modo Gim de negociar, aliás, é quase sempre heterodoxo.

Nas bancas, todas as heterodoxias deste patriota, que, nota-se, é também um cavalheiro…

 

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