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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Engajamento ideológico, inclusive de setores importantes da imprensa paulistana, tentou destruir a gestão da cidade de São Paulo. E tudo para beneficiar um partido: o PT! E provo o que digo!

O texto abaixo pode interessar mais aos leitores e eleitores paulistanos. Mas os internautas do Brasil inteiro vão entender direitinho do que se trata porque enfrenta essa gente de que falarei nas suas respectivas cidades e estados. Querem ver? Estamos a uma semana das eleições municipais. Há sinais, vamos ver o que dizem as urnas, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h45 - Publicado em 30 set 2012, 06h23

O texto abaixo pode interessar mais aos leitores e eleitores paulistanos. Mas os internautas do Brasil inteiro vão entender direitinho do que se trata porque enfrenta essa gente de que falarei nas suas respectivas cidades e estados. Querem ver?

Estamos a uma semana das eleições municipais. Há sinais, vamos ver o que dizem as urnas, de que Celso Russomanno (PRB), o rapaz do bispo Edir Macedo e da TV Record que disputa a Prefeitura de São Paulo, começou a derreter. Não dá para saber seu piso. Em muitos aspectos, já demonstrei aqui, ele é o resultado inesperado da razia a que setores importantes da imprensa paulistana submeteram a gestão do prefeito Gilberto Kassab. De tal maneira as “forças (im)produtivas” ficaram livres para agir nas redações que as reportagens deixaram de obedecer a critérios mínimos de objetividade. Há quatro anos, o prefeito de São Paulo é alvo diário de uma militância ativa e empedernida do jornalismo. Há quatro anos, o petismo se dedica cotidianamente a destruir a sua gestão, ainda que contra os fatos e contra os dados. O movimento teria refluído, claro!, se ele tivesse fechado acordo com Fernando Haddad, do PT. Como isso não aconteceu, a depredação continuou.

Quando se reelegeu, em outubro de 2008, o prefeito era aprovado por 61% dos paulistanos, segundo as pesquisas. Em dezembro de 2009, esse índice já havia despencado para 39%. Naquele ano, as chuvas castigaram São Paulo como nunca. Essa imprensa a que me refiro jogou as enchentes nas costas de Kassab e… Serra — então governador. Demonstrei aqui, está em arquivo, que o Rio padecia muito mais, com um número estupidamente maior de vítimas. Lá, a natureza é que era perversa; em São Paulo, perversos eram o prefeito e o governador. É natural que se cobrem providências do serviço público. É um absurdo, no entanto, que se tente jogar nas costas de um gestor a responsabilidade por todos os problemas decorrentes de uma urbanização historicamente caótica — característica, diga-se, do Brasil. A capital paulista está longe de ser o pior exemplo.

ONG petista e jornais
A cobertura jornalística dos problemas da cidade dos dois grande jornais paulistanos, Folha e Estadão, passou a ser ditada pela ONG petista Nossa São Paulo, um troço comandado, de fato, por Oded Grajew, ex-assessor especial de Lula. Essa ONG usa critérios tão mixurucas e estúpidos de análise que tornou influente a mentira — transformara em reportagens, como se verdade fosse — segundo a qual a Prefeitura investiria mais em áreas ricas da cidade do que em áreas pobres. Besteira! Fazia tal afirmação com base no desempenho do orçamento da Secretaria de Subprefeituras, que correspondia a menos de 4% do Orçamento total da cidade. Trata-se, basicamente, de verba de zeladoria. É claro que os bairros mais estruturados acabam consumindo mais. Ou por outra: a conta da Nossa São Paulo não considerava investimentos em hospitais, postos de saúde, asfaltamento, educação etc. Ou seja: não levava em conta todo o resto! Escrevi vários textos a respeito. Um deles está aqui. A pauta dos jornais ia para as rádios, e lá se ouvia Gilberto Dimenstein, na CBN, com suas soluções simples e erradas para problemas difíceis…

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Muito bem! A gestão Kassab — QUE É BOA! — foi destruída. A prova de que se tratou de um movimento de opinião pública está na evidência de que uma aprovação de 61% não se transforma em 39% da noite para o dia. É preciso haver um trabalho dedicado de depredação da Prefeitura. E ele foi feito.  Eu lhes faço uma sugestão: entrem no arquivo desses jornais para tentar colher dados também positivos sobre a administração. Não há!

