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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Ex-procurador-geral de SP acha que não apanhou o suficiente da lógica e dos fatos e pede mais. Então tome mais, ué! Vamos nos divertir.

Preparados para a diversão, caras e caros? Vocês sabem: trabalho muito, mas não sofro.  O embate é longo, mas é didático. A gente vai treinando a arte da argumentação. Então vamos lá. A Associação Juízes Pela Democracia, aquela, divulgou dia desses uma nota-manifesto que sustenta, com todas as letras e tom desafiador, que há homens […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h56 - Publicado em 11 dez 2011, 07h05

Preparados para a diversão, caras e caros? Vocês sabem: trabalho muito, mas não sofro.  O embate é longo, mas é didático. A gente vai treinando a arte da argumentação. Então vamos lá.

A Associação Juízes Pela Democracia, aquela, divulgou dia desses uma nota-manifesto que sustenta, com todas as letras e tom desafiador, que há homens que estão acima da lei. Literalmente, escreveu o seguinte:
Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais.”

Alguma dúvida sobre o que vai escrito acima? Pegou mal. Muito mal! Assim, deduz-se que só é um autêntico democrata quem reconhece a existência de homens acima da lei. Fiz o quê? Critiquei a nota. O texto está aqui. Não há uma só ofensa, um só xingamento, uma única canelada. Mais: fiz um vermelho-e-azul, analisando o texto trecho a trecho. Não sou preguiçoso, como sabem.

Doutor Márcio Sotelo Felippe, ex-procurador-geral do Estado de São Paulo, não gostou. Acusou-me de ofensas (não consegue provar porque é mentira), de distorcer a nota (não consegue provar porque é mentira) e de ser bruto (idem). Para demonstrar que é um homem bom, suave, generoso e que só quer debater, associou-me ao nazismo e sugeriu que eu seja censurado. Nazista? Reinaldo Azevedo? Aquele acusado de ser também “agente de Israel”? Sotelo, definitivamente, não sabia em que barca estava entrando.

Eu, claro, respondi a este senhor. Por curiosidade, procurei a foto dele no Google Imagens. Doutor Sotelo, doutor Sotelo… Respeite os meus cabelos brancos. Mas, acima de tudo, respeite os seus cabelos brancos! A minha primeira resposta a ele está aqui.   Foi muito comentada e circulou bastante, o que parece ter contribuído para que ficasse mais zangado. Fazer o quê? Há jornalistas com leitores e jornalistas sem leitores. Estou na primeira categoria.

Ele resolveu voltar à carga. Acha que não apanhou o suficiente da lógica e dos fatos. Reproduzirei seu texto na íntegra, em vermelho, respondendo em azul, trecho a trecho. Ele esconde o que escrevo e distorce à vontade. Eu exponho o que ele escreve. A minha paciência é enorme, doutor, e escrevo como quem assovia. Vamos lá.

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Hegel contava a história da vendedora de ovos. A moça bonita foi reclamar que os ovos que comprara estavam podres. A vendedora, uma velha senhora, responde: “quem você pensa que é para reclamar comigo? Teu pai é um inútil, tua mãe uma vadia que fugiu com um francês e ninguém sabe de onde vem o teu dinheiro”.
Hegel queria mostrar como um conflito pode ser tratado de modo enviesado e a argumentação sobre o fato concreto, que é o que importa, obscurecida. Os ovos estavam podres, ainda que a moça fosse mesmo prostituta, o pai um inútil e a mãe adúltera. No entanto, dito isto, a questão do apodrecimento dos ovos desaparece.

