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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Estou em contagem regressiva para que a turma antipolícia comece a gritar: “Cadê a Polícia?” Ou: “Escarra na boca que te beija”

Estou em contagem regressiva para que os mesmos poetas e nefelibatas que não cansaram de bordar suas perorações com adjetivos e pontos de exclamação em defesa da cidadania e da democracia — entendem por isso cassar o direito que têm as pessoas de ir e vir — comecem a cobrar que a polícia faça alguma […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h59 - Publicado em 19 jun 2013, 00h31

Estou em contagem regressiva para que os mesmos poetas e nefelibatas que não cansaram de bordar suas perorações com adjetivos e pontos de exclamação em defesa da cidadania e da democracia — entendem por isso cassar o direito que têm as pessoas de ir e vir — comecem a cobrar que a polícia faça alguma coisa. Quanto tempo vai demorar para que cobrem a ação da tropa de choque?

“Ah, mas nós, os militantes da imprensa, não queríamos polícia contra os manifestantes; nunca reclamos de polícia contra baderneiros!”

Uma ova! Mentira! Na esmagadora maioria das vezes, a Polícia Militar reprimiu, nos quatro primeiros protestos, gente que depredava ônibus, que fazia pichação, que metia fogo em lixo. Excessos dos policiais, em episódios assim, podem acontecer. Mas não foram a regra. De resto, ainda que tenham acontecido, cumpria separar o joio do trigo, o que não se fez. Se o jornalismo não consegue distinguir o bom do mau policial, espera que o policial, no escuro e em meio ao gás lacrimogêneo, saiba distinguir quem é jornalista de quem não é?

Volto a perguntar: que país do mundo, na vigência do regime democrático, permite o colapso da cidade, como já aconteceu seis vezes em São Paulo?

Curiosamente, já começo a ouvir o muxoxo: “Onde está a polícia?”. Ora, perguntem àqueles que, sob o pretexto de não demonizar os manifestantes e respeitar a democracia, defendem que tenham o “direito” de impor a sua vontade.

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É certo que os que atacam prédios públicos e saqueiam lojas são diferentes daqueles que só interditam vias públicas cobrando a redução da tarifa. Mas gostaria que alguns doutores em deontologia jornalística — ou do direito — me explicassem por que são chamados de “pacíficos” os manifestantes que ocupam a Avenida Paulista, a Marginal Pinheiros, a Avenida Ipiranga e por aí afora (coloquem aí a via de qualquer grande cidade brasileira).

O meu compromisso é com a Constituição da República Federativa do Brasil. O meu compromisso é com Código Penal e com os demais códigos que regulam a vida em sociedade.

Fôssemos uma ditadura, os que têm restrições aos atos do governo estariam proibidos de se manifestar. Mas não estão. Por enquanto ao menos, existe liberdade de expressão no país. Esta cidade tem praças imensas, que podem abrigar manifestantes. Podem comunicar o seu roteiro às autoridades, para que estas redirecionem o trânsito etc.

Mas não! A lógica dos “pacifistas” do Movimento Passe Livre é criar o máximo possível de danos à cidade. Sua essência moral é a mesma daqueles que depredam, é a mesma daqueles que põem fogo, é a mesma daqueles que saqueiam. Eles apenas são um pouco mais “limpinhos”. O fato de um sujeito carregar a bandeira do Brasil, para gáudio de alguns tontos e de algumas tontas, não lhe dá o direito de interromper uma via que vai colapsar a cidade.

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Por enquanto, com o apoio de amplos setores da imprensa, a minoria barulhenta vai impondo a sua pauta, fingindo-se de democrata, agredindo jornalistas, perseguindo-os — muitos não ligam, apaixonados que estão por seus algozes. Comigo, não! Meu algoz é meu algoz. Não gosta de mim. Quer me eliminar. Também não gosto dele. Mas quero que a lei se encarregue dele se ele a violar.

A turma de Fernando Haddad, aquele que fugiu da Prefeitura, já está a acusar a Polícia Militar de não ter protegido a Prefeitura… É mesmo? A Guarda Civil Metropolitana estava lá, atuando civilizadamente, e foi vítima de um ataque. É o que teria acontecido com os PMs. Aquela era uma situação que só poderia ser resolvida pela tropa de choque. Mas aí o confronto seria inevitável. E, obviamente, a PM não poderia se transformar, de novo, em saco de pancada da imprensa militante, do próprio Fernando Haddad e de José Eduardo Cardozo, o ministro da Justiça que teve o topete de, no meio dessa crise, cuidar de questão eleitoral.

Para que a cidade restaure a ordem e a normalidade, é preciso que os que ajudam a plasmar a opinião pública defendam os valores da ordem e da normalidade. Se não for assim, enquanto a polícia, de um lado, combate a desordem, setores da imprensa, de outro, a incentivam. E olhem que nem dá para ser irônico, mandando chamar o síndico. A minha tentação é  grade para escrever algo assim: “Não há polícia! Chamem os jornalistas!”. Não dá! Esses utopistas querem escarrar na boca daqueles que os beijam. Se a imagem pareceu forte, é só um pouco de Augusto dos Anjos.

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