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Eduardo Campos-Marina na TV: uma boa pegada para um estranho discurso

Foi ao ar na noite desta quinta o horário político do PSB. Do ponto de vista técnico, impecável. Foi inteiramente dedicado a um suposto diálogo — tratou-se de uma montagem — entre Eduardo Campos, que vai disputar a Presidência da República, e Marina Silva, a líder da Rede, provável vice na chapa. Procurou-se simular um […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h09 - Publicado em 28 mar 2014, 00h01

Foi ao ar na noite desta quinta o horário político do PSB. Do ponto de vista técnico, impecável. Foi inteiramente dedicado a um suposto diálogo — tratou-se de uma montagem — entre Eduardo Campos, que vai disputar a Presidência da República, e Marina Silva, a líder da Rede, provável vice na chapa. Procurou-se simular um olho no olho entre os dois e de cada um deles com o telespectador. O filme foi rodado em película, em preto e branco, como a dizer que ali não havia pirotecnia nem truque.

Ambos evocaram as respectivas histórias para se dizer “filhos da esperança” e “companheiros de luta e de paz”, deixando claro, de saída, com quem queriam falar. Nas palavras do ainda governador de Pernambuco: “um povo alegre, mestiço, misturado, guerreiro”. Campos incorporou, vamos dizer assim, a mística lulista.

O governo Dilma apanhou bastante, mas Lula foi preservado. Lá estava a Petrobras: o pré-candidato observou que a empresa perdeu metade de seu valor de mercado e viu sua dívida ser multiplicada por quatro. Afirmou que a economia vinha melhorando desde o governo Itamar e reconheceu o legado de FHC, com as grandes conquistas do governo Lula. Até que… Bem, até que Dilma veio estragar tudo. E aí a presidente virou alvo.

O peessebista falou de uma nova política, sem salvadores da pátria e donos da verdade. Referindo-se a Dilma como “ela”, foi duro: “Ela teve a oportunidade de receber o legado e poderia ter feito o que se comprometeu a fazer”. Acusou-a, em seguida, de “desmanchar o que havia sido feito”. Na conclusão, numa clara alusão à Copa do Mundo, convidou os brasileiros a “entrar em campo e fazer o Brasil campeão”.

Campos era o mais incisivo, o mais focado na disputa terrena propriamente. Marina, conforme o esperado, emprestava à cena um certo apelo etéreo, com coisas quase do outro mundo. De saída, afirmou que seu grande sonho, ora vejam, é uma “agenda estratégica, que possa ser implementada independentemente de partidos e de quem esteja no governo”. É claro que isso não existe e, em certa medida, representaria a morte da política. Ocorre que Marina sempre fala bem com os setores da sociedade que repudiam a… política!

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Não faltaram também espertezas certamente definidas por pesquisas de opinião: lá estava a chefe da Rede a defender a sustentabilidade, como sempre, mas deixando claro que é possível desenvolver a agricultura sem agredir “as nossas florestas”, definidas como “a galinha dos ovos de ouro”.

Parece que o candidato do PSB escolheu uma estratégia: colocar-se como o verdadeiro herdeiro das conquistas do lulismo; aquele capaz de fazer o Brasil avançar. Dilma, na sua construção, jogou fora uma herança bendita. Os dados não corroboram essa leitura, mas se está diante de uma construção para a disputa eleitoral.

Funciona? Ela me parece dotada de uma fragilidade essencial: basta que Lula venha a público para dizer, afinal, quem é a sua continuadora. Como já escrevi aqui, se o discurso de Campos for extremamente eficiente e se Dilma se inviabilizasse como candidata, haveria o risco da volta de Lula como candidato do PT. E contra este, o que Campos teria a dizer? A julgar pelo discurso desta quinta, nada”

Tudo somado e subtraído, no entanto, foi um programa eficiente, que certamente atraiu a atenção de muita gente.

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