Essa historinha é um clichê, doutor, e Schopenhauer foi muito mais agudo e detalhista do que isso para demonstrar as táticas e técnicas de como ganhar um debate sem ter razão. O senhor me acusa de fazer rigorosamente o que o senhor faz. Como vê, não tenho medo do seu texto. Mas o senhor tem do meu. Até agora, negou-se a debater aquele trecho da nota da Associação Juízes para a Democracia, como se ele nunca tivesse sido escrito. Preferiu me xingar, convocar a torcida e gritar: “Cortem a cabeça de Reinaldo Azevedo”, mas não conseguiria demonstrar que, no aludido trecho, faz-se a defesa do estado de direito. Eu confesso que fico um pouquinho envergonhado em seu lugar porque deve ser chato pra chuchu obrigar-se a escrever alguma coisa sabendo que, de saída, não tem razão. Idiota, o senhor não é. Sabe o sentido das palavras. Quando juízes afirmam Não é verdade que ninguém está acima da lei”, estão afirmando, como o resto da frase, inclusive, explicita, que existem homens acima da lei.” Doutor Sotelo, quem abandonou o objeto do debate e partiu para  argumentação “ad hominem” (que seu colega Vladimir Safatle escreve “ad hominen”) foi o senhor. Coisa feia!

Quando Reinaldo Azevedo polemiza com alguém usa a estratégia da velhinha dos ovos. Basta passar os olhos pelos seus posts. Alguém que lhe criticou solta perdigotos. O pai de Vladimir Safatle é latifundiário improdutivo. Ao polemizar com a brilhante psicanalista Maria Rita Kehl, procura atingi-la profissionalmente.
Lhe critica” barbariza a língua. Nunca é tarde para aprender. Melhor assim: “Quando alguém o critica” — a menos que o pronome oblíquo átono seja usado como possessivo: “Reinaldo lhe criticou os cabelos longos e brancos e as idéias curtas”. Entendeu? Adiante. Também sou um cronista, doutor. Recorro, sim, a aspectos do discurso não-verbal para caracterizar escolhas verbais. É um dote da inteligência. Às vezes, a gente deve ser profundo o bastante para acreditar na primeira impressão. Mas não se deu assim no seu caso. Para falar a verdade, eu nem o conhecia (ou “lhe” conhecia, se o erro me faz mais claro para o senhor ao menos). Eu continuo a cobrar que o senhor dê àquele trecho que motivou meu primeiro texto um sentido alternativo. POR QUE O SENHOR INSISTE EM IGNORÁ-LO? A pergunta é retórica. Eu respondo: porque, se o senhor tiver de levá-lo em consideração, não tem nem pretexto para me ofender, certo?

Acho comovente que o senhor se faça porta-voz das pessoas que supostamente ofendi. O caso do perdigoto era só a caracterização, digamos, metonímica, do sujeito “grudento”, um tipo que detesto, e que depois vende a sua simpatia malsucedida pelo primeiro que lhe paga 30 moedas… “Não gosto que me peguem no braço…” Conhece o verso? Quando era procurador-geral, alguns tipos devem ter lhe puxado o saco (usei o “lhe” de novo para ser didático, hein?). O senhor resolveu fazer o sindicato dos supostos ofendidos por Reinaldo? Quanto a Safatle, escrevi, sim, o que escrevi e o faria de novo: se ele acha que a Reitoria da USP não deveria ter pedido a reintegração de posse e se dá “aulas” em áreas públicas invadidas, está moralmente obrigado a “dar aulas” aos sem-terra que invadiram a fazenda de seu pai — de onde saíram, “convencidos” pela Polícia. Espero que o senhor não se zangue com o fato de eu não achar a psicanalista Maria Rita Kehl “brilhante”… Quem sabe no consultório, mas isso eu jamais saberei, evidentemente. Ela contou uma mentira no programa Roda Viva. O que há de “brilhante” nisso? E também deu um jeito de amarrar as paralelas… São os lacanianos, como ela, que prestam especial atenção ao discurso. Eu só cobro que as pessoas sejam coerentes com o seu credo.

Em seu post de ontem, respondeu às críticas que lhe fiz por distorcer a nota da Associação Juízes para a Democracia (AJD) sobre os recentes acontecimentos da USP.
É mentira! Eu não distorci nada! O senhor vai distorcê-la de novo. Vamos ver?

