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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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É para você, leitor! E só para você! O que se noticiou aqui num domingo e o que está em toda parte nesta quinta. Ou: A dupla Cardozo-Janot e a natureza do jogo

Caros leitores, Este blog foi criado em junho de 2006, depois que a política — a informal, claro! — do PT ajudou a fechar a revista “Primeira Leitura”. A intenção dos companheiros era me tirar no debate. Contribuíram, na prática, para ampliar a minha voz. ELES CONTINUAM SE ESFORÇANDO ATÉ HOJE PARA QUE OS MEUS […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h02 - Publicado em 26 fev 2015, 16h37

Caros leitores,

Este blog foi criado em junho de 2006, depois que a política — a informal, claro! — do PT ajudou a fechar a revista “Primeira Leitura”. A intenção dos companheiros era me tirar no debate. Contribuíram, na prática, para ampliar a minha voz. ELES CONTINUAM SE ESFORÇANDO ATÉ HOJE PARA QUE OS MEUS PATRÕES ME DEEM UM PÉ NA BUNDA. Não gostam de mim, e, quanto a esse particular, não posso censurá-los. Inaceitável é que usem instrumentos de pressão do Estado para silenciar aqueles de que discordam.

Nesses anos, vi muita coisa, passei por muita coisa. Um período difícil foi a Operação Satiagraha, estrelada por um tal delegado Protógenes, que depois virou deputado pelo PCdoB, para sumir na poeira do tempo. Havia naquilo uma formidável coleção de ilegalidades e fantasias. No fim das contas, Daniel Dantas, que nunca foi santo, era só personagem da guerra de facções do PT. Se alguém se atrevia a apontar a verdade, era logo tachado de “agente do Dantas”. O banqueiro acabou se entendendo com os petistas, e os companheiros não quiseram mais saber dele. Sim, eu e outros tantos fomos acusados de estar a serviço do banqueiro. Nunca estive com ele. Nunca falei com ele. Não sei o que pensa e o que quer. Tampouco me interessa.

Desqualificar o trabalho alheio é a mais fácil de todas as tarefas.

No domingo — sim, no domingo —, concluí uma apuração que havia iniciado na terça-feira da semana anterior e escrevi um post depois de obter a terceira confirmação inequívoca de um fato, que sintetizei (ou espichei; meus títulos costumam ser enormes) neste título: “A NATUREZA DO JOGO 2 –  A FRASE PERTURBADORA DE JANOT E SUAS CONVERSAS FREQUENTES COM CARDOZO. OU: DENÚNCIA DO MP VAI OU NÃO REVELAR O VERDADEIRO CRIME, JÁ CONFESSADO POR PAULO OKAMOTTO, O FAZ-TUDO DE LULA?”

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JANOT CARDOZO

Fui severamente atacado nos comentários por alguns leitores. Como tenho afirmado aqui que as coisas caminham para que empreiteiros tenham penas severas e políticos, uma vez mais, saiam livres, leves e soltos, alguns tolos resolveram me acusar de estar a serviço dos companheiros do concreto armado — os mesmos que, ao longo de 13 anos, têm financiado largamente os petistas. Mas não só eles: também os banqueiros, os industriais, os comerciantes… O PT é hoje um conglomerado de interesses privados que só tem um adversário: o povo que trabalha e arrecada impostos.

Pois bem. Leio, agora, na Folha, o seguinte título:

Janot cardozo folha

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 No texto, Vera Maglhães e Bruno Boghossiam informam:
“O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, se reuniram na noite desta quarta-feira (25) no gabinete da PGR. O encontro não constou da agenda de nenhuma das duas autoridades. A reunião ocorreu às vésperas da apresentação, por Janot, da denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra políticos no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.”

Aí volto ao meu texto de domingo.

Lá eu informo que Cardozo anda se encontrando com Janot:
janot cardozo 4

Lá eu afirmo que Janot não pode estar preocupado em administrar a denúncia para amenizar a crise política:

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 janot cardozo 2

Lá eu informo que Janot deu graças a Deus por, segundo ele, não ter encontrado nada contra Lula e Dilma:.

 janot cardozo 4

Lá eu informo a possibilidade de triunfar a mentira escandalosa de o petrolão ser considerado apenas mais um esquema de assalto aos cofres públicos, eliminando-lhe o caráter político, que diz respeito a uma forma de conquista do Estado.

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 Janot cardozo 6

Os que cometeram crimes que paguem, respeitado o devido processo legal, sejam políticos, empreiteiros, açougueiros, sei lá o quê. Não conheço empreiteiros. Não sou nem nunca fui amigo de nenhum deles. Vou continuar a fazer o meu trabalho. Sempre que eu achar que o estado de direito está sendo agredido — e pouco me importa se o objeto dessa agressão é um santo ou um canalha —, vou continuar a denunciar, a manifestar meu inconformismo. O estado de direito existe para freiras e para putas. Para inocentes e para culpados. O que não é certo é tomar a freira por puta e a puta por freira. Aí não! Não entender isso corresponde a ignorar um princípio fundamental da civilização. Não entender isso é ser um súdito moral do Estado Islâmico.

Os que vieram aqui me atacar anunciando que não vão mais ler o blog, em razão do post sobre Janot ou de outro qualquer, me farão um grande favor se não voltarem. Outros insatisfeitos podem e devem fazer a mesma coisa. Sugiro que usem o meu critério: ou leio coisas que me dão prazer ou que, mesmo desagradáveis, são úteis ao meu trabalho. Se o blog nem dá prazer nem é útil, pra que perder tempo comigo?

Escrevo o que apuro, escrevo o que penso, escrevo o que acho certo. Durante a Operação Satiagraha, as “vanguardas do não” eram mais poderosas do que agora. E não me fizeram mudar de ideia. Procuravam jogar na lama o nome de pessoas decentes, que só se ocupavam de fazer o seu trabalho.

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Para encerrar
O Ministério Público vai ou não fazer o acordo de delação premiada com Ricardo Pessoa? Ele tem como evidenciar que doou R$ 30 milhões clandestinamente ao PT, R$ 10 milhões dos quais para a campanha de Dilma Rousseff. Janot está ou não interessado no que ele tem a dizer? Até quando a prisão preventiva de Pessoa — e dos demais empreiteiros — será usada como instrumento de pressão para esconder a verdadeira natureza do jogo e para provar uma tese que livra a cara dos petistas?

Não gostou do que leu, leitor? Vá embora daqui! Vá procurar o que o faz feliz. Não gostou, mas considera útil a seu trabalho e a seu pensamento? Aí é com você.

Continuarei a dizer o que penso. E a tratar da natureza do jogo.

Obrigado!

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