Do protagonismo à coadjuvação
Acanhadíssima a atuação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na votação do projeto do salário mínimo. Quem esperava ver o leão, o grande articulador em ação, decepcionou-se. Quem liderou a primeira fase da resistência foi, sim, um político de Minas: Itamar Franco (PPS). Podem até dizer: “Ah, mas foi combinado com Aécio”. Então faltou a noção […]
Acanhadíssima a atuação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na votação do projeto do salário mínimo. Quem esperava ver o leão, o grande articulador em ação, decepcionou-se. Quem liderou a primeira fase da resistência foi, sim, um político de Minas: Itamar Franco (PPS). Podem até dizer: “Ah, mas foi combinado com Aécio”. Então faltou a noção de tempo.
Aécio não participou dos debates sobre o valor do mínimo. Não se ouviu a sua voz. Guardou-se para ser o protagonista da noite na votação do destaque que suprimia o Artigo 3º da lei — aquele da inconstitucionalidade. Aí fez um bom discurso, embora precisa melhorar a entonação de palanque. Ela é um pouco anos 50 demais, muito empostada, com uma melodia de discurso de político velho, à moda antiga. Nesse caso, sim, é preciso mesmo ser pós-Lula. O Apedeuta mudou esse tom para sempre.
Quando Aécio falou, a noite já ia longe — dois ou três minutos depois, José Sarney encerrava a votação. O que eventualmente se pretendia protagonismo virou coadjuvação.