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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Cuidado! Os petralhas estão furiosos porque foram desmascarados! Ou: Os que odeiam e os que amam

Os feios, sujos e malvados estão nervosos! Foram desmascarados por uma reportagem da VEJA desta semana que expõe os seus perfis falsos no Twitter e os robôs a que recorrem para que suas mensagens sejam replicadas. É uma fraude contra a boa-fé pública! Afinal, os usuários das redes sociais estão caindo numa malha administrada por […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h51 - Publicado em 15 Maio 2012, 07h51

Os feios, sujos e malvados estão nervosos! Foram desmascarados por uma reportagem da VEJA desta semana que expõe os seus perfis falsos no Twitter e os robôs a que recorrem para que suas mensagens sejam replicadas. É uma fraude contra a boa-fé pública! Afinal, os usuários das redes sociais estão caindo numa malha administrada por grupos cujo objetivo é gerenciar a opinião alheia, espionar, molestar, patrulhar, “trollar”. Recorrendo a um clichê, diria que essa é só a ponta do iceberg. Há muito mais abaixo da linha d’água. Mimetizam aqui práticas consagradas em regimes ditatoriais como os da China, de Cuba ou do Irã, ou de países em que a democracia vive um contínuo processo de degradação, como a Argentina ou o Equador. Trata-se da mais óbvia expressão da intolerância.

Mandam-me aqui um texto de um babão medíocre — ainda voltarei a ele se tiver paciência — que me acusa, vejam que coisa!, de incentivar o “ódio” na Internet, sem debater ideias. Há acusações que são mentirosas, mas verossímeis — vale dizer: podem assumir a aparência de verdade porque assentadas em falsas evidências, preconceitos, mitos etc. E há aquelas que, além de falsas, são, em si, absurdas. Podem gostar ou não das minhas ideias, jamais de não debatê-las. Sou apaixonado pela argumentação. Quanto mais um raciocínio parece solidamente alicerçado, mais excitado fico para descobrir a falha.

Os textos aqui publicados ganharam uma dimensão muito além das minhas ambições: são debatidos em universidades (às vezes, com viés crítico), viram questões de vestibular e de concursos públicos, integram livros didáticos e paradidáticos e, como sabem, deram origem a dois dos meus três livros: “O País dos Petralhas” e “Máximas de um País Mínimo”. Acabo de ser convidado a fazer um terceiro. Tenho a honra de ter conseguido emplacar um vocábulo no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa — justamente a palavra “PETRALHA”, conforme se lê abaixo (a maioria de vocês conhece).

sacconi-petralha

Será que tudo isso acontece porque incentivo o ódio? As mais de 100 mil visitas que o blog recebe por dia estariam a mobilizar, então, o exército dos que odeiam? Errado! Trata-se de milhares de mulheres e homens que amam a democracia, o estado de direito, o debate, a liberdade e os direitos individuais. Não os aconselho a visitar a área de comentários dos blogs e sites do JEG (ou da BESTA). Ali, sim, vocês poderiam conhecer (alguns conhecem porque não resistem) o que é ódio, maledicência e violência. Ao contrário: aqui, as opiniões mais agressivas, ainda que críticas ao pensamento que combato, não passam pela mediação. Não quero e repudio o vale-tudo em que se perde aquela gente. Alguns, acreditem, chegaram a ser jornalistas um tanto respeitados. É que o ambiente institucional e o próprio poder não permitiam que exercessem a sua real vocação. Com a ascensão do PT, puderam, então, se revelar. Encontraram-se com a sua natureza.

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Praticam o mais bisonho jornalismo chapa-branca e estão sempre dizendo “amém” às demandas dos ditos “movimentos sociais” — não raro, aparelhos de um partido político, do qual se colocam como fiéis servidores. E são bem pagos pra isso — reconheça-se, ao menos, que não fazem seu trabalho por prazer, mas por dinheiro! São profissionais. Não obstante, vivem a acusar seus adversários de mancomunação com os poderosos! Deixem-me ver se entendi: são eles os porta-vozes e empregadinhos dos mandatários, mas venais seriam os outros?! Ora…

Assistiram ao filme Casablanca? Num dado momento, o general nazista quer saber por que Rick Blaine (Humphrey Bogart) lutou ao lado de rebeldes em duas oportunidades. Tentando despistar o troglodita, ele responde: “Fui muito bem pago nas duas vezes” (ou algo assim). O facinoroso devolve: “O outro lado pagaria muito mais”. Não sei se entenderam a minha parábola. Para quem quer vender a sua independência, os poderosos de plantão sempre pagam mais. Ocorre que isso não basta aos compradores. E a razão é simples: quem interessa não se vende e quem se vende não interessa. “Eles” sabem que tem nas mãos — ou no bolso — toda aquela gente que se confunde com o jornalismo. Mas continuam obcecados pelos veículos que têm um só compromisso: noticiar o que é notícia. E pelos analistas que têm um só compromisso: dizer o que pensam.

Financiar esse tipo de operação já é, por si, fraudar as regras do jogo democrático. Essa gente poderia, no entanto, se contentar em puxar o saco dos seus financiadores. Já seria abjeção o bastante PORQUE O DINHEIRO QUE GARANTE A OPERAÇÃO NÃO É PRIVADO, NÃO! É PÚBLICO! Mas não! O “serviço compreto” compreende ainda a difamação permanente daqueles que não se renderam à lógica do “quem pode mais”, às imposições do poder de turno, à vontade dos mandatários.

“É assim no mundo inteiro”, poderia dizer alguém. Falso! Há práticas em curso no Brasil que seriam simplesmente impensáveis nos EUA, que criaram a Internet, ou nas democracias europeias. A razão é simples: a administração ou as estatais jamais financiariam páginas de política que servissem só à rede de difamação a serviço dos governistas da hora. Os americanos, diga-se, nem mesmo dispõem de estatais que pudessem fazer esse serviço. Há por lá blogs e sites para todos os gostos — da extrema direita à extrema esquerda. Sem exceção, são financiados apenas pelo capital privado. Empresas e conglomerados não têm nenhum receio em anunciar em páginas  escancaradamente antigovernistas porque o estado não dispõe de meios que permitam ao governo retaliar desafetos. Da mesma sorte, outras empresas e outros conglomerados garantem a receita de páginas escancaradamente governistas. Não sabemos ainda o que é viver num país em que o indivíduo têm a certeza de que não será molestado pelo estado.

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Reconhecimento a Dirceu
Quero aqui fazer um agradecimento público ao “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República) José Dirceu, que estendo a Luiz Inácio Apedeuta — já há leitor grafando “apeDELTA” — da Silva. Até havia pouco, muita gente resistia à constatação de que uma banda do PT e seus esbirros na subimprensa querem mesmo é ditadura e pouco estão se lixando para as instituições. “Você exagera!”, diziam alguns. A frenética e desastrada (para ele) movimentação do deputado cassado por corrupção José Dirceu para arrastar o país em sua pantomima pessoal acabou servindo de advertência a muitos. O jogo ficou claríssimo!

Assim, sejamos gratos a Dirceu por ter se apresentado com a cara que realmente tem — o que não chega a ser uma constante na sua biografia política ou pessoal. A movimentação permitiu também identificar os micos amestrados nas redes sociais, seus robôs e os falsos perfis, que nem seguem nem são seguidos. São criados apenas para perseguir.

Acabou a pantomima.

Texto publicado originalmente às 4h39
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