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Enem – Defensoria quer suspender inscrições no SISU. Ou: A prova de redação como uma armadilha

Leiam o que vai no Estadão Online. Volto em seguida: Defensor envia pedido de liminar à Justiça para suspender Sisu Por Felipe Mortara e Carlos Lordelo: A Defensoria Pública da União (DPU) no Ceará ajuizou na manhã desta terça-feira, 18, ação civil pública (ACP), com pedido de liminar, para que as inscrições no Sistema de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h07 - Publicado em 18 jan 2011, 16h13

Leiam o que vai no Estadão Online. Volto em seguida:

Defensor envia pedido de liminar à Justiça para suspender Sisu

Por Felipe Mortara e Carlos Lordelo:
A Defensoria Pública da União (DPU) no Ceará ajuizou na manhã desta terça-feira, 18, ação civil pública (ACP), com pedido de liminar, para que as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) sejam suspensas até que os candidatos do Enem 2010 tenham acesso ao espelho da correção da folha de respostas e aos argumentos da banca examinadora da redação.

O defensor Carlos Henrique Gondim encaminhou o pedido à Justiça Federal e agora aguarda confirmação do protocolo da nova ACP, que questiona a legalidade de um subitem do edital do Enem 2010 que não permite ao candidato interpor recursos e obter vistas de provas. Uma vez confirmado o número de protocolo, será designado o juiz responsável pelo caso. O defensor deve ir ainda esta tarde pessoalmente ao fórum conversar com o magistrado.

“Existem irregularidades e fundamento legal para que a gente saia vitorioso”, afirmou Gondim ontem ao Estadão.edu. “O Enem deve obedecer os princípios constitucionais que regem um concurso público.” O pedido de liminar será protocolado junto à Justiça Federal no Ceará e, se for concedido, a suspensão vai valer para todo o País.

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Na manhã de ontem, o defensor recebeu uma comissão de 30 estudantes do Ceará. O grupo reclamou que teve a redação anulada sem explicações ou que alguns espaços reservados para as notas das provas aparecem apenas com um traço. Esse problema é mais frequente nos resultados das provas de linguagens e códigos e de matemática, realizadas no segundo dia do Enem, em 7 de novembro, junto com a redação. É como se o candidato tivesse faltado à aplicação.

Gondim contesta o fato de o MEC não divulgar uma expectativa para a redação do Enem. “Só foi fornecida a nota. Quer dizer, nem isso, porque o candidato teve a redação anulada. Se o estudante não sabe o que a banca gostaria que fosse abordado e não tem possibilidade de verificar sua prova, ele está sendo prejudicado.”

Comento
Será que é a defensoria tentando fazer confusão a partir do nada? Não é, não! Há tempos já a redação do Enem pode ser caracterizada como um teste ideológico. Além disso, faltam rigor e transparência no sistema de correção. Tratei do assunto num post de 1º de fevereiro do ano passado. Fernando Haddad transformou o Enem numa fonte de injustiça. Em vez de critérios objetivos para medir competências, têm-se o caminho aberto para o arbítrio. O relato abaixo, enviado por um professor convidado a corrigir as redações — que têm peso importantíssimo no exame —, dá conta de como as coisas são feitas. O vestibular tradicional pode não ser o melhor meio para selecionar os alunos que ingressam nas universidades mais concorridas, mas há que se admitir: ele seleciona os que sabem mais.
*
UM RELATO QUE DENUNCIA QUE O ENEM DE HADDAD É IRRESPONSÁVEL E FONTE DE INJUSTIÇA: O ALUNO DEPENDE DO ARBÍTRIO DE QUEM CORRIGE A PROVA, NÃO DA SUA COMPETÊNCIA

Olá, Reinaldo, sou professor de Língua Portuguesa e, por diversos motivos, gostaria de não me identificar. Bom, a questão é a seguinte: no mês de outubro do ano passado recebi o telefonema de uma moça, uma das coordenadoras do ENEM, convidando-me a participar da equipe de correção das redações. Como já havia trabalhado como corretor de alguns vestibulares, e o período de correções coincidisse com o meu período de férias, aceitei o convite.

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Assim, fui informado que, a partir do final do mês de novembro, os professores convidados seriam convocados para um treinamento com a finalidade de ajustar os critérios que seriam utilizados na realização do trabalho. O mês de novembro passou sem que recebêssemos qualquer mensagem da coordenação, que só nos procurou, através de e-mail, em meados de dezembro, para nos enviar a senha de acesso ao sistema que nos disponibilizaria os textos grafados pelos candidatos em versões digitalizadas e um documento de duas páginas explicando como lidar com o sistema e como dar notas aos textos.

O que eu quero mostrar com este relato é que toda a correção das provas de redação de um processo seletivo que se quer norteador, assim como eles dizem, da transformação do Ensino Médio ocorreu de modo apressado, amador e irresponsável, uma vez que só estive com a coordenadora em apenas um momento – encontramo-nos rapidamente para que eu entregasse a comprovação de que eu era de fato um professor de Língua Portuguesa -, o restante do breve contato foi todo realizado por telefone e e-mail.

É importante notar aqui que não houve um processo seletivo capaz de verificar a capacidade de realização do serviço por parte dos selecionados (fui indicado por um amigo e não precisei apresentar nenhuma comprovação de que já havia feito isso antes), não houve um pólo de concentração dos corretores, nem discussões esclarecedoras a respeito dos critérios que deveriam ser aplicados, nem um boletim periódico indicando se o serviço prestado estava de acordo com os critérios estabelecidos, nem ao menos algum tipo de fiscalização a fim de confirmar se as redações estavam sendo de fato corrigidas pelas pessoas inscritas para corrigi-las. O manual de instruções para aplicação das notas é um capítulo à parte que eu não tenho como explicá-lo em função do pouco espaço disponível para este texto.

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