A nota dizia a coisa mais óbvia da democracia: a lei ordinária deve estar de acordo com a Constituição e respeitar os direitos fundamentais.
É mentira! A nota diz isto: “Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais (…)” Quem distorce as palavras aqui, doutor?

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Usava uma linguagem diferente para dizer essa coisa elementar.
Linguagem diferente??? Com a devida vênia (ficou bom assim?), não seja ridículo! Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas” quer dizer rigorosamente isto: Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas”. A propósito: o senhor aceita o desafio de explicar aos meus leitores — são muitos milhares (como o senhor já deve ter percebido) — o que quer dizer “linguagem diferente”?

Como a expressão usada pela AJD era inusual, (cimo da Constituição) prestou-se à manipulação do colunista.
É, vai ver eu não sei o que quer dizer “cimo da Constituição” assim como o senhor não conhece a regência do verbo “criticar”… Tenha paciência! Terei de repetir, já que o senhor gosta de citações, o jovem poeta Antero de Quental ao responder a uma agressão do velho poeta Castilho: “Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V.Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão.”

Boa a citação, né?

E eu sou apresentado como “poderoso” por conta de um cargo que deixei de exercer há 11 anos. Sutil. Se um “poderoso” o ataca, ele, que insulta, passa a ser a vítima.
Se Sotelo apontar um só insulto no meu primeiro texto (há o link acima), já disse, paro de escrever. É mentira! Ele, sim, me insultou. Referindo-se a mim usou as seguintes expressões: “delinquência intelectual”, “má-fé”, “desonestidade”, “porta-voz das trevas”. Ele não é mesmo um anjo de candura? O senhor é a velhinha dos ovos, mas tem a certeza de que é Hegel…

No dia anterior, um amigo me dizia que haveria resposta dele. Respondi na hora: se responder, Reinaldo Azevedo vai usar a estratégia da velhinha dos ovos.
O senhor é do tipo que mostra texto para amigos antes de publicar? Segundo entendi, o seu, prudentemente, não o estimulou… Bem, acima, fica claro quem tem ovos na mão e nenhuma idéia na cabeça, já que se mostra incapaz de contestar o que escrevi. De resto, doutor Sotelo, anunciar adivinhações depois do fato não é exatamente prova de sagacidade.

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Não deu outra. Ninguém lhe disse que eu solto perdigotos. Então, escarafunchou a minha vida pessoal e achou o mote: minha mulher é juíza e é da AJD. A mensagem é clara: estou defendendo minha mulher. Tudo o mais fica em segundo plano.
Xiii, doutor, que mancada! “Escarafunchar sua vida privada”??? Tenha paciência! Eu não escarafunchei nada. Foi um procedimento elementar. Eu já havia criticado a juíza — e não “a sua mulher” — Kenarik Boujikian Felippe por ela ter posado ao lado de João Pedro Stedile. Ela e o senhor podem achar isso o “ó” do borogodó. Eu não acho. Quando me enviaram o seu ataque raivoso contra mim, dotado que sou de razoável memória, pensei: “Felippe, com dois ‘pês’, como a juíza? Serão parentes?” E recorri ao Google, como evidencia a imagem abaixo.

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Pus lá, como vê, o seu nome e o dela, e a PRIMEIRA REFERÊNCIA informa que vocês são casados. Dizer: “Sotelo é casado com uma das estrelas da Associação Juízes pela Democracia”, que critiquei aqui, não se compara às ofensas da velhinha, certo? Ser marido de uma juíza não é um xingamento!

