Dirceu na área 1 – Empresários acusam Dirceu de tráfico de influência. Ou: “O segredo do sucesso”
Num dos posts abaixo, vocês lêem que os mensaleiros Delúbio Soares e José Genoino se encontram em estado de graça. O primeiro comemorou o seu retorno oficial ao PT — de onde, de fato, nunca saiu — com uma festança. O outro, assessor do ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi condecorado pelo próprio ministério. E […]
Num dos posts abaixo, vocês lêem que os mensaleiros Delúbio Soares e José Genoino se encontram em estado de graça. O primeiro comemorou o seu retorno oficial ao PT — de onde, de fato, nunca saiu — com uma festança. O outro, assessor do ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi condecorado pelo próprio ministério. E aquele que foi apontado como o comandante deles todos — “chefe da quadrilha”, na linguagem da Procuradoria Geral da República? Pois é…
O “consultor de empresas” José Dirceu continua a dar as cartas no PT — “nomeou” recentemente o aliado Rui Falcão para a presidência do partido — e a fazer muitos negócios. Sua empresa de consultoria, a “JD” é um portento. A VEJA desta semana traz uma história cabeluda, narrada por Hugo Marques.
Em entrevista à revista, dois empresários, José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, acusam o ex-ministro e chefão petista de fazer tráfico de influência em favor da empreiteira Delta Construções, uma gigante do setor. Segundo os dois, Dirceu foi contratado por Fernando Cavendish, presidente do Conselho de Administração da Delta, para facilitar seus negócios com o governo federal. E como eles sabem?
Eles eram donos da Sigma Engenharia, empresa que seria incorporada pela Delta em 2008; os três se tornariam sócios. O negócio emperrou e foi parar na Justiça. Oficialmente, a Delta contratou Dirceu como consultor para negócios junto ao Mercosul. Receberia modestos R$ 20 mil mensais pelo trabalho. De fato, dizem os denunciantes, a Sigma passou a ser usada por Cavendish para fazer transferências bancárias a Dirceu.
Um trecho da reportagem informa o desempenho da empresa de Cavendish no governo petista. Seu grande salto se dá a partir de 2009, ano da contratação de Dirceu:
“Durante o governo do ex-presidente Lula, a Delta passou de empresa de porte médio a sexta maior empreiteira do país. É, hoje, a que mais recebe dinheiro da União. Sua ascensão vertiginosa chamou a atenção dos concorrentes. Em 2008, a Delta já ocupava a quarta colocação no ranking das maiores fornecedoras oficiais. Em 2009, houve um salto ainda mais impressionante: a empresa dobrou seu faturamento junto ao governo federal. Em 2011, apesar das expectativas de redução da atividade econômica, o faturamento da Delta deve bater os 3 bilhões de reais – puxado por obras estaduais e do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento.”
Comprando senadores
Informa ainda a VEJA:
“Em reunião com os sócios, no fim de 2009, quando discutia exatamente as razões do litígio, o empresário Fernando Cavendish revelou o que pensa da política e dos políticos brasileiros de maneira geral: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c…’. Pode ter certeza disso!”. E disse mais. Com alguns milhões, seria possível até comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo: “Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão!”.
É isso aí. Num post abaixo, vocês lêem trechos da entrevista dos dois empresários. Dirceu não quis falar com a reportagem da VEJA porque disse que não comenta os assuntos de sua empresa privada. Em seu site, atacou a revista e disse que vai processar os dois empresários.