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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Atenção, povo do Rio! Na guerra entre Lindbergh Farias, investigado pelo STF, e Cabral, o relapso da região serrana, acredite nos dois e fuja de ambos! Ou: Chega de coraçãozinho!

Vejam esta foto, de autoria de Pablo Jacobo, de O Globo.   Essa coisa fofa, com um monte de gente fazendo coraçãozinho, é da eleição de 2010. No palanque estão Marcelo Crivella (PRB), hoje ministro da Pesca; o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Acabou a fofura. Agora é […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h37 - Publicado em 25 mar 2013, 07h37

Vejam esta foto, de autoria de Pablo Jacobo, de O Globo.

 

Essa coisa fofa, com um monte de gente fazendo coraçãozinho, é da eleição de 2010. No palanque estão Marcelo Crivella (PRB), hoje ministro da Pesca; o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Acabou a fofura. Agora é pau puro!

A disputa pelo governo do Rio está ficando interessante. Cabral quer emplacar como seu sucessor o vice, Luiz Fernando Pezão, e gostaria de contar com o apoio do PT. Lindbergh, no entanto, diz que não abre mão de sua candidatura. E a guerra foi deflagrada. O mais curioso é que os dois lados parecem ter razão, entendem? Pior para o povo do Rio. Vamos ver.

O PMDB pôs para circular um dossiê com um fato: o petista é investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Não se trata de boato. Informa o Globo:
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi acusado de ter montado um esquema de recebimento de propina de empresas contratadas por Nova Iguaçu, quando ele foi prefeito do município, entre 2005 e 2010.
(…)
A investigação é baseada em dois depoimentos prestados em 2007 ao Ministério Público Estadual por Elza Elena Barbosa Araújo, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Finanças de Nova Iguaçu, que até então estava sob sigilo. Segundo ela, logo no início do mandato, em 2005, Lindbergh montou um esquema de captação de propina entre empresas contratadas pela prefeitura. Os valores chegariam a até R$ 500 mil por contrato. Os recursos eram usados, segundo a acusação, para quitar despesas pessoas do então prefeito, inclusive prestações de um apartamento da mãe dele, Ana Maria, em Brasília. Outra acusação da ex-funcionária da prefeitura atinge Carlos Frederico Farias, irmão de Lindbergh. A empresa Bougainville Urbanismo, de sua propriedade, teria recebido R$ 250 mil do esquema. O Tribunal de Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilos do senador, inclusive de cartão de crédito e aplicações financeiras.
(…)

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Fúria
Muito bem! Lindbergh ficou furioso. E reagiu. Informa Cássio Bruno no Globo:
Levantamento apresentado ontem pelo grupo político do senador, a pedido do próprio, mostra que R$ 887 milhões que teriam sido repassados pela União ainda não foram utilizados pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) na reconstrução das cidades da Região Serrana castigadas pelas chuvas em 2011.
(…)
“Quem faz guerra de dossiês e jogo sujo é o PMDB. Essa é a política velha que queremos derrotar. Em vez de ficarem fabricando dossiês, eles deveriam se concentrar nas obras da Região Serrana. A Dilma fez tudo certo ao liberar os recursos. O problema é que, dois anos depois, as obras não foram iniciadas. Muitas (obras) não foram licitadas, e outras ainda estão em fase de elaboração de projetos. Isso tem nome: má gestão e negligência com a vida das pessoas”, disparou Lindbergh em entrevista ao GLOBO.

A verba federal transferida seria referente à construção de casas, contenção de encostas, dragagem de rios e drenagem da água das chuvas, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e reconstrução de pontes.
(…)
No fim de semana, Lindbergh colocou um vídeo no Facebook. Nele, lembra o episódio que provocou uma crise no governo Cabral no ano passado: as fotos publicadas na internet pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR) em que secretários de Cabral aparecem se divertindo, em 2009, com guardanapos na cabeça, em Paris, ao lado do governador e do ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish. “Estão querendo jogar todo mundo na lama. Não adianta. Eles não vão conseguir colocar um guardanapo na minha cabeça. Temos outra conduta: não faço política patrimonialista e para enriquecer”, diz Lindbergh, no vídeo.

Cabral respondeu por nota:
“O governador desaprova e desautoriza o uso de dossiês, lamentando constatar a atribuição deste ao PMDB. À Justiça, cabe julgar fatos. Quaisquer diferenças entre políticos devem ser tratadas com a devida seriedade e respeito dentro do campo político”.

A Secretaria de Obras disse que agiu rapidamente após os deslizamentos de 2011 e vem trabalhando na recuperação da Região Serrana. Segundo o órgão, imediatamente após à tragédia, os R$ 70 milhões repassados pelo governo federal foram destinados aos serviços emergenciais em sete municípios. A secretaria disse ainda que o total a ser investido na região é de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de recursos federais.
(…)

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Retomo
Deixe-me ver se entendi. Lindbergh não faz política patrimonialista ou para enriquecer. Como diz isso num vídeo em que leva ao ar as imagens de Cabral dançando na boquinha da garrafa, com Fernando Cavendish, em Paris, suponho, então, que ache que o governador do Rio é que faz política “patrimonialista e para enriquecer”. E isso me faz supor que, há pouco mais de dois anos, Lindbergh colaborou para manter gente assim no poder, certo? Ou ele só descobriu agora o “verdadeiro Cabral”? Ora…

O senador diz também querer derrotar a “política velha” do PMDB. Entendo. Em 2010, ela ainda era nova e só envelheceu depois? A incúria do governo do Rio do caso de Petrópolis dispensa provas adicionais; é autodemonstrável — nota à margem: Lindbergh faz política mesquinha quando poupa o governo federal de críticas. Que o senador seja investigado no STF, isso também é um fato. Ou não é? Não quer dizer que seja culpado necessariamente, mas a investigação existe. E o tribunal não costuma dar atenção a meros boatos.

Por enquanto, os dois lados falam a verdade. Que medo! Só me resta concluir que, até 2010, ambos estavam, então, unidos contra o povo, né? Aí houve um excesso de ambição de Cabral, que quer fazer seu sucessor, e de Lindbergh, que quer o lugar do próprio Cabral, e a coisa desandou. Um e outro pedem ao povo que não confie mais naquele em que, até anteontem, eles mesmos confiavam. Que gente exótica!

Como estavam juntos, sugiro ao povo fluminense que acredite tanto no PMDB como no PT. Não sei se fui muito sutil.

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