Há algo de estranho em seu raciocínio, doutor! O senhor sai em defesa da Associação de Juízes, ataca-me com uma ferocidade bucéfala, ignora meus argumentos, omite dos seus poucos leitores seu vínculo pessoal com a associação — é marido da figura mais conhecida da entidade — e espera que eu faça o mesmo? Ora…

Se eu digo que ele usa expedientes macarthistas, que expõe, consciente e irresponsavelmente, os dirigentes da AJD ao nominá-los um a um, ele, incorporando a velhinha dos ovos, fala da minha mulher. Como falou dos perdigotos e do pai de Safatle.
Quem se porta de modo irresponsável é o senhor! Alto lá! Dobre a sua língua. Eu recorri à página de Expediente da associação, que é pública, aberta, e encontrei lá os dirigentes, como evidencia a imagem abaixo.

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Não sou eu que os nomino; eles se nominam. E por que não poderiam? Trata-se de alguma organização clandestina, criminosa, ilegal? São “juízes pela democracia” que preferem o anonimato? Quem recorre a expedientes macarthistas, fascistóides, comunistóides, como queira, é o senhor!!! Quem está incitando o ódio contra mim é o senhor! É mentira que escarafunchei sua vida! É mentira que expus os juízes. Eu provo o que digo, o senhor não! E atenção para o que vem agora — e não é nada pessoal: o senhor ainda é procurador, certo? Exerce uma função pública. Se, no seu trabalho, for tão rigoroso quanto é numa polêmica, pobre Estado de São Paulo!

Agora vejamos o seu post de 9 de dezembro, após tudo que relatei: “blogueiros a soldo do oficialismo, que pagam as contas com o nosso dinheiro, criaram o mito de que ofendo as pessoas. Já aconteceu, sim, aqui e ali, coisa rara, mas em questões pessoais – e nunca sem ter sido atacado antes. Mas deixei isso de lado. Quando se trata de um tema público, nunca! Nada de ofensas!
Vejam bem: se se trata de um tema público, ele nunca ofendeu…
Não mesmo, ué! Cadê a ofensa?  Por que o senhor não mostra? Ou o senhor é um marxista da linha Groucho? “Você vai acreditar em seus olhos ou no que estou dizendo?” Prove que ofendi a associação! Prove que ofendi os juízes! Prove que ofendi o senhor ou sua mulher! O senhor, sim, é um notório jogador de ovos e tentou me intimidar. Tenta ainda. Mas não vai conseguir.

Vou explicar como funciona a coisa. Quando elege alguém como inimigo político, Reinaldo Azevedo introduz de algum modo um aspecto pessoal negativo.
Eu não acho que seja um aspecto negativo ser casado com juíza, santo Deus! De modo nenhum se equipara aos xingamentos da velha dos ovos. Agora, entrar numa polêmica que não lhe diz respeito diretamente — ninguém da associação se manifestou — omitindo que é casado com a estrela principal da entidade que critiquei não é bonito! Se a minha mulher decidir esculhambá-lo — ela até o fez, mas só pra mim, coisa de carinho, o senhor entende, né?… —, deve ser considerada uma pessoa “neutra” na polêmica? Doutor, tenha senso de ridículo!

Nesse momento seus leitores ficam envolvidos numa atmosfera complicada. O clima que se estabelece é do tipo “vou lhe contar um segredinho terrível sobre fulano. Sabe, ele solta perdigotos; sabe, o pai dele é um latifundiário complicado”.
Errado! Se alguém que lhe (!) puxava o saco passa a atacá-lo da noite para o dia, o perdigoto, como naquele caso, ganha relevância. Se um notório defensor de invasões não defende os invasores da propriedade do pai, isso é, sim, relevante! Ou o senhor é um defensor das duas morais? Ou o senhor acha bonitos esses “progressistas” que maltratam empregadas domésticas e as registram por um valor inferior ao que de fato ganham? O mínimo que se espera, meu senhor, de alguém que está no debate público é que viva segundo os valores que defende para a coletividade.

