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BC eleva a taxa de juros três dias depois da eleição. Viva a autonomia!

Ai, ai, que preguiça! Ainda bem que o Banco Central, que é autônomo, claro!, não eleva os juros antes da eleição, mas os eleva três dias depois do segundo turno. Eu gosto é disto: coragem e independência! “Mas você acha desnecessário elevar a taxa, Reinaldo?” Tenho a impressão de que o país não está, assim, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 02h45 - Publicado em 29 out 2014, 21h40

Ai, ai, que preguiça!

Ainda bem que o Banco Central, que é autônomo, claro!, não eleva os juros antes da eleição, mas os eleva três dias depois do segundo turno. Eu gosto é disto: coragem e independência! “Mas você acha desnecessário elevar a taxa, Reinaldo?” Tenho a impressão de que o país não está, assim, com excesso de demanda a pressionar os preços; acho que o descontrole está em outros lugares, mas vá lá. Considerando o conjunto da obra, acho que a decisão faz parte do, como é mesmo?, choque de credibilidade, não é? Como o segredo de aborrecer é dizer tudo, acho que os mercados reagirão bem à notícia. Só espero que não haja gente por aí a dizer que, ao elevar os juros, o BC deu prova de sua autonomia. Dado que as dificuldades de agora são as mesmas do mês passado, eu sentencio: não foi autônomo no mês passado nem agora. Ponto parágrafo.

Agora em 11,25%, a Selic é a mais alta desde outubro de 2011, e esta é a primeira elevação desde abril deste ano, quando o processo eleitoral já estava nas ruas. É claro que eu faria essas observações com menos, digamos, ironia se uma das peças de resistência da campanha da candidatura Dilma Rousseff não tivesse sido o suposto amor incondicional de Armínio Fraga por juros estratosféricos. Segundo o PT, ele os elevou quando no Banco Central por gosto, não por necessidade. O PT, claro!, faz tudo por necessidade, não por gosto. Ou dito de outro modo: quando tucanos elevam juros, são pessoas perversas, malvadas, pérfidas mesmo. Quando isso acontece em governo petista, a elevação vem embalada por ternura e amor ao povo.

A elevação de agora não estava sugerida na ata de setembro, segundo a qual os 11% já seriam suficientes para levar, aos poucos, a inflação para o centro da meta. O que mudou de lá pra cá? O humor do mercado financeiro, a desconfiança razoável de que Dilma não vai fazer a coisa certa, o clima de “a vaca foi pro brejo” que há por aí. Chegou, então, a hora de o BC demonstrar a sua autonomia e elevar os juros… Não sei se entendem a ironia.

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A decisão não foi unânime. Votaram pela elevação da taxa Selic para 11,25% ao ano os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 11% os diretores Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim.

Atenção, gente, aumentou a taxa de juros!!! Mas saibam todos que foi para o bem dos pobres. Se o governo fosse tucano, seria para o bem dos banqueiros e da dona “Zelite”.

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