Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

CRISTINA KIRCHNER APERTA CERCO E TENTA ATINGIR FINANÇAS DO GRUPO CLARÍN

Queda de braço. Maior holding do jornalismo argentino paga caro por adotar uma posição crítica ao governo do país Por Ariel Palacios, no Estadão: Assediado pelas medidas do governo argentino, o Grupo Clarín, maior holding de mídia do país, viu o valor de suas ações reduzir-se drasticamente nos últimos anos. Em 2007, após a eleição […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h50 - Publicado em 11 jul 2010, 07h49

Queda de braço. Maior holding do jornalismo argentino paga caro por adotar uma posição crítica ao governo do país

Por Ariel Palacios, no Estadão:
Assediado pelas medidas do governo argentino, o Grupo Clarín, maior holding de mídia do país, viu o valor de suas ações reduzir-se drasticamente nos últimos anos. Em 2007, após a eleição de Cristina Kirchner, as ações chegaram a valer 32,10 pesos. Dois anos depois, em 2009, quando o jornal Clarín adotou uma posição mais crítica em relação a Cristina, a cotação despencou para 5,55 pesos por ação. Hoje, oscila em torno dos 12 pesos por ação.

Uma draconiana Lei de Mídia – aprovada pelo Congresso em outubro, mas ainda suspensa por força de liminares judiciais – foi impulsionada pelo governo e converteu-se na principal ferramenta para tentar inviabilizar o Grupo Clarín como negócio.

Em razão da norma, a holding terá de se desfazer de grande parte de suas empresas, que incluem de emissoras e repetidoras de rádio e TV em todo país a operadoras nacionais de TV a cabo, além dos jornais diários Clarín e Olé. A controvertida lei, porém, é apenas a parte mais visível da série de ações de intimidação e perseguição governamental contra o jornal Clarín, seus proprietários e os jornalistas que nele trabalham.

Ricardo Roa, editor-adjunto do Clarín disse que o jornal tem sofrido com o custo econômico da ofensiva do governo. “Mas transmitimos a nossos jornalistas que a diretriz é a de manter a linha editorial, apesar do enorme custo que isso implica ante um governo que ignora a necessidade de existência da imprensa independente”, disse ao Estado.

Continua após a publicidade

O jornalista acredita que, ainda que a Lei de Mídia tire do Clarín alguns de seus veículos, a força da voz crítica do grupo não se reduzirá. “Vamos agir mais na internet. Esse é um grupo de mídia. Sempre foi assim, e assim continuaremos.”

Desde que Cristina e o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, declararam guerra ao jornal, grupos ligados ao peronismo têm promovido a exibição de outdoors com fotos de colunistas do Clarín, tachando-os de “traidores” e “golpistas”. O acesso de repórteres do jornal a dados oficiais restringiu-se na mesma medida em que o rigor fiscal contra o grupo se intensificou.

Na sequência, o sindicato dos caminhoneiros, aliado do governo, chegou a impedir por várias noites, por meio de piquetes, a saída dos caminhões com exemplares do jornal da gráfica. Desde o fim da ditadura (1976 a 1983) um meio de comunicação não era alvo de pressões tão violentas.
(…)
Fontes do Grupo Clarín indicaram, sob a condição de anonimato, que os diretores da holding tentaram negociar com os Kirchners alternativas para reduzir o conflito. “Mas os Kirchners exigiram dos editores do Clarín um grau tão grande de submissão que o grupo decidiu abandonar o diálogo”, disse a fonte.
(…)
A Lei de Mídia ganhou impulso depois do fracasso de uma série de esforços do governo e de seus partidários para intimidar o Clarín – um movimento que incluía a tentativa de flagrar alguma irregularidade nos livros fiscais do Grupo Clarín. Após a blitz da Afip (a Receita Federal argentina), na qual mais de 200 fiscais invadiram a sede do Clarín em Buenos Aires e praticamente sequestraram os livros contábeis, nada de ilegal foi apurado. Até hoje, no entanto, o governo nunca deu nenhuma informação oficial sobre o resultado de sua fiscalização nem apresentou nenhuma justificativa para a ação do fisco.

Em outra frente contra o Clarín – e os demais jornais do país -, os Kirchners tentam tomar o controle da Papel Prensa, a maior produtora de papel para jornal da Argentina. Desde 1976, a empresa é controlada pelo Grupo Clarín (49% das ações), o jornal La Nación (22,49%) e o Estado argentino (27,46%). Em sua maior parte, por questão de custo, os jornais têm optado por utilizar papel importado. Mas, para muitas organizações de defesa da liberdade de expressão, o assalto à Papel Prensa poderia ser o passo prévio de uma ação do Estado para intervir nas operações de importação do produto. Aqui

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.