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Os argumentos que aparecem no resto do texto pouco importam. O trabalho sujo está feito.
Trabalho sujo é o seu! Qual é o argumento do seu texto? Estou esperando por ele. Por que o senhor insiste em negar o que vai na nota da associação? Eu respondo: PORQUE AQUILO É UM ABSURDO, UMA AFRONTA AO ESTADO DE DIREITO! QUALQUER JUIZ QUE ENDOSSE AQUILO PODE SER DECLARADO SUSPEITO.

O adversário está desqualificado. A ideia é humilhar, operar com as baixas emoções, com o ressentimento, com o ódio. Se o leitor não gostava de esquerdistas por razões políticas, agora não gosta de esquerdistas porque eles são pessoas ruins, desprezíveis, repugnantes.
Relembro as expressões amorosas que o senhor me dispensou no primeiro texto: “delinquência intelectual”, “má-fé”, “desonestidade”, “porta-voz das trevas”. Ah, sim: esquerdistas serão pessoas “ruins, desprezíveis e repugnantes” se não viverem a sua própria vida conforme defende que outros vivam! Ah: se defenderem os assassinatos de Stálin, Mao, Pol Pot, Fidel, também são
“ruins, desprezíveis e repugnantes”. O senhor não acha?

O leitor há de perceber onde isso pode chegar.
Que leitor? O senhor está tendo leitores aqui. Ao contrário do que faz o doutor, eu mostro o texto que combato. O senhor esconde”

A História está repleta de exemplos. Quando, em vez de ideias, as pessoas são desqualificadas, o clima para coisas ruins vai sendo criado.
É verdade! E alguns passam a achar que há homens acima da lei!

O primeiro passo é esse: apresentar o adversário político como alguém que não merece respeito como pessoa.
É verdade! O primeiro passo é associá-lo à “delinquência intelectual”, à “má-fé”, à “desonestidade”, às “trevas”.

A grande vítima dessa estratégia é o processo democrático. Na democracia, ideias são discutidas. Não o pai, os perdigotos ou a mulher.
EU VOU ENSINAR PARA O SENHOR COMO É A DEMOCRACIA:
— NA DEMOCRACIA, NÃO SE PEDE PARA O PAI DOS OUTROS O QUE NÃO SE PEDE PARA O PRÓPRIO PAI;
— NA DEMOCRACIA, NÃO SE EXERCE UMA VARIANTE DA ADVOCACIA ADMINISTRATIVA NEM COMO POLEMISTA;
— NA DEMOCRACIA, NÃO SE ATACA O OUTRO A SOLDO SÓ PORQUE ELE NÃO CEDEU AO NOSSO CHARME.

O senhor não pode se acovardar!
Eu quero que o senhor me explique isto:
Não é verdade que ninguém está acima da lei, como afirmam os legalistas e pseudodemocratas: estão, sim, acima da lei, todas as pessoas que vivem no cimo preponderante das normas e princípios constitucionais e que, por isso, rompendo com o estereótipo da alienação, e alimentados de esperança, insistem em colocar o seu ousio e a sua juventude a serviço da alteridade, da democracia e do império dos direitos fundamentais.”

Ou o senhor explica ou se cala. Lamento! A sua estréia no universo da polêmica não poderia ter sido pior. Não confie no que lhe dizem os amigos, não: “Você mandou bem…” Não! O senhor mandou muito mal.

E só para que não reste dúvida sobre o meu pensamento: até acho simpático o senhor sair em defesa de sua mulher. É humano. Falta agora que o senhor encontre argumentos que parem sobre duas pernas. À diferença do que o senhor diz, não escrevo isso para humilhá-lo. É um convite e um incentivo sincero para que o senhor encontre uma saída para a arapuca em que se meteu: “O que, afinal de contas, quer dizer aquele trecho da Associação Juízes para a Democracia?” Dar canelada em mim e sair gritando “falta!” é truque sujo.

Não posso dizer que foi um prazer debater com o senhor. Mas não posso censurá-lo pelo prazer que certamente sentiu.

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