A gestão de SP é ruim?
A revista VEJA São Paulo desta semana traz Kassab na capa e uma pergunta: “Será que estamos sendo justos com ele?”. O prefeito é aprovado por vinte, vinte e poucos por cento dos paulistanos. Respondo a pergunta: dados os resultados, é uma avaliação absurdamente injusta, mas que foi se consolidando ao longo dos anos. É claro — e isto precisa ser dito — que a gestão certamente cometeu erros crassos de comunicação. O prefeito pode ter confiado excessivamente no poder das realizações, que não são poucas, apostando que o trabalho organizado de desgaste de sua imagem e da administração seria rebatido pelos fatos. Isso não acontece quando setores influentes da imprensa ajudam no linchamento. Aliás, o mesmo trabalho começou a ser feito contra Geraldo Alckmin — afinal, os petistas querem mesmo é o Palácio dos Bandeirantes.

Volto à VEJA São Paulo. Reportagem de Maurício Xavier repõe as coisas no seu devido lugar. É claro que há problemas na cidade e que Kassab não cumpriu tudo o que disse que faria. Como Lula. Como Dilma. Como qualquer governante. Podemos até debater se políticos devem parar de fazer promessas — será mesmo? Lembrem-me de escrever a respeito disso porque a resposta não é óbvia, e o certo pode ser o contrário do que parece. Mas temos de debater se uma gestão faz a cidade (o Estado ou o país) avançar ou recuar nas políticas que concorrem para o bem-estar da população. A reportagem de VEJA São Paulo também diz o que não vai bem. Mas traz — e isto é praticamente inédito — os enormes avanços havidos na gestão Kassab, de que o PT faz tábula rasa.

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Cidade limpa
Comecemos por essa mudança, que tem servido de inspiração a grandes cidades mundo afora. São Paulo não é o paraíso, mas é evidente a mudança na paisagem. Basta que saíamos do município para perceber o contraste: as placas de propaganda agridem e enfeiam o ambiente urbano. Mais: prédios quase destruídos tinham as suas fachadas maquiadas por enormes painéis de alumínio e plástico que cobriam o horror com o horror.

Creches e verbas
Vejam que coisa: quando Marta Suplicy (PT) deixou a Prefeitura, havia, atenção!, apenas 60 mil vagas para crianças de até 4 anos. Nos últimos 7 anos, este número cresceu 250% — a cidade tem hoje 210 mil vagas. Em 2004, a cidade investia R$ 170 milhões em educação infantil; em 2012, será de R$ 1 bilhão — quase 500% maior! Faltam ainda 145 mil vagas? Sim! O fato é que, em sete anos, criaram-se 2,5 vezes mais vagas do que na história da cidade. E isso poucos paulistanos sabem porque a imprensa não deu pelota para o fato. Ao contrário! Ficou gritando: “Cadê as outras 145 mil?”. É preciso cobrar, sim. Mas também reconhecer o que foi feito.

Verbas para a educação
Atenção! O Orçamento total da educação saltou de R$ 3,6 bilhões em 2007 para R$ 8,1 bilhões — um crescimento de 125%.

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Metrô
O último prefeito de São Paulo a pôr dinheiro no metrô foi Miguel Colassuono, em 1975. A gestão Kassab investiu R$ 1 bilhão nessa área.

Inspeção veicular
Na campanha eleitoral, alguns vigaristas estão propondo ou o fim da inspeção ou o uso de dinheiro de quem não tem carro para financiar quem tem. Fernando Haddad diz que, na sua gestão, ela será de graça. Chalita havia prometido quase extingui-la, mas depois recuou. Nesse caso, transcrevo o quadro de VEJA que trata do assunto (em azul).
“Projeto pioneiro no país em âmbito municipal, a Inspeção Veicular Ambiental foi implantada em 2008 com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes por veículos. A iniciativa teve aplicação gradativa: no primeiro ano, abrangeu apenas veículos movidos a diesel – 48000 passaram pelo controle. Em 2009, incluiu motos e parte da frota dos carros, chegando a 1,5 milhão de análises. Em 2010, estendeu-se a toda a frota registrada, hoje girando em tomo de 3 milhões de inspeções anuais. Neste ano, de cerca de 1 milhão de veículos que passaram pelos dezesseis centros, quase 20% foram reprovados na primeira tentativa, o Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP calcula que se evitaram com isso 1.515 internações hospitalares e 584 mortes por problemas respiratórios, se forem levados em conta os benefícios criados apenas pela inspeção dos veículos a diesel em 2011 (a emissão de material particulado desses motores foi reduzida em 28%). A estimativa é que a inspeção seja equivalente à retirada dos poluentes emitidos por uma frota de mais de 1,4 milhão de veículos, sendo 1,3 milhão de automóveis, 87.000 motocicletas e 36.000 veículos movidos a diesel somente em 2011.”

