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Dona Ruth ou “No país da civilidade perdida”

A Folha deste domingo publica uma entrevista com a antropóloga Ruth Cardoso, mulher de FHC. Tenho grande admiração por “Dona Ruth”, embora discorde dela em muitos aspectos, a começar dessa história de ONGs. Ela liderou o Comunidade Solidária e, hoje, está à frente de uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) chamada Comunitas, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h17 - Publicado em 21 out 2007, 07h29
A Folha deste domingo publica uma entrevista com a antropóloga Ruth Cardoso, mulher de FHC. Tenho grande admiração por “Dona Ruth”, embora discorde dela em muitos aspectos, a começar dessa história de ONGs. Ela liderou o Comunidade Solidária e, hoje, está à frente de uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) chamada Comunitas, encarregada de dar continuidade aos programas do Comunidade.

Eu não gosto de ONGs, como vocês sabem. Sou um ortodoxo. O estado tem de atuar onde falta estado. Não confio muito em gente que se dedica demais aos outros. Dona Ruth e outros poucos são exceções que considero dotados de honestidade excepcional. No mais das vezes, ONG ou é oportunismo vil ou problema psicanalítico. Com raríssimas exceções, quase santas, o homem normal se ocupa mesmo é de si mesmo e de sua família. É o correto. A civilização se forma assim. O egoísmo é o mais altruísta dos sentimentos.

Adiante. Catia Seabra entrevistou Dona Ruth. A quem já dei uma capa na antiga revista República. Ela é inteligente, sagaz, articulada e, com efeito, uma social-democrata. Estou muito à direita da mulher do ex-presidente. Tenho uma atração quase irresistível pelo capitalismo que chamam “selvagem”. Defendo todas essas coisas horríveis, como a exploração do “homem pelo homem!”. Se gerar riquezas, e gera, invariavelmente, um dia, “o homem” vai querer escola, estrada, saúde… O que não pode é, em nome da estrada, escola e saúde, impedir a acumulação. Aí é a aposta na caverna — ou, se quiserem, a aposta no Brasil que temos. Isso choca as nossas “freiras” morais.

Mas volto. Sei que Dona Ruth até me acha interessante, mas muito conservador, radical — talvez ela diga “reacionário”. Não tem problema. Gosto de algumas pessoas que não gostam tanto assim de mim. O mais comum, admito, é o contrário. Mais comum e mais sofrido. Ser desgostado é muito mais confortável do que desgostar. Adiante de novo. Vale a pena ler a entrevista de Dona Ruth. Ela é a voz de um país que poderia ter sido… Acadêmica respeitada, é de uma humildade exemplar. Mesmo quando faz a defesa dos ONGs (coisa de que discordo), a delicadeza é a marca. Não há um só vitupério contra o governo de turno.

Além dessa questão de ONGs, Dona Ruth representa um país em que as instituições democráticas só avançaram.

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