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Conversa de Loures com Joesley evidencia assédio do empresário

Joesley diz que vem falando com interlocutores do presidente, mas agora precisa de "uma meia horinha de conversa"

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 20h52 - Publicado em 22 Maio 2017, 16h21

Na Folha; comento mais tarde:

Suspeito de corrupção, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) agendou o encontro de Michel Temer com o empresário Joesley Batista na véspera da reunião, em março, e disse ao agora delator que era um “emissário” do presidente na Câmara.

O áudio da conversa entre Rocha Loures e Joesley, também gravado pelo empresário, faz parte das provas que ele entregou à Justiça em seu acordo de colaboração premiada.

Na conversa, do dia 6 de março, o deputado federal sugere o horário e checa qual dia seria o melhor para o presidente receber o empresário.

Joesley diz que vem falando com interlocutores do presidente, mas agora precisa de “uma meia horinha de conversa”.

“O que ele me pediu: ele fala com você a hora que você quiser. Ele prefere te atender à noite, no Jaburu, a partir de umas 11 da noite, dez horas”, disse o deputado afastado.

“Amanhã [dia 7 de março] acho que é um dia bom”, continua Rocha Loures. O encontro ocorrido no dia seguinte foi registrado por Joesley e provocou a maior crise do governo Temer.

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Acertados a data e o horário, Joesley e o congressista passam a falar sobre a situação do governo. Rocha Loures conta que iria assumir seu mandato na Câmara, como suplente do agora ministro da Justiça Osmar Serraglio, com a missão de unir o PMDB na Casa em favor das reformas e que já entraria como vice-líder do governo.

Ele cita entre as dificuldades do governo a saída de cena de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi cassado e preso. “O Eduardo levava a bancada com muita presença.”

Rocha Loures, que foi assessor de Temer, diz ainda que continuaria com mesma função, “só que do outro lado da rua”, em referência ao Congresso.

A Joesley falou também que um de seus papéis em Brasília era a interlocução entre ministros. “Às vezes quando ele [Temer] precisa apertar um parafuso entre a equipe, ele não fala diretamente. Eu falo.”

Os dois conversam sobre a expectativa da delação da Odebrecht, ainda sob sigilo naquela época, e Rocha Loures opina que a situação dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco no governo era delicada.

“Os prazos de defesa são alongados. Os procedimentos, mesmo em quaisquer circunstâncias, desse pessoal que têm foro em Brasília só vão ser julgados em 19. Ainda tem uma longa estrada a ser percorrida”, diz o congressista.

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A conversa, de 36 minutos, foi gravada em um café ou bar, enquanto os dois bebem água.

BNDES

Ao ouvir reclamações de Joesley sobre a gestão de Maria Sílvia à frente do BNDES, Rocha Loures sugere que o empresário repita suas queixas ao presidente, no encontro do dia seguinte. “Aproveita para dizer para ele que isso aqui está muito ruim”, disse.

Joesley, de fato, falou sobre dificuldades no BNDES com Temer. Ao deputado o empresário defendeu que o banco atue de modo mais flexível. “O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social só faz sentido para [financiar] projeto em que a conta não fecha”, disse.

Em um trecho da conversa, o empresário reclama que o real está muito valorizado e defende a taxa de câmbio na casa dos R$ 3,40. Curiosamente, o dólar atingiu essa taxa no dia seguinte à divulgação da conversa de Joesley com Temer, diante da incerteza na economia.

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