E o granma.cu não gostou das eleições – a exemplo de certa imprensa no Brasil
Vejam o que informa a agência EFE. Comento em seguida: A imprensa oficial cubana fez fortes críticas às eleições realizadas no domingo em Honduras, qualificando o processo de “farsa ilegítima”. “Recorde de abstencionismo e repressão brutal caracterizam a farsa eleitoral de Honduras”, disse o jornal “Granma”, porta-voz do governante Partido Comunista. “Alto índice de abstenção, […]
Vejam o que informa a agência EFE. Comento em seguida:
A imprensa oficial cubana fez fortes críticas às eleições realizadas no domingo em Honduras, qualificando o processo de “farsa ilegítima”. “Recorde de abstencionismo e repressão brutal caracterizam a farsa eleitoral de Honduras”, disse o jornal “Granma”, porta-voz do governante Partido Comunista.
“Alto índice de abstenção, falta de legitimidade e transparência, e a brutal repressão do Exército e da Polícia contra a população caracterizaram a farsa eleitoral deste domingo convocada em Honduras pelo regime usurpador de Roberto Micheletti”, disse a publicação.
Já a “Trabalhadores”, da central sindical única da ilha, teve como destaque “Honduras: militarização e abstenção marcam pleito”. “Até agora só países como Estados Unidos, Colômbia, Panamá e Costa Rica expressaram de uma forma ou outra aceitar o resultado das eleições”.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, que participa da 19ª edição da Cúpula Ibero-Americana, na cidade portuguesa de Estoril, pediu um pronunciamento de rejeição às eleições em Honduras e alertou da ameaça da doutrina militar americana para a América Latina, informou a agência estatal “Prensa Latina”. EFE.
Comento
O Granma é aquele jornal que os cubanos usam como substituto do papel higiênico — artigo de luxo na ilha. O único lugar de Cuba em que a parte terminal do aparelho digestivo recebe um tratamento à altura do grau de desenvolvimento a que chegou a civilização humana é em Guantánamo, a parte da ilha em que os “moradores” conhecem seus direitos e deveres. E em que há comida farta também. Se vocês querem ler toda a mensagem, já sabem: o endereço eletrônico é www.granma.cu.
Compreendo que Cuba critique supostos desmandos em eleições. Afinal, eles não sabem por lá o que isso significa porque baniram essa formalidade besta das democracias. Mas o espírito www.granma.cu está presente também na imprensa brasileira. Alguns dos nossos articulistas e editorialistas estão inconformados. Vêem uma grande ameaça no horizonte. Entendo. A se darem as cosas como se deram em Honduras, o que será do chavismo, não é mesmo?
Encerro com uma frase da página 81 de “Máximas de Um País Mínimo”:
“Não se pode mais aceitar um golpe com tanques, como no passado. Não se pode aceitar um golpe com urnas, como no presente”.
Aí o petralha se assanha, fingindo-se de bípede: “Você está falando do golpe de ontem?” Não! Estou me referindo ao golpe tentado pelo ex-presidente — é o que ele é — Manuel Zelaya.