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Dilma, o governo terceirizado e a necessidade de os atores políticos buscarem um novo texto e um novo lugar

Afirmei num post desta madrugada que, com a ida de Michel Temer, vice-presidente da República, para a coordenação política, realizava-se, em parte ao menos, o impeachment de Dilma. Afinal, não custa lembrar, é ele o primeiro na linha sucessória caso ela seja impedida. A presidente, assim, terceiriza aquele que é um dos pilares de qualquer […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h40 - Publicado em 8 abr 2015, 18h50

Afirmei num post desta madrugada que, com a ida de Michel Temer, vice-presidente da República, para a coordenação política, realizava-se, em parte ao menos, o impeachment de Dilma. Afinal, não custa lembrar, é ele o primeiro na linha sucessória caso ela seja impedida. A presidente, assim, terceiriza aquele que é um dos pilares de qualquer governo, mesmo nas democracias mais estáveis: a coordenação política.

Dilma já havia terceirizado a economia, hoje a cargo de Joaquim Levy. É bem verdade que ele está se saindo um liberal ao gosto dos confiscadores de esquerda. Basta ver as mudanças absurdas que propôs no Projeto de Lei das Terceirizações. Uma coisa, no entanto, é fato: Dilma tem hoje na articulação política e na economia duas pessoas que não podem ser demitidas. Sei que parece estranho dizer, mas é fato: no terreno das possibilidades, eles têm o cargo mais garantido do que ela — ainda que se mostre remota a chance de um impeachment.

O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, não exagera quando diz que, ao escolher Temer para a coordenação política e tendo já aberto mão da condução da economia, Dilma executa uma espécie de renúncia branca. E, convenham, não restou mesmo outro caminho à presidente que, há cinco meses, anunciava na campanha eleitoral os novos umbrais do desenvolvimento e da reparação social.

Aquilo que parece ser uma solução engenhosa é, na verdade, a única saída. Ou Temer, o agora todo-poderoso articulador político, não estava alijado das decisões do governo até a semana retrasada? Consequência ou não de sua nomeação, a CPI do BNDES no Senado — com um potencial explosivo, já subiu no telhado. Seis senadores retiraram as assinaturas do requerimento.

Temer dará, e isto é certo, mais estabilidade política ao governo Dilma, o que não quer dizer que o país viverá, na economia, dias melhores — não no curto ou no médio prazos. As tensões decorrentes desse mau momento econômico continuarão, mas talvez tendam a ser algo mais surdo, que vão continuar a corroer o prestígio do governo, de Dilma e do PT.

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E será justamente nessa fase que a oposição terá de buscar o seu lugar no jogo político. Por enquanto, a contestação mais evidente e estridente ao governo se dá nas ruas. Até onde ela pode chegar? Ainda voltarei a esse assunto. Uma coisa é certa: esse passivo que o governo Dilma e o petismo estão produzindo terá de virar propostas políticas — e propostas que levem os eleitores a fazer escolhas.

O PMDB está na condução, agora, da articulação política, mas está claro que enxerga uma trilha para tentar ser um protagonista, não mais mero coadjuvante do petismo. A derrocada do PT, por óbvio, rompe também com a lógica da polarização e força o PSDB a se reinventar.

Todos os atores terão de buscar um novo texto e um novo lugar.

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