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Gilberto Kassab, a esfinge sem segredos, está com o PT e não abre — ao menos enquanto o partido estiver no poder

Há coisas que não requerem muita prosopopeia… Gilberto Kassab, presidente do PSD, concede uma entrevista ao Estadão. Na apresentação do texto, é curioso, diz-se que José Serra é seu “padrinho político”. Então tá. Indagado o que faria caso o ex-governador seja candidato à Presidência da República, o suposto apadrinhado não hesita: estará com Dilma. Mas é […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h13 - Publicado em 10 out 2013, 16h25

Há coisas que não requerem muita prosopopeia… Gilberto Kassab, presidente do PSD, concede uma entrevista ao Estadão. Na apresentação do texto, é curioso, diz-se que José Serra é seu “padrinho político”. Então tá. Indagado o que faria caso o ex-governador seja candidato à Presidência da República, o suposto apadrinhado não hesita: estará com Dilma. Mas é mais peremptório ainda: mesmo que o nome do PT seja Lula, a sua aliança continuará a ser com os companheiros. Bem, ou Serra, então, não é o padrinho de Kassab, ou, em sendo, o ex-prefeito de São Paulo leva a sério a máxima de que, na política, o primeiro dever é a traição…

Vice de Serra na Prefeitura de São Paulo quando era do DEM e depois eleito, com seus próprios votos, pelo partido, até as pedras sabem que votaram nele, por óbvio, os que não queriam o PT no comando da cidade. Não obstante, diz que a sua aliança com o PT é “natural”. Não deixa claro que diabo de natureza é essa. Ou deixa.

Kassab aproveita a entrevista para lançar a sua candidatura ao governo de São Paulo. Parece que tentará voo solo no primeiro turno. Sabe que não tem chances. Fernando Haddad, do PT, só está na Prefeitura porque se elegeu na aluvião da rejeição à sua administração, da qual o PT fez picadinho. E um picadinho até injusto, fui dos poucos a reconhecer na imprensa, convenham. Mas o Kassab que não guarda fidelidades também não guarda rancor, como a gente pode ver.

Na entrevista, dá pistas de que o alvo de sua campanha não será, é óbvio, o PT, partido que destroçou a sua administração, mas o PSDB, ao qual estava aliado. Reflete sobre o peso de o partido governar São Paulo há tanto tempo. Entendo. Ele só não vê mal nenhum em tentar garantir 16 anos para o petismo. Não tem chances, é evidente, de chegar a um eventual segundo turno. Pode disputar o governo para garantir alguma musculatura ao partido e depois se junta, se as circunstâncias assim se desenharem, ao petista Alexandre Padilha caso este passe para a segunda etapa. Se o PT vencer no país e no Estado, ele se torna sócio dos poderes federal e estadual.

E por que não sair junto com os petistas logo de cara na disputa pelo governo de São Paulo? Para que haja uma frente a mais de ataque a Alckmin, ora essa! Assim, a melhor forma de Kassab servir ao projeto petista é se candidatando. Como ele próprio diria, isso é muito “natural”… Ele está com o PT e não abre — ao menos enquanto o partido estiver no poder. Sim, diga-se isto a seu favor para quem considera isto favorável: ele não se tornou um aliado do PT por convicção, como o lobo, nem por necessidade, como o sapo. Foi apenas por oportunidade.

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