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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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EDITORIAL

OS TEXTOS DESTA TERÇA-FEIRA ESTÃO ABAIXO DESTE EDITORIAL, COM CONSTANTES ATUALIZAÇÕES, COMO SEMPRE. Entreguei ontem os originais do livro O País dos Petralhas. Reúnem textos publicados neste blog e alguns outros, que não estão aqui. Esta página existe desde 24 de junho de 2006. Este é o 11.303º post. Uma conta de dividir pode indicar […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h42 - Publicado em 2 abr 2008, 00h59
OS TEXTOS DESTA TERÇA-FEIRA ESTÃO ABAIXO DESTE EDITORIAL, COM CONSTANTES ATUALIZAÇÕES, COMO SEMPRE.
Entreguei ontem os originais do livro O País dos Petralhas. Reúnem textos publicados neste blog e alguns outros, que não estão aqui. Esta página existe desde 24 de junho de 2006. Este é o 11.303º post. Uma conta de dividir pode indicar a média diária. Com freqüência, faço clipping de jornais, mas os leitores habituais sabem que a maioria do que vai aqui é escrito por mim: comentários, opiniões, perplexidades — com certa freqüência, diálogo com os leitores. Para fazer a seleção, tive de reler tudo, excluindo textos excessivamente conjunturais, reduzindo ao mínimo as notas de rodapé. E, mesmo assim, deu um trabalho danado. Porque, como também é sabido, procuro sempre lidar com teoria política, com algumas referências do pensamento político que pautam a ação.

As falanges do ódio, no entanto, estão ativas. O sucesso do blog incomoda. E, para ser exato, ele já tinha “acontecido” antes mesmo de ser hospedado no site da VEJA, o que lhe deu, claro, mais peso e maior visibilidade. Chamadas para o meu blog, ali, só tiveram início em setembro de 2006. E, então, o mundo das sombras reagiu: “Epa! Existe um blog, com milhares de leitores, que é do lado de lá. Precisamos destruí-lo”.

Entenda-se por “lado de lá” a “direita”, os “reacionários”. Entenda-se por “direita” e “reacionários” aqueles que não rezam segundo a cartilha consagrada do esquerdismo — do mais cascudo ao que se quer instruído e moderno. As falanges do ódio juntam pessoas as mais diferentes: há desde os blogueiros de aluguel, gente paga para difamar, até aqueles que se querem guardiões da moral & dos bons costumes “progressistas”. As acusações variam segundo os interesses de cada um: ora eu seria agressivo e brutal, ora tentaria afetar inteligência. Não é preciso ser muito sagaz para apontar a agressividade dos que me chamam agressivo nem as ambições intelectuais dos que me tomam por pernóstico.

Não, não! Tive dificuldade, como sabe a editora, de cortar os textos que nada têm, como vocês verão, de agressivo com quem quer que seja. Porque eles compõem a esmagadora maioria das coisas que escrevo. As acusações que partem de um e de outro grupos buscam é desqualificar aquele que identificam como um “intruso”. Sim, todos eles aceitam a divergência, desde que do mesmo lado; eles acatam o princípio da pluralidade, desde que as diferenças caracterizem variações em torno da mesma opinião.

Na onda de desqualificação, tentou-se até mesmo caracterizar uma guerra entre blogs. Não estou em guerra com ninguém, especialmente com quem só passou a existir na Internet, embora esteja na peleja há anos, depois que começou a me atacar. Os posts estão em arquivo; o Google está aí para provar: certo senhor dedica-se a uma cruzada obsessiva contra mim. Promove uma campanha sórdida. ACUSA-ME DE FAZER RIGOROSAMENTE O QUE ELE PRÓPRIO FAZ. Em suas páginas, já se publicaram, e se publicam ainda, alusões à minha mulher, às minhas filhas, aos meus tumores, a meu suposto envolvimento com pessoas que nem conheço.

Já me viram vir aqui posar de vítima? Nunca! Não é do meu feitio. Ele começou uma guerra que só existe em sua mente obsessiva e na daqueles que lhe dão guarida. Foi ele quem atravessou a rua para me atacar, ainda que eu insistisse em ignorá-lo. Este senhor concedeu entrevistas em que me acusa de racista, homofóbico, o diabo. Bani seu nome da minha página faz tempo. Em dias normais, recebo de 1.300 a 1.800 comentários, uns 30% deles feitos de xingamentos, de ataques vis que não poupam nem a mim nem à minha família.