(…)

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CEUs
Transcrevo quadro da VEJA São Paulo:

“O prefeito não só manteve hasteada a principal bandeira da gestão Marta Suplicy como investiu nela com vigor. Inaugurou 25 Centros Educacionais Unificados (CEUs), contra 21 complexos que reúnem atividades de ensino, esportivas e culturais implantados pela petista. Cada unidade possui um Centro de Educação Infantil (para crianças de até 3 anos), uma Escola Municipal de Educação Infantil (para alunos de 4 e 5 anos) e uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), além de contar com quadra de esportes, teatro, piscina, biblioteca e outros espaços. Localizados em áreas periféricas da cidade, os CEUs são abertos aos moradores da região, apostam em programação variada e recebem 60000 pessoas, em média, por mês.”

AMAs e contratação de médicos
Informa a revista:

“Para desafogar o atendimento emergência! nos dezoito hospitais municipais, a prefeitura investiu nas unidades de Assistência Médica Ambulatorial, as chamadas AMAs. Ali, os paulistanos podem ser atendidos sem marcação prévia de consulta. Desde o início da gestão Kassab, foram inauguradas 107 AMAs tradicionais e dezenove AMAs Especialidades, que se ocupam de ramos da medicina como urologia e cardiologia. Cerca de 800.000 pessoas são atendidas na rede por mês. O tempo de espera, que pode chegar a duas horas, ainda é um problema em algumas unidades, caso de Paraisópolis. Em compensação, o número de médicos contratados pela prefeitura aumentou. Em 2004, eram 8.606. Hoje, são 14294.”

Hospitais
Kassab havia planejado entregar mais três hospitais até o fim da sua gestão. Dificilmente haverá tempo para isso. Mas atenção para o que vem agora:

“A cidade de São Paulo não ganhava um novo hospital municipal havia dezessete anos até a inauguração da unidade Cidade Tiradentes, na Zona Leste, em 2007. Erguida ao custo de 84 milhões de reais, ela tem 223 leitos e capacidade para 25.000 pacientes por mês. Em 2008, foi aberto o Hospital M’Boi Mirim, com 297 leitos. A prefeitura ainda inclui na conta os hospitais São Luiz Gonzaga, no Jaçanã (que seria fechado, mas foi municipalizado em 2008, com 186 leitos), Santo Antônio (particular, mas que passou a atender pelo SUS neste ano) e Sorocabana (que está em obras e deve ser entregue até dezembro).”

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Caminhando para o encerramento
Esses são alguns dos avanços óbvios da gestão. Há muitos outros. De 2005 para cá, por exemplo, quase triplicou o total de áreas verdes na cidade, com 85 parques. Devem chegar a 100 até o fim do ano, espalhados em todas as regiões. Cada subprefeitura tem ao menos um. Professores da rede municipal de ensino estão entre os mais bem pagos do país. Reformaram-se o Teatro Municipal e a Biblioteca Mário de Andrade. E vai por aí.

Leiam a reportagem. Quando os Russomannos, Haddads e Chalitas da vida vão à TV satanizar a Prefeitura, estão apenas se dedicando à crítica fácil, na picada aberta por setores da imprensa que omitiram os fatos de seus leitores de maneira sistemática e vergonhosa. Sim, a propaganda e o engajamento desses setores formadores de opinião fazem uma diferença danada. Querem ver?

Quantas casas mesmo a dupla Lula-Dima prometeu entregar até 2015? Respondo: 3,5 milhões. Quantas unidades foram entregues até agora? Algo em torno de 10%! Quantas creches Dilma prometeu entregar até 2014? Quase sete mil! As unidades prontas cabem nos dedos de duas mãos! Lula havia prometido criar 500 UPAs; Dilma acrescentou mais 500… Onde estão? Não obstante, o governo é aprovado por mais de 60%, mesmo num ano em que a economia deve crescer, no máximo, 1,6% — abaixo do ano anterior, já péssimo: 2,7%.

Propaganda, engajamento e uma oposição que saiba explorar os pontos fracos da gestão fazem uma diferença danada. A Prefeitura certamente cometeu erros nessa área. Mas é fato que enfrentou uma máquina de moer reputações, que se ocupou de quase tudo, menos dos fatos.

Kassab fez, sim, uma boa gestão em São Paulo. Se a saúde do Brasil tivesse avançado o que se avançou na cidade; se a educação do Brasil tivesse avançado o que se avançou em São Paulo; se a preservação do meio ambiente no Brasil tivesse avançado o que se avançou em São Paulo, o conjunto dos brasileiros estaria vivendo num país melhor.

No entanto, o engajamento ideológico buscou destruir a reputação de uma boa gestão. E eu estou falando sobre fatos. Se não for assim, que sejam, então, contestados; que digam: “Os números não são esses!”  O fato é que são!

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