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Emir tinha mesmo de cair. É uma boa notícia! Mas o mal continua vivo

Depois de ter chamado de “autista” sua agora ex-futura chefe, Ana de Hollanda, é claro que Emir Sader não poderia ser nomeado para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. Na gestão pública ou privada, quebrado o princípio da hierarquia, abrem-se as portas para todos os outros males. É evidente que a manutenção da ordem, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h40 - Publicado em 2 mar 2011, 16h28

Depois de ter chamado de “autista” sua agora ex-futura chefe, Ana de Hollanda, é claro que Emir Sader não poderia ser nomeado para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. Na gestão pública ou privada, quebrado o princípio da hierarquia, abrem-se as portas para todos os outros males. É evidente que a manutenção da ordem, por si, não é suficiente para um bom trabalho. Mas, sem ela, nada é possível. Assim, deixo claro, a forma como se referiu à ministra era motivo bastante para essa particular forma de demissão, que antecede a admissão.

O que me pergunto — e lamento dizer que tenho a resposta — é se teria sido demitido por suas, serei generoso, “idéias” caso tivesse preservado a ministra de suas boçalidades e  ambições. E a resposta é “não!” Esse dinossauro da ideologia, essa manifestação mesozóica do pensamento, é ligado a Marco Aurélio Garcia e a Gilberto Carvalho, dois homens  do governo da cota pessoal de Lula — a palavra “espiões” não seria exagerada.

Todo mundo que tem alguma intimidade com política sabe qual é a de Emir Sader. Ele é uma pessoa muito desabrida. Não tem mais pudor para exibir o seu pensamento do que tem para exibir a sua ortografia. Imaginem o inimaginável à esquerda e diga: “Ninguém seria capaz de dizer uma coisa dessas”. Engano! Emir seria! Na Internet, onde mantém uma página hospedada num portal financiado pela Petrobras, cruza todas as fronteiras da abjeção ideológica, pouco importa se trata de temas nacionais ou internacionais  — ele, definitivamente, não tem limites. Foi o que o levou a ser um dos organizadores do abaixo-assinado em apoio a Cuba, em 2003, quando aquele país executou três dissidentes sem julgamento e iniciou uma onda de terror contra jornalistas, intelectuais e artistas.

Lulismo
Sader se preparou para ser ministro. Na entrevista concedida à Folha, é visível que ele não iria se contentar com os domínios da Fundação Casa de Rui Barbosa. Só chamou Ana de Hollanda de “autista” porque visivelmente a considera despreparada — segundo as suas noções muito particulares de “preparo” — para o cargo. Pergunto: tivesse se limitado a dizer que pretendia fazer da instituição um centro de reflexão sobre o lulismo, teria sido defenestrado? A resposta quase certa é “não”! Acabariam considerando essa sua ambição muito razoável.

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Nas vezes em que se manifestou, era visível a sua ignorância sobre o trabalho feito na fundação. Estava claro que não distingue um centro de estudos e pesquisa de um aparelho partidário destinado ao proselitismo. E quem há de estranhar essa visão de mundo? É o que ele faz como professor; é como ele enxerga, por exemplo, a universidade. Ele é hoje a expressão mais vistosa do que pode haver de mais perverso na academia: a subordinação do pensamento, da inteligência e da pesquisa a um ente de razão: no caso, um partido político.

Não, senhores! Tivesse esse gigante controlado o seu apetite, tivesse ido com menos sede ao pote, tivesse ao menos respeitado a hierarquia, teria ficado livre para depredar o trabalho da Fundação Casa de Rui Barbosa. Felizmente, Emir foi vítima de Emir. Felizmente, ninguém se lembrou a tempo de usar com ele uma das máximas do Corão: preservá-lo de si mesmo.

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