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A pessoa em questão estimula o ataque. Em sua página, fui brindado com uma foto deformada e com uma caracterização delirante, saída da pena de quem parece não ter mais nada a perder e, eventualmente, algo a ganhar. Na avalanche de comentários, se escapa qualquer referência ao indivíduo, vou lá e corto. Peço aos leitores que não citem nomes. No auge de sua cega estupidez, ignorei as vilanias, para espanto dos internautas. E o fiz por uma razão simples e óbvia: ele conta com a minha reação para sair gritando: “Fui agredido!”. Então eu não tenho família? Então eu não tenho mulher e filhos? Devo-lhe conceder o monopólio da ofensa? Ele pode, apelando a autores que desconhece em sua oceânica ignorância, estimular os seus falangistas a me agredir? Mas, se publico um poema, cometo uma ignomínia, uma torpeza?

Fazendo-se de vítima, mas intimamente celebrando uma vitória porque o autovitimização faz parte do seu caráter, vem agora posar de cavaleiro impoluto, embora diga aos quatro cantos que seu objetivo é cavar a demissão daqueles que tem a pretensão sejam seus desafetos. Não, não! Quem escolheu as armas limpas nessa história fui eu. Há muito tempo venho ignorando as baixarias. Basta ler o que lá vai. E dou de ombros ao jogo sujo em respeito aos meus leitores, que cobram de mim textos como os que selecionei para o livro: debate de idéias, sem fulanização. Foi isso que fez deste blog uma referência de muita gente, felizmente lido em toda parte.

Eu é que não vou me desviar do caminho. De qual caminho? O de me posicionar sobre questões que dizem respeito ao interesse público segundo aquilo que penso e segundo os meus valores:
– este blog não aceita a transgressão das leis democraticamente votadas;
– este blog não aceita o esbulho das leis na suposição de que o legítimo se sobrepõe ao legal;
– e não aceita porque o “legal” é legal para toda gente, e o “legítimo” costuma ser a causa de uma minoria militante;
– este blog continuará a fazer a defesa do estado de direito;
– este blog não aceita o roubo em nome da causa;
– este blog não abre mão de ter memória e de cobrar a coerência dos homens públicos;
– este blog defende a economia de mercado;
– este blog defende a democracia representativa e critica as ações dos que pretendem assaltá-la com teses que considera furadas de “democracia direta”;
– este blog continuará a debater teoria política sempre que julgar necessário.

A Internet facilita a pesquisa. Fica muito fácil saber quem rompeu os limites da civilidade e do bom senso e continua a fazer uso da vileza. Não fui eu. Ao contrário: tenho procurado agir com extrema moderação. E não vou ceder à provocação de quem pretende que a disputa se dê na lama. Continuarei a ignorar o cavalheiro, e meus leitores permanecerão aqui, firmes, já que a esmagadora maioria quer mesmo que o ignore. Mas ele poderia fazer o mesmo? Sem a sua cruzada, desaparece; volta à irrelevância da qual procurou se levantar arrumando inimigos imaginários, jactando-se de sua saga bisonha.

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Eu aceito o desafio de ignorá-lo. Mas ele não pode aceitar o desafio de ignorar-me.

Escrevo, de resto, aos meus leitores. Sim, crescemos demais e nos tornamos incômodos. O que parece ser apenas o esforço ensandecido de um guerreiro solitário é parte de uma campanha de difamação ancorada em um propósito maior: desqualificar e silenciar quem não reza segundo a cartilha do oficialismo. Pouco me importa quem gosta e quem não gosta de mim. Não sou pessoa pública; não sou candidato a nada. Acontece que não sei fazer o figurino da vítima. Meu blog não precisa deformar a imagem e a biografia de ninguém para existir. Por que ele não faz o mesmo?

Os leitores habituais desta página fiquem tranqüilos: este blog continuará a debater idéias e, é provável, a excitar a sede de sangue das falanges do ódio. Mas não vai se desviar do seu caminho. Não depende de ataque à reputação de ninguém para existir como página na Internet ou para escrever o que escreve. E seria conveniente que outros buscassem também uma existência autônoma. Os meus adversários (des)qualificados são aqueles que pretendem submeter a democracia ao crivo de um ente de razão que só se exerce plenamente na ditadura. Os personagens marginais desse esforço não me interessam. E, por isso mesmo, vamos, então, ao que interessa.

Em breve, O País dos Petralhas.

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