Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Baixaria e chantagem, agora no Conselho de Ética. Só que, desta vez, sob o comando de Henrique Eduardo Alves

Os bobalhões podem forçar a mão à vontade, tentando ver no meu texto o que não está escrito. Não estou nem aí. Escrevo para quem sabe ler e para quem quer o que há neles, não o que imaginam haver. Posso discordar do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da primeira à última palavra, e é quase […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h36 - Publicado em 26 mar 2013, 21h42

Os bobalhões podem forçar a mão à vontade, tentando ver no meu texto o que não está escrito. Não estou nem aí. Escrevo para quem sabe ler e para quem quer o que há neles, não o que imaginam haver. Posso discordar do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da primeira à última palavra, e é quase assim, mas não vou ceder a esse clima de linchamento que vejo em boa parte da imprensa. E pouco me importa se Caetano Veloso resolveu fazer a trilha sonora ou se Wagner Moura resolver decretar: “Pede pra sair!” Artistas e celebridades têm todo o direito de ter opinião política. Só não se deve inferir que seja mais qualificada do que a de outros. Mas essa é só uma introdução para um troço escandaloso, também ele inédito.

Evandro Éboli narra uma história estarrecedora no Globo Online. Um deputado, vocês verão, decidiu concorrer como candidato avulso à Presidência do Conselho de Ética — sim, do CONSELHO DE ÉTICA. Só que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (aquele que quer a cabeça de Feliciano), alegou que isso feria um acordo já feito com outro deputado. E aí mobilizou o líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), um dos investigados pelo STF, para tentar barrar a candidatura alternativa.

Acredite, O CONSELHO DE ÉTICA PASSOU A SER PALCO DE CHANTAGEM! Escrevo de novo: nada menos do que o CONSELHO DE ÉTICA assistiu a um espetáculo de falta de ética! Infelizmente, no comando da pantomima, estava o neoprogressista Henrique Eduardo Alves, presidente da Casa. Agora que ele quer a cabeça de Feliciano — para delírio da galera, inclusive a jornalística! —, então tudo lhe é permitido.

Caetano e Wagner Moura poderiam se dedicar ao estudo de como são formadas as comissões e a que tipo de acordo obedecem. Mas é provável que não o façam porque, na hipótese de haver neles um lado que pondera, haveria também  a diminuição de seu ímpeto militante. Leiam trecho de reportagem do Globo Online.
*
O Conselho de Ética da Câmara virou, na tarde desta terça-feira, espaço público de manobra política, de chantagens e ameaças. A sessão estava marcada para eleger o novo presidente do colegiado, para os próximos dois anos, mas nem terminou. O acordo entre o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o PDT para eleger o novato e desconhecido deputado Marcos Rogério (PDT-RO) presidente do conselho não vingou. Tudo porque o deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) lançou sua candidatura avulsa e era o favorito na disputa, que foi adiada para terça-feira da semana que vem.

Henrique Alves interveio diretamente no andamento dos trabalhos. Com a reunião do conselho já iniciada, ele ligou para o presidente do órgão, José Carlos Araújo (PSD-BA), que suspendeu a sessão momentaneamente e atendeu o telefone da cadeira onde presidia a sessão. “Um momento. É uma ligação da presidência”,disse Araújo. Alves tentava dissuadir o presidente a continuar a sessão. Depois da ligação, Araújo fez um apelo a Izar para renunciar à sua candidatura. ”Não retiro. Mantenho”, respondeu Izar.

Continua após a publicidade

O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi até o conselho e tentou de todas as maneiras dissuadir Izar Júnior a renunciar sua candidatura alegando que havia um acordo político entre os partidos e que deveria ser mantido. Cunha fez ameaças diretas ao PSD e disse que, se Izar fosse eleito, o partido iria ser prejudicado na votação do projeto que cria cargos para a legenda e também perderia a corregedoria da Câmara.

Para corregedor já foi escolhido até o deputado Átila Lins (PSD-AM), mas sua indicação está ameaçada. Os cargos do PSD e a criação da corregedoria independente da Mesa precisam ser votados no plenário. Eduardo cunha disse ainda que “nos colegiados da Câmara não tem essa história de eleição solta e livre e que tudo é fruto de acordo político”.

“Vim aqui não só para fazer um apelo, mas um chamamento político. É preciso respeitar a força dos acordos políticos. Não existe isso de que é solto (a escolha), de que é livre. Os acordos estão interligados. Não existe processo político pela metade. Se faz de um lado e de outro. Não aceito acordo descumprido na minha cara”, disse Eduardo Cunha, que ameaçou. “Se o acordo não for cumprido, não permitirei que se vote mais nada. Nem a corregedoria nem os cargos do PSD”, afirmou o líder do PMDB.

Vários deputados reagiram na sequência. “O que que é isso?! Não podemos ter medo de disputa. Essa é uma visão autoritária. Tem os que mandam e os que obedecem?! Não é assim não. Cadê a ética? Essa não é uma comissão qualquer”, reagiu Antônio Roberto (PV-MG).
(…)
Eduardo Cunha disse que havia um acordo de lideranças para garantir a eleição de Marcos Rogério. O entendimento teria sido apenas entre Eduardo Alves e o PDT. César Colnago (PSDB-ES) afirmou que os tucanos não participaram de acordo algum. “Acabei de consultar meu partido. Não há acordo algum conosco”, disse Colnago.
(…)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.