Celso de Mello recorre a Cícero e vê “neoverrismo” dos réus
Celso de Mello começa seu voto citando Lord Acton: “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. O ministro acusa a existência de “atos infamantes” dos réus e seu “comportamento desonesto”. Diz que o mensalão foi um “neoverrismo”, referindo-se a Caio Verres, governador da Sicília, nos estertores da República romana, notório por […]
Celso de Mello começa seu voto citando Lord Acton: “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
O ministro acusa a existência de “atos infamantes” dos réus e seu “comportamento desonesto”. Diz que o mensalão foi um “neoverrismo”, referindo-se a Caio Verres, governador da Sicília, nos estertores da República romana, notório por sua gestão corrupta.
Mello citou as “Verrinas”, sete textos escritos por Cícero contra Caio Verres. Segue um trechinho do segundo discurso, traduzido por Anna Carolina Barone:
“Ora, Verres roubará o que houver de mais belo em cada canto? Ninguém mais pode ter nada? Uma só casa, a dele, engolirá todas as mais opulentas casas? Então ninguém dos antecessores pôs a mão para que ele viesse e pegasse? Caio Cláudio Pulcro devolveu para isso, só para que Caio Verres pudesse roubar?”