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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Fala de Aécio é auspiciosa num momento em que eleitores de oposição são hostilizados por partidos, jornalistas, imprensa e até Procuradoria-Geral da República

Num momento em que manifestantes que se opõem ao governo Dilma estão sendo francamente hostilizados por partidos políticos, por jornalistas, pela imprensa como ente e até pela Procuradoria-Geral da República, soa auspiciosa a fala do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e candidato derrotado à eleição presidencial neste 2014 por uma diferença de pouco […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h42 - Publicado em 4 nov 2014, 19h52

Num momento em que manifestantes que se opõem ao governo Dilma estão sendo francamente hostilizados por partidos políticos, por jornalistas, pela imprensa como ente e até pela Procuradoria-Geral da República, soa auspiciosa a fala do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e candidato derrotado à eleição presidencial neste 2014 por uma diferença de pouco mais de três pontos percentuais.

Afirmou o senador no seu retorno a Brasília nesta terça: “Eu chego hoje ao Congresso Nacional para exercer o papel que me foi delegado por 51 milhões de brasileiros. Vou ser oposição sem adjetivos. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos brasileiros. No mais, nós vamos cobrar eficiência da gestão pública, transparência dos gastos públicos, vamos cobrar que as denúncias de corrupção sejam apuradas e investigadas em profundidade”.

É isto: oposição não tem adjetivo mesmo; é um primado da democracia. Não existe na China, na Coreia do Norte, no Irã ou em Cuba, mas é forte no Chile, na França, no Reino Unido, na Alemanha, no Japão ou nos EUA. Quando os eleitores vão às urnas, não elegem apenas o governo, mas também quem lhe fará oposição. Escolhe os oposicionistas aquele que vota em “A”, não em “B”; escolhe os oposicionistas aquele que, votando em “B” já na expectativa de que seja derrotado, insiste na sua opção para que este possa exercer a devida vigilância sobre “A”. Não compreender esse jogo é ignorar o básico da democracia.

Sim, o PT ignora; não é um partido que acate os valores da democracia. É por isso que, em sua resolução, a legenda associa o adversário ao racismo, ao machismo, à ditadura militar, a práticas, enfim, odiosas que, se fossem verdadeiras, fariam do PSDB um grupamento desprezível. Mas é claro que isso é falso. Trata-se apenas de um esforço para desqualificar o outro e tentar deslegitimá-lo como um ator político. Quem trata assim o adversário assaca contra este as piores baixarias, faz uma campanha no esgoto e ainda culpa a vítima.

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Que o PSDB não se esqueça mesmo do papel que lhe atribuíram os eleitores. E que saiba ser politicamente implacável com um governo que, desligadas as urnas, eleva a taxa de juros, corrige a tarifa de energia e se prepara para aumentar o preço dos combustíveis — imputações que fazia aos adversários. Mas esses ainda são os estelionatos menores. O maior foi ter fraudado, uma vez mais, a história.

Nessa campanha eleitoral, a oposição voltou, em grande medida, a ter o domínio de sua própria narrativa, que havia sido sequestrada pelo PT. Que continue a ser a melhor porta-voz de si mesma, sempre atenta aos múltiplos tentáculos do petismo e à sua capacidade de tornar influentes mentiras grotescas, como a que tenta atribuir aos que protestam nas ruas um intento golpista. É uma falácia estúpida.

A tarefa de Aécio é árdua.

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